Capítulo 14: o Cordeiro e os 144.000 no monte Sião (Ap 14: 1-5). Depois surgem anjos, cujas vozes anunciam a última chance de arrependimento (v. 6-7); os juízos de Deus sobre os seguidores da besta, a ceifa e a vindima (= Juízo final).
Chapter 14: the Lamb and the 144,000 standing on Mount Zion (Rev. 14: 1-5). Then the voices of the angels announce the last chance of repentance (v. 6-7); God’s judgments to the followers of the beast; the harvest and the vintage of the earth.
Como eu falei no início, os capítulos 1–11 simbolizam o mundo pelejando contra a igreja e os juízos de Deus em resposta às orações dos santos. A partir do capítulo 12 (Apocalipse 12–22) a bíblia descreve uma perseguição mais implacável contra a igreja do Senhor, sem disfarce, porque Satanás (o dragão) aparece com seus aliados: a besta do mar (o Anticristo), a besta da terra (o falso profeta) e a Babilônia (a grande meretriz).
Nessa 4ª seção do livro de Apocalipse, João descreve várias maravilhas no céu: uma mulher que dá à luz um menino (‘Viu-se grande sinal no céu’ – Ap 12: 1) e que sofre a oposição de Satanás (12: 1-17 – ‘outro sinal no céu’), bestas que se opõem a Deus (Ap 13: 1-18), o Cordeiro no monte Sião, junto com Seus seguidores (Ap 14: 1-20). Depois (Ap 14: 6-20) surgem anjos cujas vozes anunciam aos homens os juízos de Deus, terminando com a ceifa e a vindima.
• Ap 14: 1-5: “Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o Monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai. Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz de grande trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem sua harpa. Entoavam novo cântico diante do trono, diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro; e não se achou mentira na sua boca; não têm mácula”.
Assim como há os capítulos introdutórios que precedem os juízos apresentados pela abertura dos sete selos e pelo tocar das sete trombetas, aqui também, precedendo a última série dos juízos, temos um capítulo introdutório.
O capítulo 14 inicia com a cena de Cristo e a igreja no céu (‘O Cordeiro e Seus remidos no monte Sião’), ou seja, aqui se repete a imagem dos cento e quarenta e quatro mil (Ap 7: 4-8), que corresponde à totalidade dos salvos em toda a história da igreja; os salvos no AT e no NT e os que serão selados no período da Grande Tribulação (Ap 7: 3; Ap 9: 4 cf. Ez 9: 4-6; Ap 7: 13-14) com o selo do Pai e do Filho, ao invés de terem a marca da besta (Ap 13: 17); portanto, para serem preservados das calamidades que virão. No capítulo 7, João ouve o número dos cento e quarenta e quatro mil. No cap. 14 ele vê a totalidade da igreja. Aqui é claramente definido o local onde eles estão: na Jerusalém celestial, o céu, junto com o Cordeiro.
A bíblia também fala sobre o “Cordeiro em pé sobre o Monte Sião”, o que se refere à Jerusalém celestial (única referência a Sião no Apocalipse – cf. Hb 12: 22), a igreja plena com Cristo na glória. Estes cento e quarenta e quatro mil já estão no céu. Por isso, a bíblia fala serem eles as ‘Primícias’ (cf. Hb 12: 23 – ‘a igreja dos primogênitos’); porque são os que foram salvos no momento da ceifa e da vindima (Ap 14: 14-16 – a ceifa; 17-20 – a vindima), i.e., foram separados dos ímpios, o que corresponde à mesma cena de Ap 16: 16 (o arrebatamento da igreja, antes do Armagedom), antes que o Senhor traga a punição descrita em Ap 16: 17, ou seja, o sétimo flagelo, e Sua cólera seja consumada sobre os ímpios.
“Entoavam novo cântico diante do trono, diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra” (Ap 14: 3) – este versículo significa o cântico de vitória (cf. Ap 5: 9-10) pela sua redenção por Cristo e só os que já estão no céu e os cento e quarenta e quatro mil comprados da terra podem cantá-lo.
• “Comprados da terra” significa a Terra, de uma maneira geral, no período da Grande Tribulação.
• Neste texto, a bíblia fala que “não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro; e não se achou mentira na sua boca; não têm mácula” (Ap 14: 4-5). São os mesmos cento e quarenta e quatro mil que foram selados (cap. 7) e que resistiram às mentiras e às investidas da besta, e não se deixaram corromper com a idolatria, se separando para Cristo e não negando o Seu nome.
• “Primícias” significam todos os salvos para Deus (“a igreja dos primogênitos arrolados nos céus”, descritos em Hb 12: 23), pois não se achou mentira na sua boca; não têm mácula, ou seja, são irrepreensíveis quanto ao testemunho de Cristo, têm pureza espiritual.
• “São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá” – significa os que seguem Jesus até o fim, mesmo que seja até o martírio, e que estão agora com Ele em glória, ao lado da Sua pessoa, como uma recompensa pela sua fidelidade a Ele.
• Ap 14: 6-20 – Depois surgem anjos cujas vozes anunciam aos homens os juízos de Deus:
Ap 14: 6-7 (A primeira voz): “Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” – o anjo anuncia aos que habitam sobre a terra para temer a Deus e dar-lhe glória, pois chegou a hora do Seu juízo.
• Ap 14: 8 (A segunda voz): “Seguiu-se outro anjo, o segundo, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia que tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição” – outro anjo anuncia a queda da grande Babilônia (Ap 17: 5), a falsa igreja, que seduz e persegue.
• Ap 14: 9-12 (A terceira voz): “Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome. Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” – outro anjo anuncia a condenação da igreja apóstata. Esses beberão da cólera de Deus sem misericórdia. ‘Fogo e enxofre’ mostram a intensidade do sofrimento dos ímpios, tormento eterno.
• Ap 14: 13 (A quarta voz): “Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham” – a voz desce do céu dizendo que bem-aventurados os que morrem em Cristo, pois eles deixam o corpo para habitar com o Senhor; são bem-aventurados porque descansam, enquanto os ímpios são atormentados.
• Ap 14: 14-16 (A ceifa): “Olhei, e eis uma nuvem branca, e sentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada. Outro anjo saiu do santuário, gritando em grande voz para aquele que se achava sentado sobre a nuvem: Toma a tua foice e ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da terra já amadureceu! E aquele que estava sentado sobre a nuvem passou a sua foice sobre a terra, e a terra foi ceifada” – a ceifa descreve a segunda vinda de Cristo para a colheita dos justos (Mt 13: 39; Mt 24: 29-31) e o joio sendo recolhido para a fornalha.
• Ap 14: 17-20 (A vindima): “Então, saiu do santuário, que se encontra no céu, outro anjo, tendo ele mesmo também uma foice afiada. Saiu ainda do altar outro anjo, aquele que tem autoridade sobre o fogo, e falou em grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: Toma a tua foice afiada e ajunta os cachos da videira da terra, porquanto as suas uvas estão amadurecidas! Então, o anjo passou a sua foice na terra, e vindimou a videira da terra, e lançou-a no grande lagar da cólera de Deus. E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios”.
A vindima (Ap 14: 17-20 cf. Is 63: 2-6) é o juízo contra os ímpios, seguidores da besta. A figura da vindima e das uvas pisadas reflete a cólera de Deus. Quem pisa esse lagar é o próprio Jesus.
O versículo 20 diz: “E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios”. Isso significa que a cólera de Deus atingirá todos os ímpios, toda a igreja apóstata (1.600 estádios romanos correspondem a trezentos quilômetros, a distância entre Dã a Berseba, em Israel). A altura dos freios dos cavalos indica uma altura considerável e, portanto, uma carnificina, uma grande vitória sobre o mal.
Fontes de pesquisa:
• O Novo Dicionário da Bíblia – J. D. Douglas – edições vida nova, 2ª edição 1995.
• Rev. Hernandes Dias Lopes – Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória (‘Estudo em Apocalipse’ – pregações online).
• Wikipedia.org
• Fonte para a maioria das imagens: wikipedia.org; Filme: ‘O Apocalipse’ (‘The Apocalypse’) – Coleção: A Bíblia Sagrada.
Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti
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