Estudo sobre o amor eros, o que Deus planejou para nós, o que o diabo distorceu e como voltar à inocência. Outros assuntos: separação e o adultério; sexo e adolescência; o crente e a sexualidade. Dançar é pecado?

Study about eros love, what God planned for us, what the devil distorted and how to return to innocence. Other subjects: separation and adultery; sex and adolescence; the believer and sexuality. Is dancing a sin?


O amor Eros




O que Deus planejou para nossa vida afetiva?

Vamos começar nosso raciocínio voltando ao Éden: “Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gn 2: 7)... “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gn 2: 18)... “Em seguida, Ele fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher” (Gn 2: 21-22). O fato de Deus ter tirado uma costela do homem para formar a mulher, significa que Ele planejou uma interdependência, ou seja, assim como a primeira mulher dependeu do homem para existir, o homem depende da mulher para nascer na terra (1 Co 11: 12: “Porém, como provém a mulher do homem, assim também o homem é nascido da mulher; e tudo vem de Deus”). No texto original, no lugar da expressão “uma das costelas”, está escrito: “parte de um dos lados do homem”. Com tudo isso, podemos aprender que Deus fez tudo da maneira perfeita, mas o ser humano, por sua rebeldia e egoísmo trouxe dor e sofrimento à sua própria vida, saindo do projeto divino. Deus continuou Sua criação planejando uma união perfeita para os dois. Em Gn 2: 24 está escrito: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. Em Mt 19: 4-6 Jesus volta ao mesmo assunto quando diz: “Então, respondeu ele: não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem”. Jesus deu enfoque ao fato de Deus ter unido, assim como falou claramente sobre a instituição do matrimônio legal aqui na terra (monogâmico: 1 Co 7: 1-6; Tt 1: 6), abençoado por Ele diante dos homens.

O relacionamento amoroso e sexual de Adão e Eva era bem diferente do que vemos hoje, pois foram feitos à imagem e semelhança de Deus e a pureza e a inocência estavam entre eles. A bíblia fala que estavam nus e só descobriram isso depois do engano da serpente. Podemos pensar que Deus fazia parte de todas as áreas da vida deles e, sendo assim, viam tudo com olhos bons, sem malícia; eram transparentes um ao outro no corpo, na alma e no espírito, da mesma forma que o eram para o Criador. Seus olhos eram bons, como disse Jesus: “São os teus olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão” (Mt 6: 22-23). Por isso não havia pecado. Com a presença de Deus ali, havia não só a pureza, mas o respeito em relação ao corpo um do outro, o que tornava o relacionamento não apenas mais sincero e profundo como mais prazeroso.

O que o diabo planejou?

Em 1 Tm 2: 14 está escrito: “E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão”. Em Gn 3: 1-7 podemos ler: “Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais. Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem em do mal. Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido e ele comeu. Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si”.

O que a serpente introduziu através da sedução na mente e no espírito do ser humano?

Ela introduziu a distorção, fazendo com que Adão e Eva passassem a ver tudo o que tinha sido criado com outros olhos que não os de Deus; em outras palavras, com olhos maus. Isso não quer dizer que o sexo era pecado, mas o diabo o fez pecaminoso a partir do momento em que abriu o entendimento do homem para outras práticas impuras, mesclando a pureza, a inocência e a alegria de Deus ao sentimento de culpa pelo prazer da carne, à curiosidade de saber mais sobre o assunto, ao peso causado pela desobediência à ordem dada pelo Criador sobre não tocar na árvore do conhecimento do bem e do mal, logicamente, trazendo acusação e punição e, por fim, a uma carga emocional desnecessária, deformando tudo e causando confusão; mais do que isso, transformando Sua imagem em algo punitivo, opressor e vingativo. Foi o que a Lei acabou trazendo para impedir as deformidades: a restrição e a proibição. Isso age até hoje, inconscientemente, na vida das pessoas que não sabem lidar muito bem com as emoções e sensações da alma e do corpo: negam-nas, anulam-nas, ignoram-nas, tentam administrá-las através do intelecto, projetam-nas sobre outros ou as proíbem de se manifestar. Isso não traz paz de forma alguma à alma, pelo contrário, aumenta o conflito e a pressão interior, ainda mais se foi calcado no inconsciente mais profundo. Até as emoções reprimidas virem à tona para ser tratadas, o Espírito de Deus vai ter que trabalhar muito na pessoa para ela mesma ver do que se trata e dar àquilo a dimensão correta.

Por isso, Paulo escreveu sobre algumas situações da vida que precisam ser direcionadas pelo Senhor para receberem a verdadeira cura. E a cura real é decorrente do entendimento do que é certo e do que é errado. Vamos repetir primeiro o que Jesus disse em Mt 19: 4-6: “Então, respondeu ele: não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem”.

Como falamos anteriormente, Jesus deu enfoque ao fato de Deus ter unido, assim como disse claramente sobre a instituição do matrimônio legal aqui na terra, abençoada por Ele diante dos homens. As outras práticas humanas ilegais em relação a isso são: poligamia, fornicação (relações sexuais fora do casamento; o famoso e conhecido “namorar” ou “ficar”, para certas pessoas), prostituição, homossexualismo, transexualismo, lesbianismo, adultério, incesto (sexo entre pais e filhos ou entre irmãos), narcisismo (estado em que a libido é dirigida ao próprio ego; amor excessivo a si mesmo) e outras deturpações sexuais e compulsões que só abrem brecha para a assolação do inimigo. Neste caso, antes de colocarmos a Palavra, ainda sobra um comentário: muitas doenças sexualmente transmissíveis são causas de problemas, assim como outras doenças emocionais e espirituais podem ser contraídas com esses atos ilícitos. Essa estratégia suja ocorre, principalmente, no caso de estupro e violência. Portanto, as forças contrárias se manifestam com destruição na vida de alguém através de contatos sexuais não aprovados pelo Senhor. Quando uma pessoa pratica de maneira inconseqüente esses atos, ela se esquece que a Palavra de Deus não muda (“Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” – Gn 2: 24). Assim, mesmo não permanecendo com o antigo parceiro, ela criou vínculos carnais e espirituais de união matrimonial e que permanecem como um laço ao seu caminhar. É uma coisa forte, a ponto de Deus comparar a nossa união espiritual com Ele a um contrato de casamento. Por isso a necessidade de se conscientizar desses fatos, pois só o arrependimento sincero diante dEle pode liberar a pessoa, e o Seu sangue vertido na cruz é a única maneira de desfazer os antigos pactos. Outro comentário é que o ser humano, se rebelando contra Deus, não só começou a idolatrar animais e seres inanimados, como também a si próprio e suas paixões, entre elas o sexo. Por isso, muita mística, hoje em dia, em torno de algo tão simples. Quando o Espírito está presente e o amor é pleno na doação, tanto no âmbito físico como no emocional e no espiritual, não há necessidade de artes de sedução ou qualquer outra prática que possa estimular o parceiro. Vestes, objetos ou medicamentos não substituem o amor verdadeiro. Através dessas coisas, o diabo tenta usar a mesma arma que usou no Éden: a sedução que, espiritualmente falando, não é aprovada por Deus.

Textos bíblicos

• Rm 1: 18-27: “A ira de Deus se revela no céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis [idolatria humana ou fazendo Deus à imagem de animais]. Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências [desejo desenfreado] de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém! Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição pelo seu erro”.

• Gl 5: 18-21: “Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição (em inglês: fornicação – NRSV; imoralidade sexual – NIV), impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, ira, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonaria e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam”.

Vamos ver o que interessa para o nosso raciocínio:
1) A prostituição diz respeito à promiscuidade sexual, onde vários parceiros se entrelaçam no relacionamento. Isso traz inúmeras complicações, entre elas as doenças venéreas já comentadas.
2) A impureza é mais do que óbvia: pensar da maneira contrária à inocência que Deus colocou através do Seu Espírito em nós, pensar nas coisas sujas e mundanas ao invés das coisas do alto.
3) Lascívia é luxúria, sensualidade, libidinagem [dar largas à vontade sexual], voluptuosidade, satisfação sexual sem pudor.
4) Idolatria é colocar no altar outras coisas e outras entidades que não sejam Jesus, o Filho de Deus. A avareza é considerada por Deus como idolatria (Ef 5: 5 e Cl 3: 5), assim como o prazer (inclusive o sexo), o dinheiro, a fama, o conhecimento e o poder podem ser considerados deuses também.
5) Feitiçarias incluem todos os atos de rebeldia à vontade de Deus (1 Sm 15: 23 e Lv 20: 27) como todos os atos de ocultismo, simpatias, superstições, artes ocultas de adivinhação e predição do futuro, necromancia etc., que não nos levam a acreditar unicamente na força da Palavra para conseguirmos algo.

• 1 Co 6: 9-12 (ARA): “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros (sexualmente imorais), nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus. Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas”.

• 1 Co 6: 9-12 (NVI, versão atual): “Vocês não sabem que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não se deixem enganar: nem os sexualmente imorais, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem homens que têm relações sexuais com outros homens [na NVI ™ © 1993, 2000 – 3ª impressão, Editora Vida, 2003, está escrito: “Nem homossexuais passivos ou ativos”; e a nota de rodapé escreve: “nem efeminados” – “o termo grego refere-se a homens que se submetem a todo tipo de depravação sexual com outros homens”], nem os ladrões, nem os avarentos, nem os alcoólatras, nem os caluniadores, nem os trapaceiros herdarão o reino de Deus. Alguns de vocês foram assim. Contudo, foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus. “Tudo me é permitido”, mas nem tudo convém. “Tudo me é permitido”, mas eu não deixarei que nada me domine”.

• 1 Co 6: 15-20: “Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os membros de Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente não. Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne. Mas aquele que se une ao Senhor é um só espírito com ele. Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo. Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois glorificai a Deus no vosso corpo”.

• Rm 6: 12-14: “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um dos membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade; mas, oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça”.

• Lv 18: 6-30: “Nenhum homem se chegará a qualquer parenta da sua carne, para lhe descobrir a nudez. Eu sou o Senhor... Não descobrirás a nudez de teu pai e de tua mãe... Não descobrirás a nudez da mulher de teu pai [madrasta]... A nudez da tua irmã... não descobrirás... A nudez da filha do teu filho ou da filha de tua filha, a sua nudez não descobrirás... Não descobrirás a nudez da filha da mulher de teu pai, pois foi gerada de teu pai; ela é tua irmã. A nudez da irmã de teu pai não descobrirás; ela é parenta de teu pai. A nudez da irmã de tua mãe não descobrirás; pois ela é parenta de tua mãe. A nudez do irmão de teu pai não descobrirás; não te chegarás à sua mulher; ela é tua tia. A nudez da tua nora não descobrirás; ela é mulher de teu filho... A nudez da mulher de teu irmão não descobrirás... E não tomarás com tua mulher outra, de sorte que lhe seja rival, descobrindo a sua nudez com ela durante sua vida [a monogamia sempre foi o projeto de Deus para o homem, embora tivesse permitido até certo ponto a poligamia para a multiplicação da espécie humana ou no caso de “Levirato”, casando-se com a cunhada para não deixar perecer a descendência do irmão falecido]... Nem te deitarás com a mulher de teu próximo, para te contaminares com ela... Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação. Nem te deitarás com animal, para te contaminares com ele, nem a mulher se porá perante um animal para ajuntar-se com ele; é confusão... Todo que fizer alguma destas abominações, sim aqueles que as cometerem serão eliminados do seu povo... Eu sou o Senhor, vosso Deus”.

Ele está falando sobre os casamentos ilícitos e uniões abomináveis: relações sexuais com pai e mãe, madrasta, irmã ou meia-irmã, neta, tios, nora, cunhada, sobrinha, assim como homossexualismo e bestialidade.

• Mc 7: 1-23: “Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto sim, contamina o homem... Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem. Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a soberba e a loucura. São estas as coisas que contaminam o homem; mas o comer sem lavar as mãos não o contamina”.

• 2 Co 6: 14-18 e 2 Co 7: 1: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei com eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso. Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus”.

Outro fator que a bíblia menciona como importante nessa “prevenção” de doenças físicas, emocionais e espirituais é não mantermos jugo desigual com incrédulos, pois isso mina nossa força e, assim, corremos o risco de nos afastarmos dEle, pela disputa espiritual com outros deuses.

Separação do casal

• 1 Co 7: 10-15: 10 “Ora, aos casados ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido 11 (se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com o seu marido); e que o marido não se aparte de sua mulher. 12 Aos mais digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher incrédula, e esta consente em morar com ele, não a abandone; 13 e a mulher que tem marido incrédulo, e este consente em viver com ela, não deixe o marido. 14 Porque o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte, os vossos filhos seriam impuros; porém, agora, são santos. 15 Mas se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, não fica sujeita à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz”.

Em primeiro lugar ele explica que, se houver a separação do casal [nos versículos 10 e 11 Paulo estava falando com casais de crentes], não deve haver casamento com outra pessoa. Nos dois primeiros versículos, a palavra grega usada para “separar-se” é “chorizo” ou “chorizetai” (Strong #g5563), que significa: partir, separar, ir embora (“que a mulher não se separe do marido... se, porém, ela vier a separar-se”). Já na segunda parte do versículo 11 (“que o marido não se aparte de sua mulher”), a palavra grega é “aphiemi” ou “aphienai” (Strong #g863), que significa: repudiar, mandar embora, abandonar, deixar sozinho, deixar de lado. Podemos dizer que aqui se trata de uma separação não formalizada, como um desquite, por exemplo. Entre os judeus o divórcio era permitido apenas quando havia adultério, e a palavra grega para “divórcio” é “apostasion” – Strong #g647. A partir do v. 12 (“Aos mais digo eu, não o Senhor”) ele se refere à união entre um crente e um incrédulo. Paulo também fala que o cônjuge crente santifica o incrédulo e que não convém separar. Entretanto, se o cônjuge incrédulo quiser se apartar (ou seja, se divorciar do cônjuge convertido a Cristo por não querer converter-se também, ou então, porque o cônjuge crente não quer se sentir obrigado a deixar a fé em Jesus) o irmão ou a irmã não estão mais presos à escravidão. Ele enfoca na segunda parte do versículo 15: “Deus vos tem chamado à paz”. O mais importante de tudo é estar em paz dentro de um relacionamento e em paz com o Senhor. Aqui, precisamos fazer um parêntesis para explicar que cada caso é um caso, e que se não é possível a reconciliação, é melhor a separação legal através do divórcio. Assim, ou se permanece casado ou se faça o divórcio, mas não o desquite, onde se fica no meio do caminho, e que acaba levando a uniões ilegais como o adultério ou a fornicação. Está escrito: “Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?” (Am 3: 3).

• 1 Co 7: 8-9; 32-34a e 35: “E aos solteiros e viúvos digo que lhes seria bem se permanecessem no estado em que também eu vivo. Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado... O que realmente eu quero é que estejais livres de preocupações. Quem não é casado cuida das coisas do Senhor, de como agradar ao Senhor; mas o que se casou cuida das coisas do mundo, de como agradar a esposa, e assim está dividido... Digo isto em favor dos vossos próprios interesses; não que eu pretenda enredar-vos, mas somente para o que é decoroso [honroso, sincero, decente] e vos facilite o consagrar-vos, desimpedidamente, ao Senhor”.

• 1 Co 7: 39: “A mulher está ligada enquanto vive o marido; contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, mas somente no Senhor”.

• Rm 7: 2-3: “Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal. De sorte que será considerada adúltera, se vivendo ainda o marido, unir-se com outro homem; porém, se morrer o marido, estará livre da lei e não será adúltera se contrair novas núpcias”.

• Mc 12: 18-27: “Então, os saduceus, que dizem não haver ressurreição, aproximaram-se dele e lhe perguntaram, dizendo: Mestre, Moisés nos deixou escrito que, se morrer o irmão de alguém e deixar mulher sem filhos, seu irmão a tome como esposa e suscite descendência a seu irmão. Ora, havia sete irmãos; o primeiro casou e morreu sem deixar descendência; o segundo desposou a viúva e morreu, também sem deixar descendência; e o terceiro, da mesma forma. E, assim, os sete não deixaram descendência. Por fim, depois de todos, morreu também a mulher. Na ressurreição, quando eles ressuscitarem, de qual deles será ela a esposa? Porque os sete a desposaram. Respondeu-lhes Jesus: Não provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus? Pois, quando ressuscitarem de entre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento; porém, serão como os anjos nos céus. Quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido no Livro de Moisés, no trecho referente à sarça, como Deus lhe falou: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ora, ele não é Deus de mortos, e sim de vivos. Laborais em grande erro”.

Os saduceus estavam provando Jesus quanto à ressurreição e à vida eterna, por isso Ele lhes disse que Deus continua sendo (o verbo está no presente: “EU SOU”) o Deus dos antepassados porque quem o tem como Senhor e Salvador tem igualmente a vida eterna. Entretanto, para nós, o que podemos tirar como lição aqui é que, mesmo tendo o casamento um vínculo forte, ele não é permanente; quando um morre, o outro está desobrigado do compromisso e mais do que isso: ninguém é dono da alma nem do espírito de ninguém; todos somos “emprestados” por Deus um ao outro para cumprirmos o Seu projeto soberano na terra. Isso serve para casais emocional e espiritualmente doentes em que um quer ser dono do outro, principalmente exercendo domínio e posse através do sexo.

Adultério

• Êx 20: 14: “Não adulterarás”. O adultério é a violação do voto de fidelidade conjugal. Portanto não é aprovado diante de Deus. Quando isso ocorre, o pecado deve ser limpo através do arrependimento e do perdão e, quando não é mais possível a reconciliação, está liberado da parte de Deus o divórcio (Mt 5: 27-32; Mt 19: 7-9 e Dt 24: 1-4). Entretanto, isso traz complicações para as duas partes envolvidas, pois foi deixada uma marca. A separação que decorre desse ato de adultério traz feridas emocionais e espirituais que demoram a ser cicatrizadas e, muitas vezes, não são saradas. Portanto, toda a nossa vida deve estar diante do altar do Senhor para que Ele cumpra em nós apenas o Seu querer, trazendo o domínio do Seu Espírito sobre a nossa vontade. Só assim poderemos andar em concordância com Ele e erraremos menos nas nossas escolhas. Nenhum de nós sobre a terra é isento de pecado; somos passíveis de erro, por isso o Senhor nos orientou a orar sempre para que o Pai nos livre das tentações e de todo o mal.

• Mt 5: 27-32 diz: “Ouvistes o que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura no coração, já adulterou com ela. Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o diante de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno. Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério”.

• Em Mt 19: 7-9 está escrito: “Replicaram-lhe: Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar? Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio. Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério [e o que casar com a repudiada comete adultério]”.

O que acontece é que as profecias de Jesus estão se cumprindo

• Mt 24: 12-13: “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”.

Assim, por falta do amor, gerado pelo egoísmo do coração do homem, muitas separações desnecessárias hoje estão ocorrendo, pois o ser humano não quer mais fazer esforço para amar, compartilhar, ceder e se unir. Assim perde a força, abre brecha para o diabo e gera maldições hereditárias para as futuras gerações. Por isso, a participação do Espírito Santo no casamento, como o cordão de três dobras, é super importante. Ele fortalece o relacionamento em todos os sentidos. O “cordão de três dobras” é uma expressão usada em Ec 4: 12 para enfatizar o valor das alianças. Em outras palavras, o Espírito Santo nos faz enxergar o valor da fidelidade, da aliança e do compromisso verdadeiro com outras pessoas, seja no casamento ou nas amizades.

• Para completar, Dt 24: 1-4 diz: “Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e ela não for agradável aos seus olhos, por ter ele achado coisa indecente nela, e se ele lhe lavrar um termo de divórcio, e lho der na mão, e a despedir de casa; e se ela; saindo da sua casa, for e se casar com outro homem; e se este a aborrecer, e lhe lavrar termo de divórcio, e lho der na mão, e a despedir da sua casa ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer, então, o seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a desposá-la para que seja sua mulher, depois que foi contaminada, pois é abominação perante o Senhor; assim, não farás pecar a terra que o Senhor, teu Deus, te dá por herança”.

Quando pedi discernimento ao Senhor sobre esse último trecho, me veio à mente o episódio em que o rei Acabe anexou ao palácio a vinha do seu súdito Nabote (1 Rs 21: 19), mandando matá-lo para ficar com ela. Segundo o pensamento israelita, a terra possuída por uma família ou clã era entendida como um dom vindo de Deus e todos deveriam respeitar esse direito. Esse incidente foi considerado uma violação de direito, movendo Elias, o profeta, mais uma vez até Samaria, por ordem do Senhor para profetizar a sorte de Acabe, de Jezabel (sua mulher) e de sua descendência (1 Rs 21: 17-29). Por isso, também havia o direito de resgate de terra pelo resgatador da família, caso o dono morresse e deixasse sua mulher viúva, como aconteceu com Noemi e Rute. Trazendo isso para o nosso texto, Deus quis dizer que o corpo da esposa era a terra que Ele tinha dado ao primeiro homem por direito e, depois de ser “invadida” por outros, ele não teria mais direito sobre ela. Dessa forma, não poderia mais tomar posse de algo que ele mesmo havia abandonado e permitido ser roubado, pois a havia negligenciado, como Esaú não deu valor ao direito de primogenitura. Em palavras mais claras: se a separação ocorreu por causa de problemas banais, Paulo confirma (como vimos acima), que é melhor que o casal se reconcilie. Entretanto, se a separação ocorreu por causa de adultério, é aconselhável que a mulher não volte a se casar com seu primeiro marido e o marido não volte a se casar com sua antiga mulher, pois seus corpos foram “invadidos” por estranhos. Fazendo o paralelo espiritual com o “Resgatador” (no livro de Rute, no Antigo Testamento), Jesus é o Resgatador da nossa alma e do nosso corpo. Ele veio para tomar posse de nós, antes propriedade do diabo. Agora, Jesus é nosso dono.

• 1 Pe 3: 7: “Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações”. Tratar a esposa com dignidade faz com que ela seja submissa espontaneamente ao marido através do amor, além do que essa união amorosa facilitará a oração do casal diante do trono de Deus.

• Ec 4: 9-12: “Melhor é serem dois do que um, porque tem melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se arrebenta com facilidade”. A expressão ‘cordão de três dobras’ enfatiza o valor das alianças em qualquer nível de relacionamento humano. O cordão de três dobras é o Espírito Santo, que fortalece o relacionamento em todos os sentidos.

— O que podemos fazer para melhorar?

— Voltar à inocência.

Estamos falando sobre o livro de Cânticos de Salomão ou Cântico dos cânticos, no Antigo Testamento. O título “Cântico dos cânticos” (hebraico, shïr hashshïrïm, Ct 1: 1) é um superlativo que significa “O melhor dos cânticos”. Era o primeiro dos cinco rolos a ser lido nas festividades judaicas e usado durante a Páscoa. A atribuição tradicional do livro a Salomão (séc. X AC) se baseia nas referências feitas a ele (Ct 1: 1; 3: 7; 3: 9; 3: 11; 8: 11), especialmente no versículo do título (Ct 1: 1). Alguns acham que Salomão escreveu este cântico na sua juventude, antes de adquirir seu enorme harém. Outros acham que o livro de Cânticos reflete o amor de um jovem pastor israelita e sua noiva, criando a fantasia de serem “rei e rainha” por um dia. São inúmeras as interpretações, havendo pouco acordo entre os eruditos quanto à sua origem, significado e propósito. As interpretações alegóricas rabínicas e cristãs elevaram os poemas do livro acima do nível sensual. Dois personagens principais são: Salomão e a jovem sulamita. Tendo-a tirado de seu lar no interior do Norte de Israel, e tendo-a levado para Jerusalém, Salomão acabou por amá-la como sua esposa, com uma afeição que se elevava bem acima da atração física. A palavra sulamita (shülammïth = completo, tendo paz perfeita) pode ser variante de sunamita, natural de Suném (shünem = lugar de repouso ou paiol), cidade no território de Issacar, perto de Jezreel (Js 19: 18). Foi de Suném que trouxeram a Davi a linda Abisague para confortá-lo na sua idade avançada. Seja ou não Salomão o autor da obra, ela mostra, com certeza, a história de um casal apaixonado e, não somente fala da pureza do amor humano, mas sua própria inclusão no Cânon (na bíblia) relembra-nos um amor que é mais puro do que o nosso, o amor de Deus (Ágape), o amor de entrega total. Dessa forma, o livro de Cânticos expressa o desejo do coração do homem de se unir a Deus de maneira plena e completa. Debaixo dessa visão espiritual podemos ter revelações importantes do Senhor para Sua Igreja, para Sua noiva, que Ele espera encontrar pura e sem mácula no dia de Sua vinda (Ef 5: 27). Esse paralelo espiritual foi feito no tema de estudo: “Cânticos de Salomão”.

Aqui, nós vamos pegar alguns textos e estudá-los do ponto de vista físico, sexual mesmo, pois trazem algumas orientações interessantes para nós:

• Ct 2: 7 – A esposa diz: “Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, pelas gazelas e cervas do campo, que não acordeis, nem desperteis o amor, até que este o queira”. A noiva fala às outras mulheres, provavelmente as do harém do rei Salomão, ou às damas da corte, sobre o amor verdadeiro e lhes diz que a intimidade sexual não pode ser forçada e que o amor e a sensualidade não são a mesma coisa (“Não acordeis, nem desperteis o amor até que este o queira”). No nível espiritual, isso significa que a intimidade com Deus não é forçada; é o coração da própria pessoa que se desperta para um relacionamento mais profundo com Ele. No nível físico, este texto nos alerta quanto aos adolescentes que sofrem bastante no mundo de hoje pelas influências externas que o diabo usa, despertando precocemente sua vida sexual, causando grandes transtornos. Na puberdade, que é o período durante a adolescência onde as transformações hormonais começam a gerar mudanças físicas e psíquicas, é normal que as pessoas comecem a sentir certas sensações corporais e desejos psíquicos de “descoberta” de si mesmo. Nessa fase, os pais mais rígidos, tradicionais e medrosos descobrem que não sabem lidar muito bem a com a situação, terminando por reprimir certas manifestações nos filhos. Aquilo que eles pensam dominar acaba se voltando contra eles mesmos porque os filhos vão buscar as respostas em outras fontes não tão confiáveis e que estão abertamente disponíveis no mundo, trazendo problemas familiares mais tarde. Infelizmente “acordam precocemente o amor” e são feridos. Quantos meninos são traumatizados e quantas meninas são abusadas e engravidadas sem maturidade nenhuma para serem mães! O caso fica delicado quando os pais são líderes dentro da igreja, até pastores e, por causa da comunidade, passam a rejeitar a filha, o filho ou o (a) futuro (a) neto (a), causando problemas ainda maiores para todos. Em certos lugares, muitos deixam a posição de liderança por causa da vergonha e da discriminação pelos próprios irmãos. Outros, que conseguem contornar a situação familiar, acabam por decepcionar algumas ovelhas, que vão para outro ministério. Quando os pais não são convertidos, a coisa pode ficar ainda pior, dependendo do grau de maturidade emocional e de amor que têm. Resultado: abandonos, abortos, rejeições, prostituição, separação etc. que poderiam ser evitados se pais conversassem abertamente com filhos antes ou os levassem ao médico, caso não tenham condições de lhes explicar certas coisas. Os fatores que dificultam muito o processo nessa fase de puberdade e adolescência são: a inexperiência de pais e pastores em relação à área em questão, a religiosidade, o tradicionalismo (tabu), o medo de gerar confusão na cabeça do adolescente e até a malícia dos adultos, que prende as “vítimas” em amarras e impede a todos de tocar no tema com franqueza. Na maior parte das vezes, o caminho melhor nessa fase é orar, pedir sabedoria ao Senhor e deixar a natureza seguir seu curso, sem “fazer uma tempestade num copo d’água”, mas dar suporte às necessidades do filho ou da filha à medida que sua curiosidade for despertada. Um pouco de psicologia ao tratar do assunto não faz mal; melhor ainda se a bíblia estiver ao lado. Outra dica importante é direcionar essa energia que se desperta para outras atividades que o edifiquem (música, artesanato, esportes etc.), pois como falamos, é a mesma força que existe no nosso interior e que vai ser direcionada para uma área ou para a outra. Não estou querendo dizer que o adolescente deve sublimar tudo, negar ou fugir para o mundo espiritual; o que quero dizer é que se faz necessário o bom-senso.

Outros textos de Cânticos que podem servir para nossa edificação são aqueles em que a esposa ou o esposo falam poeticamente sobre seus próprios corpos:

• Ct 4: 6-15 – o esposo diz: “Tu és toda formosa, querida minha, e em ti não há defeito. Vem comigo do Líbano, noiva minha, vem comigo do Líbano; olha do cimo do Amana, do cimo do Senir e do Hermom, dos covis dos leões, dos montes dos leopardos. Arrebataste-me o coração, minha irmã, noiva minha; arrebataste-me o coração com um só dos teus olhares, com uma só pérola do teu colar. Que belo é o teu amor, ó minha irmã, noiva minha! Quanto melhor é o teu amor do que o vinho, e o aroma dos teus ungüentos do que toda sorte de especiarias! Os teus lábios, noiva minha, destilam mel. Mel e leite se acham debaixo da tua língua, e a fragrância dos teus vestidos é como a do Líbano. Jardim fechado és tu, minha irmã, noiva minha, manancial recluso, fonte selada. Os teus renovos são um pomar de romãs, com frutos excelentes: a hena e o nardo; o nardo e o açafrão, o cálamo e o cinamomo, com toda a sorte de árvores de incenso, a mirra e o aloés, com todas as principais especiarias. És fonte dos jardins, poço das águas vivas, torrentes que correm do Líbano!”

• Ct 5: 10-16 – a esposa diz: “O meu amado é alvo e rosado, o mais distinguido entre dez mil. A sua cabeça é como o ouro mais apurado, os seus cabelos, cachos de palmeiras, são pretos como o corvo. Os seus olhos são como os das pombas junto às correntes das águas, lavados em leite, postos em engaste. As suas faces são como um canteiro de bálsamo, como colinas de ervas aromáticas; os seus lábios são lírios que gotejam mirra preciosa; as suas mãos, cilindros de ouro, embutidos de jacintos; o seu ventre, como alvo marfim, coberto de safiras. As suas pernas, colunas de mármore, assentadas em bases de ouro puro; o seu aspecto, como o Líbano, esbelto como os cedros. O seu falar é muitíssimo suave; sim, ele é totalmente desejável. Tal é o meu amado, tal, o meu esposo, ó filhas de Jerusalém”.

• Ct 6: 4 – esposo: “Formosa és, querida minha, como Tirza, aprazível como Jerusalém, formidável como um exército com bandeiras”.

• Ct 7: 1-9 – esposo: “Que formosos são os teus passos dados de sandálias, ó filha de príncipe! Os meneios dos teus quadris são como colares trabalhados por mãos de artista. O teu umbigo é taça redonda, a que não falta bebida; o teu ventre é monte de trigo, cercado de lírios. Os teus dois seios, como duas crias, gêmeas de uma gazela. O teu pescoço, como torre de marfim, os teus olhos são as piscinas de Hesbom, junto à porta de Bate-Rabim; o teu nariz, como a torre do Líbano, que olha para Damasco. A tua cabeça é como o monte Carmelo, a tua cabeleira, como a púrpura; um rei está preso nas tuas tranças. Quão formosa e quão aprazível és, ó amor em delícias! Esse teu porte é semelhante à palmeira, e os teus seios, a seus cachos. Dizia eu: subirei à palmeira, pegarei em seus ramos. Sejam os teus seios como os cachos da vide, e o aroma da tua respiração, como o das maçãs. Os teus beijos são como o bom vinho,”...

• Ct 7: 10 – esposa:... “vinho que escoa suavemente para o meu amado, deslizando entre seus lábios e dentes. Eu sou do meu amado, e ele tem saudades de mim”.

Até aqui, é interessante perceber a poesia com que a relação é descrita; bem diferente da pornografia nojenta que se lê, ouve e vê por aí! Nem todo mundo nasceu poeta, entretanto, o aprendizado é sobre a diferença entre um ato feito na presença de Deus, com amor, e um ato mecânico, sem envolvimento emocional ou entre parceiros que mal se conhecem. Aqui eles comparam seus corpos a coisas bonitas e boas, ao invés de certos nomes que as pessoas mais mundanas costumam dar para partes dos seus; mais parecem que os estão amaldiçoando. Não existe nada tão ruim e tão grosseiro do que um ato desses debaixo de palavras torpes; não há ganho algum, só trauma e ódio! Existe coisa mais constrangedora que receber olhares ou ouvir palavras sedutoras de pessoas mundanas que nem nos conhecem? É invadir a nossa privacidade e afrontar a santidade de Deus em nós. Eles encontram uma intimidade que não têm direito de ter, simplesmente porque distorcem e confundem o carisma que existe em nós, que é a presença do próprio Espírito de Deus, com outro tipo de comportamento baixo existente no mundo. Não é nossa a culpa, mas de quem se comporta dessa maneira maliciosa, impura e pecaminosa. É isso que o diabo faz com os menos avisados. Por isso o Senhor nos alerta a termos mais consciência sobre a nossa maneira de ser e sobre as nossas feridas do passado, para que não sejam mais brechas por onde o inimigo possa penetrar. Devem estar verdadeiramente curadas, e a autoridade que Ele nos delegou, pronta para ser exercida quando for necessário. Então, poderemos dizer sobre nós mesmos o que está escrito em Is 26: 1-4: “Naquele dia, se entoará este cântico na terra de Judá: Temos uma cidade forte; Deus lhe põe a salvação por muros e baluartes. Abri vós as portas, para que entre a nação justa, que guarda a fidelidade. Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti. Confiai no Senhor perpetuamente, porque o Senhor Deus é uma rocha eterna”. Nós somos santuário do Deus vivo, portanto, devemos respeitar nossos corpos e não permitir que ninguém os desonre. A palavra acima quer dizer que apenas os que são santos e guiados pelo Espírito podem “passar pelas nossas portas”, tanto no nível físico como no emocional. No espiritual, só Jesus tem direito.

• Ct 4: 16 – esposa: “Levanta-te, vento norte, e vem, tu, vento sul; assopra no meu jardim, para que se derramem os seus aromas. Ah! Venha o meu amado para o seu jardim e coma os seus frutos excelentes!”

Este texto nos fala sobre convidar o Senhor a participar do amor. Quando a bíblia menciona “vento”, ela se refere ao Espírito Santo, comparando-o à ação dos ventos na Palestina: o vento norte limpa o ar, é fresco e úmido; o vento sul aquece e amadurece as colheitas. Por isso, Salomão se refere a essas qualidades benéficas do vento. Aqui, a noiva não apenas convida o noivo como também a presença de Deus que há nele. É neste ponto que encontramos mais barreiras: as barreiras do pudor e da vergonha deixadas pelas marcas de Adão e Eva, que inconscientemente afastam tudo e todos desse momento, inclusive Deus, considerando-o um “intruso”. As barreiras são invisíveis, mas precisam ser derrubadas, não apenas para que haja mais sinceridade entre os cônjuges, e sim para que o diabo não se intrometa, tentando participar. Muitas influências espirituais e emocionais podem agir no momento da concepção; isso porque não se convidou verdadeiramente o Senhor para ser “o cordão de três dobras”. Então, “o penetra” pode resolver “se convidar” para a coisa; aí... Já era! Sejamos sinceros: quantos casais em Cristo o convidam para “participar da festa?”

• Ct 8: 6-7 – esposo: “Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura, o ciúme, as suas brasas são brasas de fogo, são veementes labaredas. As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado”.

• Ct 8: 10 – esposa: “Eu sou um muro, e os meus seios, como as suas torres; sendo eu assim, fui tida por digna da confiança do meu amado”.

Esses dois últimos textos falam sobre fidelidade. O amor, como diz o esposo, é forte como a morte, porém, o ciúme é duro como uma sepultura, pois fecha o coração para o verdadeiro amor e para o perdão. Portanto, num relacionamento onde existe desconfiança, não há como prosseguir. Onde existe insegurança em relação a si mesmo e ao outro, não há chance de crescimento. Quando alguém está se relacionando com outrem, fantasiando que se está com uma terceira pessoa, é sinal de que não está contente com o que tem diante de si ou de que não consegue enfrentar a realidade e trabalhá-la para que se torne melhor. O mundo, hoje em dia, além da mística que criou em torno do assunto, procura não só afrodisíacos para substituir o amor e a presença de Deus, como exige a perfeição dos padrões físicos levando as pessoas aos limites da moral e da saúde tentando adquirir uma imagem exterior que não têm, apenas para se sentirem amadas de verdade e não sofrerem com a rejeição. Nosso corpo, embora santuário do Espírito Santo, devendo ser cuidado em todas as áreas (saúde e estética), é apenas uma “concha”, um “invólucro” para o nosso verdadeiro eu. Por outro lado, muitas vezes se torna ridículo, para não dizer hipócrita, falarmos de beleza interior quando estamos frente a frente com aparências fora dos padrões convencionais, pois, queiramos ou não, o preconceito e a vaidade ainda existem bem embutidos dentro do ser humano. Todavia, o que eu estou tentando dizer é que o que cabe a nós fazer por nós mesmos, devemos fazer, sem culpa alguma, como se estivéssemos cuidando da aparência do próprio Jesus em nós; não para aparecer, para competir ou por vaidade, pois isso seria endeusar a carne. O crente deve cuidar da sua aparência externa sem exageros, mas debaixo da orientação do Espírito (Paulo diz: “Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém” – Rm 12: 3a). Essa é uma maneira de amar o parceiro: dando o nosso melhor de nós a ele como damos o melhor de nós ao Senhor. Ainda mais a Ele! Se podemos nos enfeitar e nos embelezar para alguém, podemos fazer o mesmo com Jesus, no físico, no emocional e no espiritual. Ninguém contesta a bíblia quando diz que Ele não vê a aparência, e sim o coração. Mas isso não é desculpa para negligenciarmos o cuidado com a higiene, com o sono, nem com a dieta, pois um corpo sadio é necessário para se fazer a obra de Deus, e uma alma pura e sem pecado embeleza o exterior para os que precisam ver Jesus na nossa vida. O pecado nos torna feios.

Dançar é pecado?

Depende de que dança você está falando. Deus usa muitos métodos para nos abençoar. Está provado que a movimentação do nosso corpo nos liberta de muitas doenças e bloqueios psicológicos. A bíblia diz: “Todo ser que respira louve ao Senhor. Aleluia!” (Sl 150: 6). Também está escrito no Salmo 67: 3-5: “Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te os povos todos. Alegrem-se e exultem as gentes, pois julgas os povos com equidade e guias na terra as nações. Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te os povos todos”. Nosso corpo é santuário do Espírito Santo, por isso, quando nós nos entregamos a Ele verdadeiramente, Ele passa a ter domínio completo sobre nós. Portanto, somos livres para dançar e cantar para o Senhor. Davi dançou quando trouxe a arca da Aliança para Jerusalém, e a bíblia faz menções incontáveis no livro de salmos sobre dançar e cantar para Deus. Não tenha vergonha de usar seu corpo para dançar e cantar para Ele. Se quando estávamos no mundo nós fazíamos tudo isso, por que não agora que temos um corpo santo onde o Espírito de Deus habita? Portanto, vamos usar essa arma a nosso favor e engrandecer o nome do nosso Deus. Está escrito: “Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas” (Tt 1: 15).

A nossa sexualidade está diretamente ligada à nossa identidade como ser vivo e único no planeta. Também está ligada à liberdade de nos mostrarmos como somos, até através dos nossos movimentos de corpo. Qualquer trauma naquela área vai afetar ossos, articulações, músculos, nervos e tendões, enfim, toda a nossa postura (interna e externa), portanto, uma das estratégias espirituais que o Senhor usa para nos tratar é através da música, mais especificamente, do louvor. Pessoas demasiadamente tímidas e envergonhadas que foram por demais reprimidas não conseguem louvar plenamente, pois até seus movimentos ficam restritos. Por isso, em lugares onde não se têm a liberdade de erguer os braços, de movimentar os pés conforme o ritmo da música, onde se vê pecado e malícia em tudo, não é muito provável que o Espírito Santo seja completamente liberado para agir através dos Seus filhos. Quando se está no mundo, tantas coisas passam sem serem notadas, entretanto, quando se torna um crente, quantas dádivas de Deus se tornam “podadas!” É uma pena.

A Palavra nos diz que o culto deve ter ordem e decência (1 Co 14: 40). Ninguém é a favor de movimentos impróprios e com segundas intenções durante o louvor a Deus, pois seria repugnante participar de algo assim. A Igreja não é teatro, lugar de show de música ou dança. Liberdade é diferente de libertinagem. Porém, o Espírito quer nos curar também através dos movimentos do nosso corpo, pois está escrito: “Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” – 2 Co 3: 17. Davi foi o maior exemplo dessa liberdade e dessa intimidade com Deus e com suas próprias emoções. Quando estava triste, perseguido e acabrunhado dava vazão às lágrimas; quando estava alegre, dançava. Foi com louvores e dança que ele trouxe a arca de volta para Jerusalém. Miriã dançou, assim como muitos outros filhos de Deus após uma grande vitória. Os judeus guardam essa tradição de danças e alegria em muitas de suas festas. Se eles mantêm o louvor ao Senhor, quem e o que fizeram de Jesus um sujeito triste, sério, sofredor e sem vida? A Igreja precisa reavaliar muitas coisas, entre elas o comportamento livre e santo em relação a Ele. As amarras da religiosidade estão impedindo inúmeras vidas de serem felizes e de sentirem a plenitude divina. A Palavra nos diz que Ele nos têm dado a plenitude e graça sobre graça (Jo 1: 16-17: “Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça. Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”). Jesus veio para nos fazer felizes em todos os sentidos.

Agora, se você que é um crente e está com dúvida se pode ir ao forró, à balada ou qualquer outro tipo de baile para dançar, e ainda mais com quem você não conhece, eu lhe digo para olhar dentro de você mesmo e ver se o Espírito Santo está endossando essa decisão. Há danças e danças, ritmos e ritmos; e muitas são as intenções dos corações. Um verdadeiro filho de Deus, guiado pelo Espírito, sabe distinguir o certo do errado, abandona as coisas da carne para buscar as coisas do espírito.

A seguir coloco algumas referências encontradas no livro de salmos em relação à participação de todo o nosso corpo, tanto nas súplicas quanto no louvor, além dos cânticos e dos instrumentos musicais: Sl 33: 2-3; Sl 47: 1 e 6; Sl 63: 3-4; Sl 87: 7; Sl 95: 6; Sl 134: 2; Sl 141: 2; Sl 149: 1; 3; Sl 150: 3-5.


Casal com alianças

Este texto se encontra no livro:


livro evangélico: As três faces do amor

As três faces do amor (PDF)

The three faces of love (PDF)


Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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