Estudo bíblico e aprendizados com a ressurreição de Lázaro, irmão de Marta e Maria. Sua morte tem um sentido metafórico para nós. A ressurreição de Lázaro significa a restituição da comunhão com Deus.
Biblical study and learning from the resurrection of Lazarus, brother of Martha and Mary. His death has a metaphorical meaning for us. The resurrection of Lazarus means the restitution of communion with God.
“Estava enfermo Lázaro, de Betânia, da aldeia de Maria e de sua irmã Marta. Esta Maria, cujo irmão Lázaro estava enfermo, era a mesma que ungiu com bálsamo o Senhor e lhe enxugou os pés com os seus cabelos. Mandaram, pois, as irmãs de Lázaro dizer a Jesus: Senhor, está enfermo aquele a quem amas [Jesus estava do outro lado do Jordão, no local onde João Batista inicialmente batizava (the places of baptism of John the Baptist), provavelmente em Betânia (outra Betânia que não a de Lázaro) na região de Peréia, governada por Herodes (Jo 1: 28; Jo 10: 40) ou em Enom (ainõn, do árabe ‘ain = fontes), perto de Salim, do lado ocidental do Jordão a treze quilômetros ao sul de Citópolis, na região de Decápolis – Jo 3: 23. Citópolis é hoje um sítio arqueológico protegido dentro da atual cidade de Bete-Seã (בית שאן, Beit She’an)]. Ao receber a notícia, disse Jesus: Esta enfermidade não é para a morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado. Ora, amava Jesus a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro. Quando, pois, soube que Lázaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde estava. Depois disse aos seus discípulos: Vamos outra vez para a Judéia. Disseram-lhe os discípulos: Mestre, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te, e voltas para lá? Respondeu Jesus: Não são doze as horas do dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo; mas, se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz. Isto dizia e depois lhes acrescentou: Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo. Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará a salvo. Jesus, porém, falara com respeito à morte de Lázaro, mas eles supunham que tivesse falado do repouso do sono. Então, Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu; e por vossa causa me alegro de que lá não estivesse, para que possais crer; mas vamos ter com ele. Então, Tomé, chamado Dídimo, disse aos condiscípulos: Vamos também nós para morrermos com ele. Chegando Jesus, encontrou Lázaro já sepultado, havia quatro dias. Ora, Betânia estava cerca de quinze estádios perto de Jerusalém. Muitos dentre os judeus tinham vindo ter com Marta e Maria, para as consolar a respeito de seu irmão. Marta, quando soube que vinha Jesus, saiu ao seu encontro; Maria, porém, ficou sentada em casa. Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se estiveras aqui, não teria morrido meu irmão. Mas também sei que, mesmo agora, tudo quanto pedirdes a Deus, Deus to concederá. Declarou-lhe Jesus: Teu irmão há de ressurgir. Eu sei, replicou Marta, que ele há de ressurgir na ressurreição no último dia. Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto? Sim, Senhor, respondeu ela, eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo. Tendo dito isto, retirou-se e chamou Maria, sua irmã, e lhe disse em particular: O Mestre chegou e te chama. Ela, ouvindo isto, levantou-se depressa e foi ter com ele, pois Jesus ainda não tinha entrado na aldeia, mas permanecia onde Marta se avistara com ele. Os judeus que estavam com Maria em casa e a consolavam, vendo-a levantar-se depressa e sair, seguiram-na, supondo que ela ia ao túmulo para chorar. Quando Maria chegou ao lugar onde estava Jesus, ao vê-lo lançou-se-lhe aos pés, dizendo: Senhor, se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido. Jesus, vendo-a chorar, e bem assim os judeus que a acompanhavam, agitou-se no espírito e comoveu-se. E perguntou: Onde o sepultastes? Eles lhe responderam: Senhor, vem e vê! Jesus chorou. Então, disseram os judeus: Vede quanto o amava. Mas alguns objetaram: Não podia ele, que abriu os olhos ao cego, fazer que este não morresse? Jesus, agitando-se novamente em si mesmo, encaminhou-se para o túmulo; era este uma gruta a cuja entrada tinham posto uma pedra. Então ordenou Jesus: Tirai a pedra. Disse-lhe Marta, irmã do morto: Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias. Respondeu-lhe Jesus: Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus? Tiraram, então, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste. Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste. E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir. Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo visitar Maria, vendo o que fizera Jesus, creram nele. Outros, porém, foram ter com os fariseus e lhes contaram dos feitos que Jesus realizara” (Jo 11: 1-46).
A bíblia diz que ao receber a notícia de que Lázaro estava doente, Jesus disse: “Esta enfermidade não é para a morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado”. Mas a bíblia também diz que Ele ainda se demorou dois dias no lugar onde estava. O motivo desta demora teve um propósito, como para cumprir a profecia que Ele mesmo havia feito, ou seja, aquela enfermidade e todas as conseqüências que ela acarretaria seriam apenas para que glória de Deus fosse manifestada através do Filho, para que o nome de Deus fosse temido e honrado. Aquilo tudo era para aumentar a fé dos que criam nEle e para gerar fé no coração dos que não criam ainda. Logo em seguida à declaração acima, Ele diz aos Seus discípulos que se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo; mas, se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz. Também acabou fazendo um jogo de palavras que confundiu os discípulos. Primeiro Ele disse: ‘Lázaro adormeceu’; depois Ele disse: ‘Lázaro morreu’. Jesus teve que explicar claramente aos discípulos na linguagem que eles entendiam. Fisicamente falando, era evidente que estava morto, e sua ressurreição seria para a glória de Deus através de Jesus.
Mas como Jesus via algo que outras pessoas não podiam ver, vamos dar uma interpretação metafórica para essa passagem, a fim de podermos continuar nosso raciocínio. A explicação da visão de Deus sobre o que chamamos morte, é que isso para Ele se chama ‘dormir’ (1 Ts 4: 13-14).
Quando meditamos neste texto, podemos ver que Jesus era amigo de Marta, Maria e Lázaro, por isso deveria ter sentido, como homem, a dor pela morte do Seu amigo. Diferentemente dos dois casos anteriores (da filha de Jairo e do filho da viúva de Naim), Lázaro já estava morto há quatro dias e era praticamente impossível trazer de volta à vida alguém que tinha entrado em processo de decomposição física. Aqui há um ensinamento no que diz respeito ao pecado. Jesus quis nos revelar o que acontece com quem anda distante da luz, ou que ainda não O conhece de verdade. Mesmo sendo amigos de Jesus, eles ainda precisavam ser tocados mais profundamente pela Sua cura; por isso, cada um deles teve o seu momento particular com o Senhor. Marta foi tocada por Jesus em sua casa, quando tentou impedir que Maria ouvisse as palavras do Mestre. O que Ele disse foi algo forte que a fez enxergar as prioridades de Deus para aqueles que são chamados para o Seu reino. Maria teve uma cura particular com Jesus quando ungiu os pés do Senhor com bálsamo (Jo 11: 2; Jo 12: 3; provavelmente, a mesma mulher descrita em Lc 7: 37-38; 44-46; Mt 26: 6-13; Mc 14: 3-8); e Lázaro teve o seu momento especial com o episódio de sua ressurreição. Lázaro é a forma grega do nome hebraico Eleazar, que significa ‘Deus ajudou’. Ele precisava da ajuda de Deus para se livrar dos laços que o inimigo armou contra sua vida. Sua história lembra um pouco a de Jonas que, por sua vez é um espelho da morte e ressurreição de Jesus. Para os dois homens, aquela experiência foi um período de isolamento; só que Jonas estava vivo e consciente e pôde reconhecer seu erro e clamar a Deus por libertação. Lázaro foi um passo além, pois pela fraqueza da sua carne e do seu espírito, o inimigo atuou de uma forma mais destrutiva. Jonas foi submetido àquela provação pelas mãos do próprio Deus. Lázaro teve a permissão de Deus para poder passar por aquela provação, a fim de que o inimigo fosse envergonhado e desmascarado, e o nome do Senhor fosse exaltado. Por isso, Jesus disse que aquela doença não era para a morte, ou seja, a morte espiritual, a perda da salvação. Ele é poderoso para salvar os que são Seus.
Não se sabe que tipo de doença levou Lázaro à morte, mas para nós ela tem um sentido metafórico. A bíblia nada relata sobre a personalidade de Lázaro. Supondo que Lázaro fosse mais pacato, mais tímido, até mais vulnerável espiritualmente, dependia da presença física de Jesus ali para manter-se firme, sem cair no pecado. Talvez, por isso, o Senhor tenha dito que ele tinha adormecido, ou seja, não vigiou e, sem a presença da luz de Jesus ali com ele, as trevas o dominaram. Ele não tinha andado na luz, mas ‘de noite’, por isso tinha tropeçado. O que podemos tirar de tudo isso até agora é que Jesus está nos dando um ensinamento sobre o que acontece quando uma pessoa deixa Sua presença por algum motivo e enfraquece espiritualmente. Em primeiro lugar, ela fica doente, adormece e depois morre, ou seja, a chama do Espírito se esfria e apaga. Aí ela é colocada numa ‘gruta’, alheia às coisas espirituais, portanto, à luz, e atada com faixas que a impedem de andar e viver normalmente.
Teoricamente, o cerne do ensinamento é que a morte de Lázaro é o símbolo de alguém que peca e ‘se enterra’ para as coisas de Deus, se distancia e passa a viver nas trevas. A bíblia diz que Marta e Maria choravam muito, assim como seus amigos. Isso comoveu Jesus e Ele também chorou. Talvez, porque viu ali a incredulidade e a fragilidade humana impedindo os filhos de Deus de serem livres e vitoriosos, dando brecha para a destruição do inimigo. Entretanto, Ele disse a Marta que se ela cresse, veria a glória de Deus, isto é, se ela cresse que Ele era capaz de todas as coisas, o poder do Espírito Santo voltaria a entrar no espírito de Lázaro e ele renasceria espiritualmente (seguindo nossa metáfora para a morte de Lázaro). Jesus mostrou que o Pai era poderoso para reerguer todos os que O buscassem novamente, por isso disse: “Tirai a pedra”. Ele disse para que os homens tirassem a pedra, ou seja, não era Sua parte fazer isso, mas dos amigos. Isso quer dizer que, através da intercessão, as barreiras que foram levantadas pelo inimigo podem cair para que, então, Seu poder possa agir. Primeiro, é a parte humana clamando o poder de Deus; depois, o Seu poder em ação realizando o impossível. Ele clamou em alta voz: “Lázaro, vem para fora”, ou seja, “Lázaro, sai da caverna do pecado, do isolamento, e volta aos caminhos do Senhor; restaura a tua intimidade com Deus”. Lázaro saiu da gruta, mas ainda estava atado, por isso Jesus disse: “Desatai-o e deixai-o ir”. Quando o poder de Deus entrou em ação ressuscitando novamente aquele espírito morto pelo pecado, ficaram expostas as faixas colocadas pelo inimigo para atá-lo, vieram à luz as ciladas contra ele; aí, era só jogar tudo aquilo fora através de uma mudança de atitude para voltar à bem-aventurança da presença do Senhor.
Nós podemos resumir o ensinamento dizendo que a ressurreição de Lázaro significa a restituição da comunhão com Deus.
Na imagem abaixo, nós podemos ver os locais de batismo de João Batista. (In the second image below you can see the places of baptism of John the Baptist).
Ensinos, curas e milagres (PDF)
Teachings, healings and miracles (PDF)
Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti
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