Isaías 48: Senhor mostra ao Seu povo a causa do cativeiro e a alegria da libertação. Diz de novo que Ele amou e chamou a Ciro e que ele virá contra a Babilônia.


Isaías capítulo 48




Capítulo 48

Repreendida a infidelidade e a obstinação de Israel – v. 1-8.
• Is 48: 1-8: “Ouvi isto, casa de Jacó, que vos chamais pelo nome de Israel e saístes da linhagem de Judá, que jurais pelo nome do Senhor e confessais o Deus de Israel, mas não em verdade nem em justiça. (Da santa cidade tomam o nome e se firmam sobre o Deus de Israel, cujo nome é Senhor dos Exércitos.) As primeiras coisas, desde a antiguidade [NVI: ‘Eu predisse há muito as coisas passadas’], as anunciei; sim, pronunciou-as a minha boca, e eu as fiz ouvir; de repente agi, e elas se cumpriram. Porque eu sabia que eras obstinado, e a tua cerviz é um tendão de ferro, e tens a testa de bronze. Por isso, to anunciei desde aquele tempo e to dei a conhecer antes que acontecesse, para que não dissesses: O meu ídolo fez estas coisas; ou: A minha imagem de escultura e a fundição as ordenaram. Já o tens ouvido; olha para tudo isto; porventura, não o admites? Desde agora te faço ouvir coisas novas e ocultas, que não conhecias [NVI: ‘De agora em diante eu lhe contarei coisas novas, coisas ocultas, que você desconhece’]. Apareceram agora [NVI: ‘Elas foram criadas agora’] e não há muito, e antes deste dia delas não ouviste, para que não digas: Eis que já o sabia. Tu nem as ouviste, nem as conheceste, nem tampouco antecipadamente se te abriram os ouvidos [NVI: ‘desde a antigüidade o seu ouvido tem se fechado’], porque eu sabia que procederias mui perfidamente e eras chamado de transgressor desde o ventre materno [NVI: ‘Sei quão traiçoeiro você é; desde o nascimento você foi chamado rebelde’]”.

Deus chama Seu povo, o povo que se chama pelo nome de Israel, da linhagem de Judá, que chama a si mesmo cidadão da cidade santa e diz confiar no Deus de Israel, cujo nome é o Senhor dos Exércitos. Eles confessam tudo isso, mas não praticam o que pregam, pois o seu coração está longe dEle. Só dizem isso por vaidade. Deus anunciou a eles todas as coisas passadas e elas aconteceram. Mas eles continuavam a ser um povo obstinado, de dura cerviz (Êx 32: 9; Êx 33: 3; 5; Êx 34: 9; Dt 9: 6; 13; Dt 31: 27; 2 Rs 17: 14), e Deus já sabia disso. Desde aquela época o Senhor havia levantado profetas e revelado o que iria acontecer para que eles não dissessem que seus ídolos é que haviam feito aquelas coisas. Ele pedia para eles olharem para tudo aquilo que estavam vivendo e para admitirem o que Ele está lhes dizendo. A partir daquele momento Ele lhes revelaria coisas novas, que eles nunca tinham ouvido para que não dissessem: ‘Ah! Eu já sabia disso’. Seus ouvidos estavam fechados à voz de Deus desde o passado remoto, e Deus sabia como eles reagiriam: de maneira rebelde e dolosa. Mas Ele lhes falava a respeito da sua libertação do cativeiro.

Ele os poupa por amor do Seu próprio nome – v. 9-11.
• Is 48: 9-11: “Por amor do meu nome, retardarei a minha ira e por causa da minha honra me conterei para contigo, para que te não venha a exterminar. Eis que te acrisolei, mas disso não resultou prata [NVI: ‘eu refinei você, embora não como prata’]; provei-te na fornalha da aflição. Por amor de mim, por amor de mim, é que faço isto; porque como seria profanado o meu nome? [NVI: ‘Como posso permitir que eu mesmo seja difamado’] A minha glória, não a dou a outrem (cf. Is 42: 8)”.

Deus os livraria por amor a Si mesmo, para que Seu santo nome não fosse difamado entre as nações gentias. Ele conteve Sua ira para não destruí-los, pois eles mereciam isso. Mesmo passando por provações eles ainda não estavam santificados, pois Ele não lidaria tão rigorosamente com eles como se refina a prata; caso contrário, eles seriam consumidos pelo fogo da Sua ira. E o que Ele estava fazendo era por amor do Seu nome, pois Sua glória (Sua honra) Ele não daria a mais ninguém, muito menos a falsos deuses.

A poderosa salvação de Deus é um motivo para a obediência – v. 12-17.
• Is 48: 12-17: “Dá-me ouvidos, ó Jacó, e tu, ó Israel, a quem chamei; eu sou o mesmo, sou o primeiro e também o último. Também a minha mão fundou a terra, e a minha destra estendeu os céus; quando eu os chamar, eles se apresentarão juntos. Ajuntai-vos, todos vós, e ouvi! Quem, dentre eles, tem anunciado estas coisas? [NVI: ‘Qual dos ídolos predisse essas coisas?’] O Senhor amou a Ciro (cf. Is 44: 28; Is 45: 1-4; Is 45: 13-14; Is 48: 14) e executará a sua vontade contra a Babilônia, e o seu braço será contra os caldeus. Eu, eu tenho falado; também já o chamei. Eu o trouxe e farei próspero o seu caminho. Chegai-vos a mim e ouvi isto: não falei em segredo desde o princípio (cf. Is 45: 19); desde o tempo em que isso vem acontecendo, tenho estado lá [NVI: ‘na hora em que acontecer, estarei ali’]. Agora, o Senhor Deus me enviou a mim e o seu Espírito. Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te ensina o que é útil [NVI: ‘que lhe ensina o que é melhor para você’] e te guia pelo caminho em que deves andar”.

O Senhor os convoca e pede a eles que o ouçam. Ele é o primeiro e o último, ou seja, Ele é eterno, Ele começa algo e termina da mesma forma. Foi Ele que criou a terra e os céus, e até eles responderão ao Seu chamado e se apresentarão diante dEle. Portanto, Ele também pede que eles se ajuntem e abram os ouvidos. Quem mais poderia anunciar essas coisas que estavam acontecendo e que ainda aconteceriam? Seus falsos deuses? Quando as coisas acontecessem, Ele estaria lá. Ciro é Seu instrumento de libertação, pois Ele o amou e sabe que ele executará toda a Sua vontade contra a Babilônia. Pela sua obediência a Deus, Ciro terá sucesso; Deus fará prosperar seus caminhos. Quando Deus os convoca, Ele não os está chamando apenas para ouvir a profecia; esta é uma figura de linguagem, significando que Seus filhos exilados serão reunidos de todas as terras por onde foram dispersos, e voltarão a Canaã. O Senhor repete o que disse anteriormente: que Ele sempre falou abertamente e não em segredo (Is 48: 16 cf. Is 45: 19).

• Is 48: 16b-17: “Agora, o Senhor Deus me enviou a mim e o seu Espírito. Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te ensina o que é útil [NVI: ‘que lhe ensina o que é melhor para você’] e te guia pelo caminho em que deves andar”.

Esta parte do versículo, por estar colocada com duas frases em seqüência, e sendo que na segunda o Senhor se revela como o autor dessas palavras, está claramente implícita a referência a Jesus, ainda que Ele esteja usando a boca de Seu profeta. O mais interessante é o uso do verbo ‘enviar’: “Agora, o Senhor Deus me enviou a mim e o seu Espírito” (cf. Jo 8: 42), como Jesus foi enviado (Jo 1: 9-11) junto com o Espírito Santo que está no Pai, a fim de que o Filho o revelasse aos homens: “Quem vê a mim, vê o Pai” (Jo 14: 9). Mais um detalhe é a frase da profecia de Isaías (cf. Is 48: 16a; Is 45: 19) que Jesus usou quando veio à terra e foi julgado pelo sumo sacerdote Anás: “Então, o sumo sacerdote interrogou a Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. Declarou-lhe Jesus: Eu tenho falado francamente ao mundo; ensinei continuamente tanto nas sinagogas como no templo, onde todos os judeus se reúnem, e nada disse em oculto. Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que lhes falei; bem sabem eles o que eu disse” (Jo 18: 19-21). Como foi dito aqui (“Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te ensina o que é útil e te guia pelo caminho em que deves andar”), Jesus também veio para ensinar o caminho no qual os homens deveriam andar.

Deus lamenta a teimosia deles – v. 18-19.
• Is 48: 18-19: “Ah! Se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos! Então, seria a tua paz como um rio, e a tua justiça, como as ondas do mar. Também a tua posteridade seria como a areia, e os teus descendentes, como os grãos da areia; o seu nome nunca seria eliminado nem destruído de diante de mim”.

Se Israel tivesse obedecido, Deus faria deles uma grande descendência, e o nome deles não seria eliminado de diante dos Seus olhos. Eles teriam paz, uma paz tão grande como um rio perene; a justiça (a retidão) deles seria com as ondas do mar, que jamais cessam de arrebentar na praia, de dia e de noite, todos os dias desde que o mundo foi feito até o seu fim.

Libertação de Babilônia – v. 20-22.
• Is 48: 20-22: “Saí da Babilônia, fugi de entre os caldeus e anunciai isto com voz de júbilo; proclamai-o e levai-o até ao fim da terra; dizei: O Senhor remiu a seu servo Jacó. Não padeceram sede, quando ele os levava pelos desertos; fez-lhes correr água da rocha; fendeu a pedra, e as águas correram. Para os perversos, todavia, não há paz, diz o Senhor”.

Depois de lhes mostrar a causa do seu cativeiro e lhes advertir dos males da idolatria e da rebeldia, Ele lhes mostra a alegria da libertação. E lhes diz para proclamar a todos os cantos da terra que o Senhor os resgatou. Da mesma forma que Ele os dessedentou no deserto na época de Moisés, ao libertá-los do Egito (Êx 17: 1-7; Nm 20: 2-13), Ele os dessedentaria novamente o presente, e num futuro próximo com a água viva que brotaria da ‘Rocha’, Jesus. Entretanto, para os perversos não há paz (cf. Is 57: 21); nunca houve e nunca haverá, pois não podem desfrutar da Sua misericórdia. Só Seus escolhidos a conhecem: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14: 27).


• Principal fonte de pesquisa: Douglas, J.D., O novo dicionário da bíblia, 2ª ed. 1995, Ed. Vida Nova.
• Fonte de pesquisa para algumas imagens: wikipedia.org e crystalinks.com

Este texto se encontra no 2º volume do livro:


livro evangélico: O livro do profeta Isaías

O livro do profeta Isaías vol. 1 (PDF)

O livro do profeta Isaías vol. 2

O livro do profeta Isaías vol. 3

The book of prophet Isaiah vol. 1 (PDF)

The book of prophet Isaiah vol. 2

The book of prophet Isaiah vol. 3

Sugestão de leitura:


livro evangélico: Profeta, o mensageiro de Deus

Profeta, o mensageiro de Deus (PDF)

Prophet, the messenger of God (PDF)

Sugestão para download:


tabela de profetas AT

Tabela dos profetas (PDF)

Table about the prophets (PDF)


Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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