A Nova Jerusalém e a relação com as pedras preciosas (fundamentos) e as pérolas (portas); cores das pedras das tribos de Israel. O acampamento das tribos ao redor do Tabernáculo e as pedras do peitoral do sumo sacerdote.
Nota: Você pode ler sobre a Nova Jerusalém explicada de outra maneira, como fiz no estudo sobre Apocalipse cap. 21. Aqui neste texto (escrito por volta de 2010), eu escrevi sobre ela no contexto do estudo sobre Ezequiel cap. 1.
Apocalipse 21
9 Então, veio um dos sete anjos que têm as sete taças cheias com os últimos sete flagelos e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro;
10 e me transportou, em espírito, até uma grande e elevada montanha e me mostrou a santa cidade, Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus,
11 a qual tem a glória de Deus. O seu fulgor era semelhante a uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina.
12 Tinha grande e alta muralha, doze portas, e, junto às portas, doze anjos, e, sobre elas, nomes inscritos, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel.
13 Três portas se achavam a leste, três, ao norte, três, ao sul, e três, a oeste.
14 A muralha da cidade tinha doze fundamentos, e estavam sobre estes os doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.
15 Aquele que falava comigo tinha por medida uma vara de ouro para medir a cidade, as suas portas e a sua muralha.
16 A cidade é quadrangular, de comprimento e largura iguais. E mediu a cidade com uma vara até doze mil estádios [2.200 km]. O seu comprimento, largura e altura são iguais [um cubo perfeito de 20 côvados, como era o Santo dos Santos (1 Rs 6: 20), também chamado Debir, no tabernáculo e no templo, onde ficava a arca da Aliança].
17 Mediu também a sua muralha, cento e quarenta e quatro côvados, medida de homem, isto é, de anjo.
18 A estrutura da muralha é de jaspe; também a cidade é de ouro puro, semelhante a vidro límpido.
19 Os fundamentos da muralha da cidade estão adornados de toda espécie de pedras preciosas. O primeiro fundamento é de jaspe; o segundo, de safira; o terceiro, de calcedônia; o quarto, de esmeralda;
20 o quinto, de sardônio; o sexto, de sárdio (também chamado de cornalina); o sétimo, de crisólito; o oitavo, de berilo; o nono, de topázio; o décimo, de crisópraso; o undécimo, de jacinto; e o duodécimo, de ametista.
21 As doze portas são doze pérolas, e cada uma dessas portas, de uma só pérola. A praça da cidade é de ouro puro, como vidro transparente.
22 Nela, não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro.
23 A cidade não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada.
24 As nações andarão mediante a sua luz, e os reis da terra lhe trazem a sua glória.
25 As suas portas nunca jamais se fecharão de dia, porque, nela, não haverá noite.
26 E lhe trarão a glória e a honra das nações (cf. Is 60: 11).
27 Nela, nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira, mas somente os inscritos no Livro da Vida do Cordeiro.
Ez 48: 30-34
30 São estas as saídas da cidade: do lado norte, que mede quatro mil e quinhentos côvados,
31 três portas: a porta de Rúben, a de Judá e a de Levi, tomando as portas da cidade os nomes das tribos de Israel;
32 do lado oriental, quatro mil e quinhentos côvados e três portas, a saber: a porta de José, a de Benjamim e a de Dã;
33 do lado sul, quatro mil e quinhentos côvados e três portas: a porta de Simeão, a de Issacar e a de Zebulom;
34 do lado ocidental, quatro mil e quinhentos côvados e as suas três portas: a porta de Gade, a de Aser e a de Naftali.
35 Dezoito mil côvados em redor; e o nome da cidade desde aquele dia será: O Senhor Está Ali.
O profeta Ezequiel viu uma cidade (Ez 48: 30-34), mas a descreveu com menos detalhes que João (Ap 21: 9-27). Trata-se da Nova Jerusalém, nossa morada celestial. João, como todos os outros antes dele, usou o simbolismo de pedras preciosas para descrever o brilho e o resplendor divino. Embora a ordem das tribos descritas por Ezequiel nas portas da cidade estejam diferentes da ordem descrita em Êxodo e Números, eu vou me basear nos relatos de Moisés nesses dois últimos livros (Êxodo e Números) para conduzir o raciocínio, pois foi sobre essa base que interpretei a visão de Ezequiel capítulo 1 (estudo feito por volta de 2010) e a comparei com as faces dos querubins que ele viu.
As tribos no deserto acampavam ao redor do tabernáculo ou tenda da congregação e em volta do acampamento dos levitas. Assim, todas elas ficavam de frente para a tenda (Nm 2: 1-34).
A leste se acampavam: Judá, Issacar e Zebulom.
Ao sul: Rúben, Simeão e Gade.
A oeste: Efraim, Manassés e Benjamin.
Ao norte: Dã, Aser e Naftali.
Assim como cada tribo tinha o seu estandarte, elas também eram simbolizadas por pedras, pedras essas colocadas no peitoral das vestes do sumo sacerdote.
João usou mais ou menos o mesmo nome para as pedras (apesar das diferentes traduções posteriores); a única diferença é que individualizou cada uma (“fundamentos”), ao invés de colocá-las por “ordens” de nascimento ou acampamento como foi usado por Moisés.
Êx 39: 8-14 (ver Êx 28: 16-20). Note que a ordem das pedras é a ordem de acampamento, não a ordem de nascimento dos filhos de Jacó. Por isso, vemos explicações diferentes, até nas fontes judaicas.
8 Fizeram também o peitoral de obra esmerada, conforme a obra da estola sacerdotal: de ouro, estofo azul, púrpura, carmesim e linho fino retorcido.
9 Era quadrado; duplo fizeram o peitoral: de um palmo era o seu comprimento, e de um palmo dobrado, a sua largura.
10 Colocaram, nele, engastes de pedras, com quatro ordens de pedras: a ordem de sárdio, topázio e carbúnculo (na verdade, esmeralda) era a primeira;
11 a segunda ordem era de esmeralda (na verdade, granada), safira e diamante;
12 a terceira ordem era de jacinto, ágata e ametista;
13 e a quarta ordem era de berilo, ônix e jaspe; eram elas guarnecidas de ouro nos seus engastes.
14 As pedras eram conforme os nomes dos filhos de Israel, doze segundo os seus nomes; eram esculpidas como sinete, cada uma com o seu nome para as doze tribos.
Eu coloco aqui as pedras mais prováveis de serem usadas por Moisés e suas respectivas cores, não com a nossa tradução bíblica atual, mas segundo os nomes usados na Septuaginta (LXX) e no Texto Massorético. Depois, na tabela seguinte, uma explicação mais resumida.
Na época da tradução da Septuaginta (por volta de 250 AC) não se podia mais identificar as pedras designadas pelos nomes hebraicos referidos na Torá; assim, os tradutores usavam várias palavras gregas para traduzir a mesma palavra hebraica. Os escritores bíblicos antigos classificaram pedras preciosas de acordo com sua a aparência (cor, brilho), uso ou proveniência, pois não tinham o conhecimento da sua composição cristalina. Dessa forma, mesmo as pedras de composição ou forma cristalina diferente, se tivessem a mesma cor ou cor parecida poderiam ter nomes idênticos.
Algumas pedras têm variadas traduções por falta de maior conhecimento do assunto na Antiguidade e porque os nomes mudaram no decorrer das eras da humanidade; assim, muitos nomes usados em hebraico e grego podem trazer certa confusão. Por exemplo:
• O sárdio, às vezes, é chamado de cornalina (uma variedade castanha de calcedônia, embora sejam de variedades distintas, pois a cornalina tem tons que variam de laranja a marrom avermelhado e é mais macia; o sárdio é mais duro e sua coloração vai desde o marrom avermelhado profundo até quase preto);
• A granada é traduzida erroneamente como sardônio ou esmeralda;
• O carbúnculo, às vezes, é traduzido erroneamente como esmeralda;
• O diamante, traduzido erroneamente como calcedônia, quando na verdade se trata do ônix;
• A ágata, traduzida como crisópraso (uma calcedônia verde clara).
• O crisólito era um termo genérico para várias gemas amareladas ou esverdeadas, como crisoberilo, topázio, turmalina e a própria olivina (ou peridoto).
• A
safira é, na verdade, o lápis-lazúli, etc.
[Fonte: J. D. Douglas – O Novo Dicionário da Bíblia – edições vida nova, 2ª edição 1995].
Igualmente, os significados dos nomes hebraicos das pedras, dados pelo Texto Massorético do século VI DC, são obscuros e discutíveis.
Abaixo, o acampamento Israelita no deserto:
A tabela a seguir resume o que falei antes; ela mostra os nomes usados na época e a pedra como a conhecemos hoje:
Tribo | ordem | Pedras | Ponto cardeal | Cor |
Judá | 1ª | Sárdio | Leste | Vermelho |
Issacar | 1ª | Topázio (Olivina) | Leste | Verde amarelado |
Zebulom | 1ª | Carbúnculo (Esmeralda) | Leste | Verde |
Rúben | 2ª | Esmeralda (Granada) | Sul | Vermelho fogo |
Simeão | 2ª | Safira (Lápis lazúli) | Sul | Azul-oceano profundo |
Gade | 2ª | Diamante (Ônix) | Sul | Branco |
Efraim | 3ª | Jacinto (Amazonita) | Oeste | Verde azulado |
Manassés | 3ª | Ágata | Oeste | Multicores |
Benjamim | 3ª | Ametista | Oeste | Violeta |
Dã | 4ª | Berilo (Âmbar ou Jaspe dourado) | Norte | Dourado |
Aser | 4ª | Ônix (Berilo) | Norte | Verde mar |
Naftali | 4ª | Jaspe (Jaspe Verde) | Norte | Verde azulado |
Repetindo a descrição das pedras de Êx 39: 10-13 (ver Êx 28: 16-20):
10 ... a ordem de sárdio, topázio e carbúnculo (na verdade, esmeralda) era a primeira;
11 a segunda ordem era de esmeralda (na verdade, granada), safira e diamante;
12 a terceira ordem era de jacinto, ágata e ametista;
13 e a quarta ordem era de berilo, ônix e jaspe; eram elas guarnecidas de ouro nos seus engastes [engaste é uma guarnição de metal que que segura a pedraria nas jóias; engastar significa fixar. A NVI escreve: “todas fixadas em filigranas de ouro”. Filigrana é um trabalho delicado de ourivesaria, onde fios de ouro ou prata são delicadamente entrelaçados e soldados].
• Na 1ª fileira, vemos a descrição de 3 pedras: sárdio, topázio e carbúnculo. As palavras hebraicas e gregas são as seguintes:
•• Sárdio: odem (אֹ֫דֶם), Strong #124, no Texto Massorético e sardios (σαρδιος) na Septuaginta – ‘odem’ é originada da palavra adam, ‘vermelhidão’ ou ‘vermelho’, e provavelmente se refere à cornalina ou sárdio, uma pedra preciosa comum nas culturas clássicas. Muitos autores sugerem que ‘odem’ se refere à cornalina, pois era uma pedra preciosa comum nas regiões vizinhas do Egito e da Mesopotâmia. Outros sugerem o jaspe vermelho. Todos os autores concordam que esta pedra era vermelha. Algumas traduções modernas traduzem esta pedra como sendo um rubi, porém rubis eram desconhecidos nos tempos bíblicos. Por isso, eu coloquei o sárdio como a pedra de Judá.
•• Topázio: pitdah (פִּטְדָה), Strong #6357, no Texto Massorético e topazion (τοπάζιον) na Septuaginta; no Latim: topazius. Pitdah é de derivação estrangeira. Apesar da sugestão de alguns intérpretes de que se tratava de topázio, ele era pouco conhecido na época em que o Livro do Êxodo foi escrito; na era clássica (período histórico cultural entre o século VIII AC e o século V DC, centrado no mundo greco-romano), ‘topázios’ sempre se refere a peridoto. Peridoto, uma pedra semipreciosa verde-clara, foi encontrada esculpida em dois escaravelhos conhecidos do Império Médio do Egito. O Peridoto, às vezes chamado de crisólita ou crisólito, que significa ‘pedra de ouro’, é uma variedade transparente amarelo-esverdeada de olivina. Crisólito era um termo genérico para várias gemas amareladas ou esverdeadas, como crisoberilo, topázio, turmalina e a própria olivina. O peridoto é uma das poucas pedras preciosas que ocorre em apenas uma cor; é decorrente do vulcanismo e também podem ser visto em certos meteoritos de planetas e planetóides mais antigos que a própria Terra. Por isso, eu coloquei o peridoto como a pedra de Issacar.
•• Esmeralda: bareqeth ou barkath (בָּרֶ֫קֶת), Strong #1304, no Texto Massorético e smaragdos (σμαραγδος), Strong #4665, esmeralda, na Septuaginta e em grego do NT: Ap 21: 19; na ARA e na KJV: carbúnculo. Bareqeth vem da raiz de baraq, que significa ‘amarelo-esverdeado’, daí sua cor; uma jóia reluzente, talvez a esmeralda. Smaragdos é cognato (da mesma raiz) de esmeralda, mas na verdade, o termo grego poderia se aplicar a diversas gemas verdes diferentes, não apenas a essa pedra. A esmeralda, no sentido moderno mais estrito de ‘berilo verde’, existe localmente no Egito, mas só foi ativamente minerada no período ptolomaico. Levando em consideração que Bareketh era verde, pode-se pensar no jaspe verde e na esmeralda. Lembrando do comentário que escrevi acima sobre a diferença entre as palavras de hoje e do passado [J. D. Douglas], eu coloquei a esmeralda como a pedra de Zebulom. Mesmo porque o jaspe verde, provavelmente, é a mais forte candidata a uma pedra de outra tribo.
• Na 2ª fileira, vemos a descrição de 3 pedras: granada (erroneamente traduzida como esmeralda), safira e diamante. As palavras hebraicas e gregas são as seguintes:
•• Granada: nophek (נֹ֫פֶך), Strong #5306, no Texto Massorético e anthrax (ἄνθραξ, na Septuaginta). Nofekh é um termo emprestado do egípcio mfkꜣt, referindo-se à turquesa, uma pedra preciosa azul-esverdeada ou esmeralda. A turquesa foi um mineral extraído com freqüência no Egito durante o segundo milênio AC na Península do Sinai. O Targum Babilônico e o primeiro Targum de Jerusalém corroboram essa identificação, favorecendo sua cor verde. Por outro lado, a palavra grega ‘anthrax’ (ἄνθραξ) significa ‘carvão’, referindo-se a uma pedra preciosa vermelha ou às lesões negras e carbonizadas que caracterizam a doença causada pela bactéria Bacillus anthracis. O termo foi adotado em inglês e noutras línguas para descrever a doença devido à aparência das lesões cutâneas da infeção. A Concordância de Strong diz que a palavra nophek vem de uma raiz pouco utilizada que significa: reluzir, brilhar; provavelmente a granada, que é avermelhada, corroborando a palavra grega ‘anthrax’. Por isso, eu coloquei a granada como a pedra de Rúben.
•• Safira: sappir (סַפִּיר), Strong #5601, no Texto Massorético e Sapphiros (σαπφειρος, na Septuaginta). Sappir vem da palavra caphar; uma gema (talvez usada para riscar outras substâncias), provavelmente a safira. Mas, apesar de soar como safira, sabe-se que a safira era desconhecida antes da era do Império Romano. Depois que a safira se tornou mais conhecida, foi traduzida em grego e latim como jacinto (ὑάκινθος, hyakinthos). Assim, o termo sappir referia-se ao lápis-lazúli, um mineral de cor semelhante à safira, e o nome gradualmente passou a se referir a este último mineral devido à sua cor. Lápis-lazúli é uma pedra de cor azul oceano profunda, freqüentemente enviada da Babilônia como presente ao Faraó Aquenáton (Akhenaton). O filósofo grego e naturalista, Teofrasto (Theophrastus, Θεόφραστος, em Latim: Theophrastos, 371-287 AC), colega de Aristóteles, menciona a pedra ‘safira’ como sendo escura e tendo a cor de ‘verdete’, além de ser salpicada de ouro. Verdete é uma pedra verde azulada brilhante formada em cobre ou latão pela oxidação atmosférica. Portanto, a descrição de Teofrasto para safira se encaixa no lápis-lazúli. Por isso, eu coloquei o lápis-lazúli como a pedra de Simeão.
•• Diamante: yahalom (יַהֲלֹם), Strong #3095, no Texto Massorético e iaspis (ἴασπις) na Septuaginta. Alguns estudiosos sugeriram que Yahalom pode se referir a diamantes, devido à sua dureza (a palavra é originada de halam (dureza), embora a capacidade de lapidar diamantes não tivesse sido descoberta antes da era clássica (Época greco-romana). A Septuaginta emprega a palavra ‘iaspis’, se referindo a uma categoria de pedras azul-esverdeadas compostas por um grande número de espécies minerais. Outros estudiosos propuseram uma variedade de quartzo, especialmente o quartzo leitoso comum (conhecido por sua brancura semelhante à da lua), provavelmente o ônix. O ônix é uma variedade de quartzo, mais especificamente uma forma de calcedônia microcristalina, listrada de preto e branco, um mineral de silicato. Ele se distingue pela sua estrutura de bandas paralelas, que podem variar de cor, como preto, branco, bege e verde, e por sua translucidez, que permite efeitos de iluminação. O ônix carneliana possui listras brancas e vermelhas, e o sardônio possui listras brancas e castanhas alternadas. É também usado para as variedades de alabastro, mármore, obsidiana e opala.
O diamante é traduzido erroneamente como calcedônia (Ap 21: 19), quando na verdade se trata do ônix. É interessante perceber que a palavra grega ‘iaspis’ (ἴασπις, ‘jaspe’, Strong #2393) também está escrita em Ap 21: 11, se referindo à nova Jerusalém: “O seu fulgor [da cidade de Jerusalém] era semelhante a uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina.” Isso fala a favor de uma pedra cristalina e reluzente, como o diamante ou o ônix, variedades de quartzo, não o jaspe. A palavra grega ἰάσπις, ἰασπιδος, ἡ (iáspis, íáspidos ou iáspidon), antes de Platão, se referia ao jaspe, uma pedra preciosa de diversas cores (pois algumas são roxas, outras azuis, outras verdes e outras da cor do bronze. Plínio [História Natural, Livro 37, a seção / ponto 37(8), 18f.] menciona o jaspe em Ap 4: 3 e Ap 21: 11 em referência à luz do trono de Deus. Muitos pensam que se trata do diamante (o que é questionável); outros, a opala preciosa [fonte: https://bibliaportugues.com/greek/2393.htm] que, inclusive, mostra uma gama de cores. Por isso, eu coloquei o ônix como a pedra de Gade.
• Na 3ª fileira, vemos a descrição de 3 pedras: jacinto, ágata e ametista. As palavras hebraicas e gregas são as seguintes:
•• Jacinto: leshem (לֶ֫שֶׁם), Strong #3958, no Texto Massorético, que significa ‘opala’, e ligurios na Septuaginta ou yakinthon / yákinthos (υακινθον / υάκινθος) = jacinto. Leshem parece derivar do egípcio nšmt, referindo-se à amazonita (que tem cor esverdeada). Essa identificação contrasta com a Septuaginta, que o identifica como liggourrion ou lyngurium, que se refere a uma cor azulada. A opala preenche bem as duas definições, pois, ao contrário da opala preciosa, que mostra uma interação de cores internas, os outros tipos de opala comum apresentam tom leitoso azulado a esverdeado (como a opala de leite, por exemplo). Opala era rara e muito valiosa na Antiguidade. Na Europa, era uma jóia valorizada pela realeza. Até a abertura de vastos depósitos na Austrália no século XIX, a única fonte conhecida era Červenica, além da fronteira romana na Eslováquia. Opala é a pedra preciosa nacional da Austrália. Atualmente, as principais fontes de opala são a Austrália e a Etiópia.
Entretanto, pode-se pensar também na Amazonita. Embora tenha sido usada para jóias por mais de três mil anos, como foi evidenciado por achados arqueológicos na Mesopotâmia e no Reino Médio (2055-1650 AC) e Novo do Egito (1550-1069 AC), nenhuma autoridade antiga ou medieval menciona isso. Ela foi descrita pela primeira vez como um mineral distinto apenas no século XVIII. Na Idade do Bronze (3000-1200 AC), ela foi extraída no sul do deserto oriental em Gebel Migaif, no Egito. No início dos tempos modernos, foi obtido quase exclusivamente da Rússia, onde ocorre em rochas graníticas. A Amazonita é agora conhecida por ocorrer em vários lugares ao redor do mundo: Austrália, Líbia, China, Mongólia, Etiópia, África do Sul, Suécia, EUA. Pela sua ocorrência nos achados arqueológicos do Egito e Oriente Médio e pela dificuldade de extração da opala nos tempos antigos, é mais provável que a pedra de Efraim, traduzida como jacinto, fosse a amazonita.
•• Ágata: shebo ou ševo (שְׁבוֹ), Strong #7618, no Texto Massorético, e achates (Αχάτες, ágatas), na Septuaginta. Ševo deriva do termo acádio šubû, que significa ágata, e ‘achates’ definitivamente se refere a uma ágata listrada. Outras fontes dizem que shebo vem de uma raiz pouco utilizada, idêntica à de shabah, devido à idéia de subdivisão em flashes ou serpentinas, e que significa flamejar; seria uma pedra preciosa (pelo seu brilho), provavelmente a ágata. Ágatas eram comuns no Egito e na Assíria. Na verdade, neste texto na Septuaginta (Êx 39: 12), nós podemos ver escrito [https://pesquisa.biblia.com.br/pt-BR/ARA,LXX/ex/39/12]: “e tomaram posse dela com jacinto, púrpura e vermelho e fizeram uma vestimenta litúrgica para os sacerdotes oficiarem aos ouvidos do santo.” Jacinto é escrito como υακινθον (yakinthon); púrpura é escrito como πορφυραν, porfyran = roxo; e vermelho, como κοκκινον ou κόκκινος, kokkinon ou kókkinos, mas não se pode ler neste texto a palavra Αχάτες (achates), encontrado em outros. Isso nos faz pensar que a variedade de ágata a que se refere aqui tem um tom avermelhado, com listras, sim. Por isso, eu coloquei a ágata vermelha com muitas listras como a pedra de Manassés.
•• Ametista: ahlamah (אַחְלָמָה), Strong #306, no Texto Massorético ou Amethystos (améthystos, αμέθυστος) na Septuaginta (neste texto de Êx 39: 12: πορφυραν, porfyran). Ahlamah deriva do egípcio ḫnmt, que se refere ao jaspe vermelho, um mineral amplamente atestado no Egito. A tradução da Septuaginta com amethystos refere-se à ametista, um mineral roxo que se acreditava proteger contra a embriaguez alcoólica [o nome ‘ametista’ pode ser traduzido literalmente como ‘não intoxicante’; proveniente de ‘a’ (uma partícula negativa) e ‘methuo’, intoxicação], pois os melhores exemplares de cristal de rocha são da cor de vinho puro. Ambas as pedras preciosas (a ametista e o jaspe vermelho) eram conhecidas no Egito. No Targum Babilônico, aḥlamah é traduzido como um termo que significa ‘bebida forte’, o que parece fazer referência a crenças sobre a ametista, mas no Targum de Jerusalém, é traduzido como um termo que significa ‘olho de bezerro’ (provavelmente, também uma referência ao jaspe). O Midrash Rabá (uma coleção de comentários bíblicos rabínicos em hebraico e aramaico sobre a Torá e os Cinco Rolos: Rute, Lamentações, Eclesiastes, Ester e Cântico dos Cânticos) descreve a cor da pedra da seguinte maneira: “É semelhante ao vinho límpido, cuja vermelhidão não é muito forte.” A Septuaginta (Êx 39: 12, como visto acima) corrobora essa cor púrpura com a palavra πορφυραν, porfyran, pois o substantivo ‘pórfira’ se referia à divisão do palácio imperial bizantino onde se davam os partos das imperatrizes e que era revestido com lajes de mármore púrpura. Para mostrar que era legítima a ascendência de um imperador, e conseqüentemente, o seu direito ao trono, eles acrescentavam o título ‘porfirogênito’ ou ‘porfirogênita’. Por isso, eu coloquei a ametista como a pedra de Benjamim.
• Na 4ª fileira, vemos a descrição de 3 pedras: berilo, ônix e jaspe. As palavras hebraicas e gregas são as seguintes:
•• Berilo: tarshish (תַּרְשִׁישׁ = água-marinha), Strong #8658, no Texto Massorético; e crisólita (chrysolithos; χρυσολιθος) na Septuaginta. Tarshish é uma palavra de origem estrangeira (cf. Tarshiysh, relacionada ao lugar: Társis). Em Dn 10: 6, está escrito: “o seu corpo era como o berilo [tarshish ou Taršīš], o seu rosto, como um relâmpago, os seus olhos, como tochas de fogo, os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como o estrondo de muita gente”. Daniel sugere neste versículo que Taršīš era uma pedra luminosa ou de cor quente, identificada por certos escritores como o âmbar do Báltico, por ser a única pedra de cor dourada usada pelos israelitas. ‘Chrysolithos’ (não se referindo à pedra em si) aqui é um adjetivo que se traduz como ‘pedra de ouro’, significando que era dourada, como o âmbar, que não é uma pedra, mas uma resina fóssil de árvores, principalmente pinheiros no Período Eoceno (há 56-33,9 milhões de anos), que se solidificou ao longo de milhões de anos e da qual se fizeram e fazem jóias e objetos ornamentais. Poderia também se tratar do berilo dourado, conhecido como Heliodoro. Ezequiel (Ez 1: 16; Ez 10: 9; Ez 28: 13) também menciona o berilo ao se referir à resplandecência do trono de Deus ou das rodas dos carros dos querubins. E a palavra hebraica é a mesma: tarshish, sempre com a conotação de uma luz clara de tom dourado e muito brilhante.
‘Crisólito’ era um termo genérico para várias gemas amareladas ou esverdeadas, como crisoberilo, topázio, turmalina e a própria olivina (ou peridoto). Berilo é uma variação de esmeralda (verde). O berilo vermelho é muito raro. Uma das formas mais comuns de berilo na natureza é a esmeralda, uma pedra preciosa de cor característica verde. Os druidas utilizavam o berilo como cristal divinatório e os antigos escoceses chamavam-lhe ‘pedra do poder’. Mas, levando-se em consideração os termos tarshish e chrysolithos, a característica cultural dos israelitas e a menor evidência de um berilo dourado, eu coloquei o âmbar como a “pedra” de Dã.
•• Ônix: Shoham (שֹׁ֫הַם), Strong #7718, no Texto Massorético e Beryllios (viryllion, βηρυλλιον), na Septuaginta, em Êx. 28: 20; em outros lugares, a Septuaginta escreve ônix (onychion, ονυχιον), smaragdos ou a expressão ‘pedra verde-alho-poró’ (šoham, no Massorético). Beryllios refere-se à cor azul-esverdeada do mar; onychion refere-se à pedra de ônix, e smaragdos significa literalmente ‘pedra verde’ e refere-se a um cristal brilhante (berilo ou cristal de rocha). Em Ap 21: 20, o termo grego é βήρυλλος, bérullos, Strong #969, que significa: um berilo, uma pedra preciosa de várias cores, sendo a mais conhecida o verde-mar. A Concordância de Strong escreve sobre ‘shoham’: de uma raiz não utilizada, provavelmente significa branquear; uma gema, provavelmente o berilo (por sua cor verde-claro). A água-marinha é uma variedade de berilo, por isso, a coloquei como a pedra de Aser.
•• Jaspe: yashepheh ou yošfe (יָשְׁפֵה), Strong #3471, no Massorético, ou iaspis (ἴασπις) na Septuaginta e em Josefo. Embora yošfe e iaspis sejam cognatos de jaspe, eles não têm exatamente o mesmo significado. A Concordância de Strong diz que yashepheh vem de uma raiz pouco utilizada que significa ‘polir’. Em Êx 28: 20, que descreve as mesmas pedras, a LXX escreve ‘ônix’, onychion, ονυχιον. Em Ap 21: 19, também é usada a palavra ‘iaspis’, igualmente traduzida como ‘jaspe’. Embora o jaspe possa ter qualquer cor, a palavra iaspis se refere a uma categoria de pedras azul-esverdeadas compostas por um grande número de espécies minerais; e o mineral que os gregos chamavam de iaspis era o jaspe verde (a forma mais valorizada de jaspe), e os estudiosos acreditam que esta seja a cor mais provável referida por yošfe. Por isso, coloquei o jaspe verde como a pedra de Naftali.
Fonte de Pesquisa: Wikipedia.org
João coloca as pedras de maneira aleatória, não mais relacionadas à ordem de nascimento ou de acampamento dos filhos de Jacó ao redor do Tabernáculo, mesmo porque ele dá outra conotação às pedras, como você poderá ver adiante.
19 Os fundamentos da muralha da cidade estão adornados de toda espécie de pedras preciosas. O primeiro fundamento é de jaspe; o segundo, de safira; o terceiro, de calcedônia; o quarto, de esmeralda;
20 o quinto, de sardônio; o sexto, de sárdio; o sétimo, de crisólito; o oitavo, de berilo; o nono, de topázio; o décimo, de crisópraso; o undécimo, de jacinto; e o duodécimo, de ametista.
As palavras gregas usadas no Texto Receptus são:
• Jaspe (ιασπις, iaspis, Strong #2393). No texto do AT, nós vimos que se refere ao jaspe verde, a pedra de Naftali, o yashepheh ou yošfe, no Massorético.
• Safira (σαπφειρος, sapphiros, Strong #4552). Na verdade, o lápis-lazúli, a pedra de Simeão.
• Calcedônia (χαλκηδών, chalkédón, Strong #5472). Como vimos no comentário anterior, o diamante, traduzido erroneamente como calcedônia, quando na verdade se trata do ônix. João está falando do ônix, uma variedade de quartzo, como comentamos sobre a pedra de Gade.
• Esmeralda (σμάραγδος, smaragdos, Strong #4665). O termo grego sugere a esmeralda mesmo, a pedra de Zebulom.
• Sardônio (σαρδόνυξ, sardonux, Strong #4557, uma pedra preciosa branca com listras vermelhas). Como vimos no comentário anterior, a granada é traduzida erroneamente como sardônio ou esmeralda; então, aqui, João estaria falando da granada, a pedra de Rúben.
• Sárdio (σάρδιον, sardion, Strong #4556, que significa cornalina, uma pedra preciosa). Como vimos no comentário anterior, o sárdio, às vezes, é chamado de cornalina (uma variedade castanha de calcedônia), embora sejam de variedades distintas, pois a cornalina tem tons que variam de laranja a marrom avermelhado e é mais macia; o sárdio é mais duro e sua coloração vai desde o marrom avermelhado profundo até quase preto. No AT foi usado como a pedra de Judá.
• Crisólito (χρυσόλιθος, chrusolithos, Strong #5555. Crisólito era um termo genérico para várias gemas amareladas ou esverdeadas, como crisoberilo, topázio, turmalina e a própria olivina ou peridoto). ‘Crisólito’ significa ‘pedra de ouro’. Nós vimos que essa a palavra grega usada na Septuaginta se referindo à palavra hebraica ‘berilo’, ‘tarshish’, e que, na verdade, estava falando do âmbar báltico ou do berilo amarelo, a pedra de Dã.
• Berilo (βηρυλλος, bérullos; Strong #969, um berilo, uma pedra preciosa de várias cores, sendo a mais conhecida o verde-mar). Na Septuaginta, para a tradução de ‘Shoham’ (‘pedra verde-alho-poró’) do texto de Êx 39, essa palavra grega veio a representar o berilo mesmo ou uma variedade como a água-marinha, de cor verde azulada como a pedra de Aser. Na tradução atual da nossa bíblia, a palavra ficou como ‘ônix’, mas nada tem a ver com as palavras gregas ou hebraicas.
• Topázio (τοπάζιον, topazion, Strong #5116). Como no texto de Êx 39 e 28, a palavra topazion na Septuaginta se referia ao peridoto, uma pedra transparente amarelo-esverdeada de olivina, a pedra de Issacar.
• Crisópraso (χρυσόπρασος, chrusoprasos), Strong #5556, uma calcedônia verde clara de cor verde-dourada, traduzida como: vara-de-ouro ou alho-poró-dourado). Como falamos anteriormente, a ágata, é muitas vezes é traduzida erroneamente como crisópraso. Então, João está se referindo à ágata mesmo, a pedra de Manassés.
• Jacinto (ὑάκινθος, huakinthos, Strong #5192, uma pedra preciosa da cor do jacinto), colocada na Septuaginta como ‘ligurios’ ou ‘yakinthon’ / ‘yákinthos’ (υακινθον / υάκινθος), se referindo a uma gema de cor verde azulada como a amazonita, a pedra de Efraim.
• Ametista (ἀμέθυστος, amethustos, Strong #271), a mesma pedra mencionada em Êxodo com o mesmo nome, como a pedra de Benjamim.
Embora pareça obscura para nós a relação entre as pedras escolhidas por Deus e cada tribo de Israel, podemos dizer num sentido geral que, para o Senhor, Seus filhos são jóias preciosas, cada um com uma unção diferente dando um colorido especial à Sua criação. Se tivéssemos que fazer uma correlação entre as faces dos querubins vistas por Ezequiel e João e a cidade quadrangular que está erguida para os que forem salvos, poderíamos dizer que, para estarmos lá, são necessárias quatro características:
a) o bom uso da autoridade, do poder e da liderança espiritual que foram colocados em nós (leão);
b) o uso adequado da inteligência e do livre-arbítrio dado por Deus aos Seus filhos (homem);
c) a sabedoria para lidar com os bens materiais e ser um verdadeiro adorador (boi);
d) a vontade de atingir as alturas espirituais e estar pronto à renovação que vem do Espírito Santo (águia).
Ap 21
12 Tinha grande e alta muralha, doze portas, e, junto às portas, doze anjos, e, sobre elas, nomes inscritos, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel.
13 Três portas se achavam a leste, três, ao norte, três, ao sul, e três, a oeste.
14 A muralha da cidade tinha doze fundamentos, e estavam sobre estes os doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro...
19 Os fundamentos da muralha da cidade estão adornados de toda espécie de pedras preciosas...
21 As doze portas são doze pérolas, e cada uma dessas portas, de uma só pérola. A praça da cidade é de ouro puro, como vidro transparente.
É interessante perceber que essas pedras foram chamadas de fundamentos e nelas se encontravam igualmente doze pérolas, formando portas. Parece uma contradição entre o que está escrito no AT por Moisés sobre as pedras e o que está escrito por João, pois o apóstolo não mais se refere às pedras preciosas como os patriarcas e sim como os apóstolos, dando aos patriarcas o simbolismo de pérolas, mais precisamente de uma só pérola. Isso significa que os doze patriarcas representam as portas colocadas por Deus na terra para firmar Sua promessa de resgate com os homens, mais especificamente com o Seu povo escolhido (“uma só pérola” – Ap 21: 21). A eles, foi dada a Lei para que a cumprissem e se mantivessem junto ao Criador. Quando Jesus veio cumprindo-a e trazendo a nova aliança, Ele passou a preparar filhos com a Sua autoridade, por meio dos quais muitos outros povos pudessem conhecer a Salvação. Esses foram os apóstolos, simbolizados nesta visão de João como fundamentos adornados de todo tipo de pedras preciosas (Ap 21: 19).
Os patriarcas, portanto, foram as portas as quais o Senhor abriu para a aliança com o homem e construiu Sua obra, colocando regras para o ser humano, a fim de que ele entendesse ser possível passar para um novo nível de entendimento espiritual e atingir a perfeição (quatro lados da cidade, quatro ordens de tribos, quatro letras no nome hebraico do Senhor – YHWH, símbolo de um número perfeito, do homem unido à Trindade, o número do evangelho), portanto, a vida eterna. Entretanto, ao enviar Seu Filho a terra, Ele fundamentou definitivamente o caminho para que essa perfeição fosse atingida. Foi Jesus mesmo que disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14: 6). Dessa forma, os discípulos de Jesus, os doze apóstolos, são os fundamentos para a construção de uma grande obra, levando o evangelho e abrangendo todos os outros povos, não somente os judeus, mas igualmente os gentios (pedras preciosas de vários tipos – Ap 21: 19) nos quatro cantos da terra. Através da obra que eles deixaram estabelecida, a humanidade conheceria o caminho (a porta) de volta ao Éden:
Ap 22
1 Então, me mostrou o rio de água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro.
2 No meio da sua praça, de uma e de outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos.
3 Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. O seus servos o servirão,
4 contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele.
5 Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos.
a) rio de água da vida: vida eterna, salvação, vida plena e abundante, o fluir constante do Espírito Santo.
b) a árvore da vida: Jesus, no centro do jardim do Éden.
c) doze frutos (todos os meses do ano): nada faltará, não haverá mais fome nem necessidade de nenhum tipo; frutificar ininterrupto dos eleitos de Deus (cf. Ez 47: 12).
d) as folhas da árvore são para a cura dos povos: ali haverá refúgio para os que viveram desprotegidos e remédio para as feridas da alma; resposta para as perguntas não respondidas, entendimento de todas as coisas feitas por Deus (Sl 34: 8-11).
e) Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles:
• Gn 1: 3: “Disse Deus: Haja luz; e houve luz”... Nesta fase inicial, a luz à qual a bíblia se refere é a própria glória de Deus entrando em cena na pessoa de Jesus.
• Is 60: 19-20: “Nunca mais te servirá o sol para luz do dia, nem com seu resplendor a lua te alumiará; mas o Senhor será a tua luz perpétua, e o teu Deus, a tua glória. Nunca mais se porá o teu sol, nem a tua lua minguará, porque o Senhor será a tua luz perpétua, e os dias do teu luto findarão”.
• Jo 1: 1-5: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela”.
• Ap 21: 23: “A cidade não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada”.
• Ap 22: 5: “Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos”.
Estou escrevendo palavras proféticas sobre a nova Jerusalém após a segunda vinda de Cristo para mostrar que estamos, na verdade, voltando para o ponto de onde saímos. A luz que um dia veremos (Jesus) é a mesma luz que iniciou todas as coisas.
João descreve a Nova Jerusalém como uma cidade, símbolo da morada da igreja, a comunhão total e perfeita com Deus. Ali está o Seu trono. Ela não é só o lar dos remidos, mas é a própria noiva do Cordeiro. A cidade é santa, celestial; reflete a glória de Deus, ao mesmo tempo em que descreve o fulgor, o brilho e a beleza da noiva. Ali, nós também desfrutaremos plenamente da nossa filiação. Ali, nós somos a noiva de Cristo e filhos e herdeiros de Deus. Essa cidade é fundamentada sobre a verdade de Jesus e tem uma muralha alta, significando Sua proteção para os remidos.
Depois, João descreve a Nova Jerusalém não mais como uma cidade (Ap 22: 1-5), mas como um jardim onde flui o rio de água da vida, à semelhança do Éden, o jardim criado por Deus para Adão e Eva. Agora, não há mais quatro rios, como havia no jardim do Éden, mas o rio de água da vida, que sai do trono de Deus e do Cordeiro. Ele é símbolo da vida eterna, da salvação, da vida plena e abundante. Ali, os remidos verão a Deus face a face e já não haverá mais dor nem maldição. Ali não precisará mais de astros como o sol, a lua e as estrelas porque o Senhor brilhará sobre todos. Sua luz é o bastante.
Curiosidades e Revelações (PDF)
Curiosities and Revelations (PDF)
Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti
PIX: relacionamentosearaagape@gmail.com