O Salmo 133 tem importantes revelações de Deus para nós, como irmãos em Cristo Jesus. Ele nos ensina o amor philleo. Que significado tem o Monte Hermom para nós neste salmo? Dicas sobre a comunicação interpessoal (menu).


Salmo 133 – estudo bíblico




“Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o Senhor a sua bênção e a vida para sempre” (Sl 133: 1-3).

O Hermom significa: montanha sagrada, santuário (hebraico, hermôn) e é o pico sul na Cordilheira das montanhas do Anti-Líbano com dois mil e oitocentos e quatorze metros de altitude, provavelmente o mais alto deles. O Anti-Líbano é uma cordilheira que se estende de sudeste a nordeste do Líbano com cerca de 150 km de comprimento, sendo a cadeia do leste e paralela ao maciço do monte Líbano que está a oeste, voltado para o Mar Mediterrâneo. Abrange Líbano, Israel e Síria. A neve quase nunca desaparece do seu cume durante o ano inteiro, causando orvalhos abundantes em tremendo contraste com a terra seca da região, enquanto que o degelo é uma das principais fontes alimentadoras do Rio Jordão. Muito provavelmente foi no Mte. Hermom onde ocorreu o episódio da transfiguração de Jesus, próximo a Cesaréia de Filipe. O Hermom é também chamado de Senir (Senir, cota de malha) pelos amorreus e, pelos assírios, Saniru (Dt 3: 9). É também chamado em Dt 4: 48 de Siom (elevado ou montanha sagrada) e de Siriom (couraça), pelos sidônios.

Explicando um pouco o Salmo 133, em primeiro lugar o salmista expressou a alegria do Senhor ao ver a união entre os irmãos. Ele compara essa unção de união ao óleo precioso com que eram ungidos os sacerdotes, que escorria da cabeça para todo o corpo, simbolizando a proteção derramada por Deus sobre eles. Essa unção de união e amor fraterno também é comparada à água que escorre do Monte Hermom após o degelo e enche o Rio Jordão, conseqüentemente, todo Israel, mantendo a vida onde as regiões são desérticas. Como vimos, Hermom significa: montanha sagrada, santuário. Portanto, a união que vem do coração de Deus para Seus filhos é algo sagrado e que deve permanecer fluindo como águas que matam a sede dos que são carentes. É lá do alto do Hermom, do santuário, do sagrado, que fluem as águas vivas para nutrir nossa terra. Quando o líder de uma comunidade (“Arão”) manifesta em si mesmo o amor fraterno, todos os demais membros que estão em submissão a ele também serão abençoados por esse amor e aprenderão, igualmente, a desenvolvê-lo. Quando o amor Philleo (amor fraterno, em grego) é pleno dentro da Igreja, a bênção divina é plena. Nós poderíamos dizer que a comunicação entre as pessoas no nível emocional flui como algo líquido, maleável, que dessedenta e libera a vida de cada um das barreiras do preconceito, da timidez, do julgamento, da culpa, da vergonha etc. Quando esse tipo de comunicação está impedido por alguma causa, sentimos o peso da rigidez, da frieza e da dureza dos corações. A vida de Jesus não pode se manifestar num lugar desses. Por isso, é importante termos dentro de nós a disposição de amar os irmãos para que essas barreiras caiam dentro do Corpo de Cristo e o avivamento do Espírito possa agir. Devemos nos lembrar das palavras de Jesus quando disse que nós somos o sal da terra e se esse sal perder o sabor, para nada aproveita. O sal simboliza aliança (Lv 2: 13; Nm 18: 19), fidelidade das promessas de Deus, natureza não perecível do pacto, o amor imutável de Deus, sinal de purificação e santidade. Se colocarmos um pouco de sal sobre uma pedra de gelo, ela começa a derreter. Assim deve ser conosco; como sal da terra nós devemos derramar nossa unção de amor aonde formos, porque o seu calor vai derreter o gelo da frieza dos corações daqueles que não conhecem ainda essa força dada por Deus. O amor fraterno sadio propicia o desenvolvimento do amor de Deus, o Ágape, em nossos corações. Abaixo, o Monte Hermom e a visão por satélite do Anti-Líbano.

Comunicação interpessoal:

Para completar o texto, vamos conhecer os níveis de comunicação que atingimos quando nos relacionamos com alguém. Em primeiro lugar, precisamos saber qual a nossa posição real diante da pessoa com a qual estamos dialogando: se ela é uma autoridade sobre nós, se ela é uma figura de autoridade como nós, mas não sobre nós, se nós é que somos autoridade sobre ela, ou se estamos no mesmo patamar de crescimento espiritual; aqui estamos falando sobre liderança, sobre estar ou não submetido a um aconselhamento, a ordens ou a simples orientações, porque se estivermos nos relacionando apenas como irmãos e amigos, sem o intuito de direcionar um ao outro, passamos a ocupar uma posição de igualdade. Vamos explicar melhor, com base na da linha científica que acho mais fácil de entender.

A nossa mente pode ser dividida em três níveis: a criança, o adulto e o pai. É o que antigamente era chamado de inconsciente, ego e superego. A criança é a nossa parte inconsciente mesmo, onde imperam mais as emoções em toda a sua espontaneidade; seja para o lado positivo ou para o negativo. O adulto corresponde ao nosso consciente, onde estão as coisas mais racionais e práticas da nossa vida, onde temos maturidade e controle, auto-estima, capacidade profissional etc. O pai representa a nosso superego, onde existe o controle moral equilibrado sobre nossos atos, no caso positivo, ou uma opressão e uma repressão nos casos doentes ou negativos, sem a participação do Espírito de Deus, onde o próprio ser humano quer exercer a disputa de autoridade com o Senhor, com o seu próximo e até consigo mesmo. Por isso, é importante a nossa entrega total, incondicional e irrestrita a Ele, porque só assim a autoridade que Ele nos deu passará a ser exercida como Ele exerce: temperada com a misericórdia e com o domínio do Seu próprio Espírito de acordo com Sua palavra. É neste lugar onde descobrimos, rapidamente, a diferença entre uma autoridade carnal e uma levantada verdadeiramente por Deus. A autoridade vinda de Deus não nos reprime nem oprime, mas nos corrige para o bem, não deixando carga nem peso sobre nós. A carnal, pelo contrário, nos sobrecarrega com leis e regras.

Como eu disse, quando estamos dialogando com alguém nós precisamos saber em que patamar nós estamos em relação a essa pessoa. Não que a conversa precise ser estática o tempo todo, mas a mudança de um nível para outro precisa ser harmônica. Vou lhe dar um exemplo: suponha que você telefone para uma amiga ou um amigo e a conversa comece no tom de brincadeira ou amizade descompromissada. Estamos falando, então, no nível da criança, onde há igualdade, podemos brincar e não precisamos repreender ou julgar. Depois, começa-se a conversar sobre coisas mais sérias como a família, o trabalho, a saúde; então, passa-se para o segundo nível de comunicação onde entra o adulto, ou seja, as perguntas e respostas são mais objetivas e diretas, mais maduras e mais consistentes. Ainda neste ponto, o nível é de igual para igual. Vamos supor que uma das pessoas precise de um aconselhamento nesta fase. Então, ela se coloca novamente na posição de submissão (criança) à outra (pai) e se deixa ser instruída. A outra passa a fazer a figura de pai, a primeira recebe a orientação e não há briga nem discussão, pois cada um soube ocupar a posição correta. Depois, volta-se à conversa como adultos ou termina-se novamente o telefonema mantendo o bem-estar e a amizade da criança. É o famoso ‘jogo de cintura’ que devemos ter nos nossos relacionamentos com quem quer que seja para que tenhamos paz e bons amigos. Quando temos o Espírito de Deus em nós, saberemos instruir e nos deixaremos ser instruídos.

Agora, o que acontece quando a outra pessoa começa a querer mandar sem ter autorização para isso?

Quando a outra pessoa, sem ser convocada por Deus, se coloca indevidamente na posição de autoridade sem o ser, aí sim, a conversa fica desigual, porque começa uma discussão sem sentido onde o orgulho, a acusação falsa, a mentira, a arrogância, o desrespeito entram em jogo. O que você acha que vai acontecer? Essa pessoa que iniciou a contenda vai puxar a primeira para o nível do pai, da autoridade, para poder se defender. E se esta for uma verdadeira autoridade de Deus, a outra vai pagar o preço pela insubordinação e pela irreverência. Este é o ponto onde Satanás corrói os relacionamentos e mina a autoridade de um líder, se este estiver inconsciente do jogo. Se ele estiver junto com o Espírito Santo, vai perceber logo e ‘levantar o escudo’; senão, vai ser ferido. Por isso, a necessidade de vigilância. Isso não acontece somente com líderes espirituais; também, com todos os amigos e irmãos em Cristo.


Anti-Líbano Mt.Hermon
O Monte Hermom na Cordilheira do Anti-Líbano

Este texto se encontra no livro:


livro evangélico: As três faces do amor

As três faces do amor (PDF)

The three faces of love (PDF)

Sugestão de leitura:


Conversar?! Com quem? – livro evangélico

Conversar?! Com quem?

Talk?! To whom?

Também tem o texto sobre comunicação interpessoal.


Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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