A relação entre os Imperadores Romanos depois de Cristo e o Apocalipse; Dinastias: Júlio-Claudiana, Flaviana e Nerva-Antonina; o Ano dos quatro e dos cinco imperadores; as três guerras judaico-romanas (a 3ª liderada por Simão ben Kosiba ou Bar Kokhba).
The relation between the Roman Emperors after Christ and the Apocalypse; Dynasties: Julio-Claudian, Flavian and Nerva-Antonine; the Year of the four and the five emperors; the three Jewish-Roman wars (the 3rd led by Simon ben Kosiba or Bar Kokhba).
Não se esqueça que todos esses temas sobre imperadores romanos foram escritos para dar o entendimento da profecia do apóstolo João em Apocalipse sobre Roma, onde Deus a chama de ‘a grande meretriz’. Para entender o livro de Apocalipse, falaremos aqui sobre os imperadores romanos depois de Cristo e suas dinastias.
Antes de ser um império, Roma foi uma Monarquia e uma República. O Reino de Roma ou Monarquia Romana existiu de 753-509 AC, sendo fundado de uma maneira lendária, embora os etruscos tenham sido os habitantes iniciais na Península Itálica. Rômulo e Remo, duas crianças gêmeas, filhos do deus Marte com uma mulher mortal (Réia Silvia) sobreviveram a uma tentativa de morte por parte do seu tio, e sendo jogadas no rio Tibre, foram criadas por uma loba. Quando cresceram, eles divergiram sobre onde fundar a cidade e qual seria o seu nome. Rômulo matou seu irmão Remo e fundou a cidade de Roma, reinando por 38 anos. De 716 a 509 AC o Reino de Roma foi governado por outros reis, sendo Lúcio Tarquínio Soberbo o último deles.
A partir de 509 AC teve início a República Romana, onde Roma e seus domínios eram governados por dois cônsules, normalmente eleitos anualmente pelo conselho dos anciãos ou senado romano. A República Romana foi sucedida pelo Império Romano, governado por um imperador apoiado pelo senado. Houve um período de guerra civil durante a transição de República para Império Romano (44-31 AC), o qual teve início em 29 AC, com César Augusto.
No ano de 63 AC, o general romano Pompeu (Cneu Pompeu Magno; Gnaeus Pompeius Magnus; v. 106-49 AC) conquistou Jerusalém, e as províncias da Palestina se subjugaram ao domínio romano. Em 60 AC, Júlio César se aliou a Cneu Pompeu Magno e a Marco Licínio Crasso (Marcus Licinius Crassus; v.: 115-53 AC; triúnviro: 60-53 AC; eleito cônsul em 70 e 55 AC) e governou Roma (o “Primeiro Triunvirato” – 60-53 AC). Crasso morreu em 53 AC. Morto Pompeu no Egito em 49 AC, Caio Júlio César subiu ao poder da República Romana neste mesmo ano e se proclamou ditador vitalício. Morreu assassinado em 44 AC devido a uma conspiração liderada por Marco Júnio Bruto [Marcus Junius Brutus; período de vida: 85-42 AC; patrício (aristocrata romano) e líder político de orientação conservadora republicana romana] e Caio Cássio Longino [Gaius Cassius Longinus; viveu em 85-42 AC; um senador romano, o principal agente na conspiração contra Júlio César, e cunhado de Marco Júnio Bruto], e a partir daí houve uma disputa de poder entre Marco Antônio (um célebre militar e político romano) e Caio Otaviano, sobrinho-neto e sucessor de Júlio César. A Batalha de Áccio em 31 AC., perto de Actium na Grécia, entre Marco Antônio e Otaviano, foi vencida por este e marcou a data do fim da República e início do Império Romano. Caio Júlio César Otaviano Augusto, conhecido como César Augusto reinou como imperador de 29 AC a 14 DC. O governo de cada região do Império ficava, parte do tempo, a cargo de príncipes e, no restante, sob a responsabilidade de procuradores nomeados pelo imperador. Augusto nomeou Herodes, o grande, governador sobre a Palestina na época do nascimento de Cristo.
I) Dinastia Júlio-Claudiana (29 AC-69 DC): César Augusto, Tibério, Calígula, Cláudio e Nero.
1) Caio Júlio César Otaviano Augusto (César Augusto) – r. 29 AC-14 DC (43 anos)
Nome de nascimento: Caio Otávio (Gaius Octavius)
Pai biológico: Caio Otávio; mãe: Ácia Balba Cesônia, de família humilde.
Irmã: Otávia.
Seu tio-avô, Júlio César, o adotou como filho e ele passou a ser seu herdeiro legal.
Esposas:
• Cláudia Pulcra (1ª esposa) – não teve filhos com ela.
• Escribônia (2ª esposa) – Júlia, a Velha, foi a única filha legítima de Augusto. Júlia casou com Marco Vipsânio Agripa e teve cinco filhos: Caio César, Lúcio César, Júlia, Agripina e Agripa Póstumo (este último nascido depois da morte do pai, daí o nome ‘Póstumo’, segundo o costume romano).
• Lívia Drusa ou Drusila (3ª esposa de Augusto) – não teve filhos com ela. Ela tinha 2 filhos de seu primeiro casamento: Tibério Cláudio e Nero Cláudio Druso Germânico, que se casou com Antônia (a filha de Marco Antônio e Otávia, irmã de Augusto); Tibério se casou com Vipsânia Agripina, mas se separou dela para se casar com Júlia, a Velha, a filha de Augusto, com quem não teve filhos.
Filhos legítimos de Otaviano: Júlia, a Velha.
Filhos adotivos:
• Caio César, Lúcio César, Júlia, Agripina e Agripa Póstumo – filhos de Júlia, a Velha, com Marco Vipsânio Agripa, portanto, netos de Augusto, que procurava assegurar a sua sucessão.
• Tibério Cláudio (adotivo) – filho de Lívia Drusila, portanto, enteado de Augusto.
Eventos durante seu reinado:
• Expandiu as fronteiras do império: Otaviano anexou ao império romano: o Egito, a Dalmácia, a Panônia, a Nórica e a Récia, expandindo as possessões da África e Germânia e completando a conquista da Hispânia.
• Junto com Marco Antônio e Marcos Emílio Lépido, Otaviano Augusto formou o segundo Triunvirato e derrotou os assassinos de Júlio César. Depois da batalha de Filipos, eles dividiram a República Romana em três partes e passaram a governá-la como ditadores militares. Depois, Lépido foi exilado e destituído do seu posto. Marco Antônio cometeu suicídio após a derrota para Otaviano na batalha de Áccio em 31 AC.
• Fez paz com o império Parta através de diplomacia. O Império Parta ou Parto (247 AC -224 DC) foi uma das principais potências político-culturais iranianas da antiga Pérsia. A Pártia corresponde à região do nordeste do Irã.
• Reformou o exército e a política, reformou o sistema romano de tributação, desenvolveu redes de estradas com um sistema de correio oficial; estabeleceu um exército permanente, bem como a guarda pretoriana; criou serviços oficiais de policiais e bombeiros e reconstruiu grande parte da cidade de Roma durante seu reinado.
Morte: Faleceu aos 77 anos, provavelmente de causas naturais. Foi sucedido por seu filho adotivo Tibério (também enteado e genro de Augusto, por parte de sua filha Júlia, a Velha). César Augusto foi o soberano com maior tempo de mandato em Roma – reinou durante 43 anos (29 AC-14 DC).
2) Tibério Cláudio Nero César (Tibério César) – (42 AC-37 DC); r. 14-37 DC (23 anos)
Nome de nascimento: Tibério Cláudio Nero (Tiberius Claudius Nero)
Pai biológico: Cláudio Nero; mãe: Lívia Drusa ou Lívia Drusila.
Irmão: Nero Cláudio Druso Germânico (Nero Claudius Drusus Germanicus).
Tibério era filho adotivo de César Augusto (Caio Júlio César Otaviano Augusto). Com 19 anos de idade e grávida de seis meses, sua mãe Lívia Drusila se divorciou de seu marido Cláudio Nero, o pai biológico de Tibério, e se casou com Otaviano, o futuro imperador César Augusto. O irmão mais novo de Tibério, Nero Cláudio Druso Germânico (38-9 AC), nasceu três meses depois. Druso casou com Antônia (a filha mais jovem de Marco Antônio e Otávia), também conhecida como Antônia, a jovem, e teve 1 filha (Lívia Júlia ou Lívila) e 2 filhos: Tibério Cláudio César Augusto Germânico (o futuro imperador Cláudio) e Júlio César Germânico que, mais tarde, se tornou um dos maiores generais romanos e pai de Calígula e suas 3 irmãs (Agripina, a jovem, Júlia Lívila e Júlia Drusila). Tibério iniciou sua carreira como tribuno romano e organizou o exército, criando novas legiões. Depois, se tornou pretor e cônsul. Casou-se com Vipsânia Agripina e teve um filho chamado Júlio César Druso (14 AC-23 DC), que se casou com Lívila (filha de Antônia, a jovem) e teve gêmeos, um dos quais morreu ainda na infância, e o outro foi Tibério Gemelo (Tibério Júlio César Nero – Tiberius Julius Caesar Nero), o único neto legítimo de Tibério.
Passado um tempo, Tibério foi adotado pelo imperador Augusto, e teve que se divorciar de Vipsânia Agripina, casando com sua filha Júlia, a Velha. Mais tarde, com a morte do seu irmão Nero Cláudio Druso e de Augusto, Tibério subiu ao trono como imperador e foi um dos maiores generais de Roma. Apesar de suas conquistas militares, ele era reputado como um governante triste e sombrio, uma característica que se acentuou após a morte de seu filho Júlio César Druso em 23 DC. Com Júlia, Tibério só teve um filho que morreu na infância.
Ele teve dois filhos adotivos:
• Júlio César Germânico (Julius Caesar Germanicus – 15 AC-19 DC), seu sobrinho, filho de seu irmão Nero Cláudio Druso Germânico e pai de Calígula.
• Caio Júlio César Augusto Germânico (Gaius Julius Caesar Augustus Germanicus, ou Calígula), seu sobrinho-neto.
Tibério, diferentemente de César Augusto, não assumiu totalmente o seu lugar de governante, evitando muitas vezes tomar as decisões fortes de um imperador e preferindo deixá-las nas mãos do Senado. Segundo fontes históricas, o caráter tímido, cínico, amargurado e desconfiado de Tibério causou muitas mortes não só no senado romano como entre o povo pobre do império. Ele se auto-exilou de Roma e foi para Capri, deixando o governo nas mãos de dois prefeitos pretorianos (Lúcio Élio Sejano e Quinto Névio Cordo Sutório Macro), mas Lúcio Élio Sejano foi morto, acusado de traição contra o imperador.
Morte: foi assassinado por Calígula e Macro. O imperador tinha 77 anos de idade na época.
Foi sucedido como imperador por seu filho adotivo e sobrinho-neto, Caio Júlio César Augusto Germânico, também conhecido como Calígula.
Era costume dos imperadores romanos se considerarem deuses, por isso Deus condenava tanto o culto imperial nas Epístolas e no Apocalipse. Caio Júlio César (49-44 AC), em vida, no ano de 44 AC, consentiu na construção de uma estátua sua onde se podia ler a inscrição: Deo invicto (“Ao Deus Invencível”). No mesmo ano fez-se nomear ditador vitalício. Depois da disputa de poder político e da transição de República para Império (44–31 AC), o herdeiro de Júlio César, César Augusto (Caio Júlio César Otaviano Augusto – 29 AC-14 DC), fez construir um templo em Roma dedicado ao “Divino Júlio” (Divus Iulius). O filho adotivo de Augusto foi Tibério (Tibério Cláudio Nero César – 14-37 DC). Ambos permitiram erigir um único templo em sua honra durante as suas vidas. Estes templos continham não somente as estátuas do imperador governante, que podia ser venerado à maneira de um deus, mas também eram dedicados a Roma (à cidade de Roma, no caso de Augusto, e ao senado, no de Tibério). Ambos os templos estavam situados na parte asiática do Império Romano. O templo de César Augusto estava situado em Pérgamo, enquanto o de Tibério foi em Esmirna e não consentiu outro templo ou estátua em sua honra em nenhum outro lugar. Assegurou frente ao senado que preferia ser recordado mais pelos seus atos que pelas pedras. Mas permitiu a construção de um templo em honra do seu antecessor e pai adotivo, o “Divino Augusto”, em Tarragona (atual Catalunha, Espanha), em 15 DC.
3) Caio Júlio César Augusto Germânico, também conhecido como Caio César ou Calígula – r. 37-41 DC (4 anos).
Pai biológico: Júlio César Germânico, sobrinho e filho adotivo de Tibério.
Mãe: Agripina, a Velha (neta do imperador Otaviano César Augusto).
Irmãos: Júlia Drusila, Druso César (morreu assassinado no exílio por ordem de Tibério), Nero César (morreu assassinado no exílio por ordem de Tibério), Júlia Lívila e Agripina Menor (ou a jovem).
O apelido ‘Calígula’ (significa ‘botinhas’ em português, e é derivado de ‘caligae’, as sandálias militares) foi dado pelos soldados das legiões comandadas pelo pai, Germânico, que se divertiam em vê-lo vestido de uniforme militar com apenas três anos de idade, quando o acompanhava em suas campanhas militares ao norte da Germânia. Germânico morreu envenenado no Egito, provavelmente por ordem de Tibério, e sua mulher Agripina, a velha, voltou a Roma e denunciou Tibério publicamente como o mandante do assassinato do seu marido. Em conseqüência disso, ela e seus filhos foram mandados ao exílio. Os dois meninos mais velhos foram assassinados e ela morreu de fome. As irmãs de Calígula também foram para o exílio, mas só se tem notícia de Agripina Menor (Agripina, a jovem), que voltou a Roma no reinado de Cláudio. Calígula foi morar com sua bisavó Lívia (mãe de Tibério), e depois ficou com sua avó Antônia (cunhada de Tibério), até que foi designado para trabalhar na residência do imperador em Capri. Ao morrer, Tibério ordenou que o Império fosse governado conjuntamente por seu neto Tibério Gemelo (Tibério Júlio César Nero, filho de seu filho Druso e Lívila) e Calígula. Entretanto, Calígula mandou matar Gemelo e se tornou o único imperador. Concedeu territórios a Herodes Agripa I (sobrinho de Herodes Antipas) e ordenou que fosse erigida uma estátua na sua honra no Templo de Jerusalém. Os historiadores falam muito de suas perversões sexuais. Existem poucas fontes sobreviventes que descrevam o seu reinado, nenhuma das quais se refere a ele de maneira favorável; pelo contrário, as fontes centram-se na sua crueldade, extravagância e perversidade sexual, apresentando-o como um tirano demente. Foi o primeiro imperador a apresentar-se como um deus diante do povo; não através de estátuas, mas abertamente em seu próprio corpo.
Morte: foi assassinado pela guarda pretoriana em 41 DC, aos 28 anos (quase para completar 29 anos), junto com sua quarta e última esposa Milônia Cesônia e sua filhinha Julia Drusila, ainda um bebê. No mesmo dia do seu assassinato, o seu tio Cláudio (Tibério Cláudio César Augusto Germânico), sobrinho de Tibério, foi declarado imperador pelos pretorianos. Os numerosos templos e estátuas dedicados a Calígula (por ordem própria) foram todos eles destruídos de imediato após a violenta morte deste imperador.
4) Tibério Cláudio César Augusto Germânico – r. 41-54 DC (13 anos).
Durante algum tempo, Cláudio permaneceu apartado do poder pelas suas deficiências físicas como a coxeadura e a gagueira, até que seu sobrinho, o imperador Calígula, o nomeou como cônsul e senador. Uma das primeiras ações de Cláudio como imperador foi ordenar a execução dos assassinos do seu sobrinho. Também permitiu que a irmã de Calígula, Agripina Menor, fosse trazida do exílio. Aparentemente, Cláudio permitiu a construção de somente um templo em sua honra, continuando o exemplo de Augusto e Tibério. Cláudio havia casado duas vezes antes de desposar Valéria Messalina. Seus casamentos anteriores deixaram-lhe três filhos, entre eles, seu filho Cláudio Drusus, que faleceu em tenra idade. Com sua segunda esposa, Cláudio teve uma filha chamada Cláudia Antônia. Com Messalina ele teve dois filhos: Cláudia Otávia (nascida em 40 DC) e Britânico (nascido em 41 DC). Valéria Messalina se prostituía em um bordel para se vingar das atitudes levianas do marido com outras mulheres, por isso foi executada por Cláudio em 48 DC. Em 49 DC Cláudio casou pela quarta vez com a mãe de Nero, ou seja, sua sobrinha, Agripina, irmã de Calígula. Agripina Menor (também conhecida como Júlia Agripina Minor ou Agripina a Jovem), depois de 50 DC chamada de Júlia Augusta Agripina, foi uma das mais poderosas mulheres da Dinastia Júlio-Claudiana. Ela era bisneta do imperador Augusto, sobrinha-neta e neta adotiva de Tibério, e irmã de Calígula. Os historiadores a descrevem como implacável, ambiciosa, violenta e dominadora. Apesar disso, ela era bela e tinha boa reputação. Devemos dizer também que no reinado de Cláudio os cristãos foram banidos de Roma (46 DC). Em 51 DC Cláudio adotou Nero, mudando seu nome para Nero Cláudio César Drusus Germânico (seu nome de nascimento era Lúcio Domício Enobarbo). Nero era mais velho que seu meio-irmão Britânico e assim se tornou herdeiro do trono. Cláudio morreu em 54 DC, provavelmente envenenado por Agripina.
5) Nero Cláudio César Augusto Germânico (Nerō Claudius Caesar Augustus Germanicus) – r. 54-68 DC (14 anos).
Ascendeu ao trono após a morte do seu tio Cláudio, que o nomeara o seu sucessor.
Nome de nascimento: Lúcio Domício Enobarbo (Lucius Domitius Ahenobarbus). Ele nasceu em 37 DC.
Pai biológico: Cneu Domício Enobarbo (49 BC-25 AD, cônsul romano em 16 AC); mãe: Agripina, a Jovem, irmã do imperador Calígula.
Nero foi adotado pelo seu tio Cláudio em 51 DC (com a idade de 14 anos), mudando seu nome para Nero Cláudio César Drusus Germânico. Mesmo com a idade de 14 anos ele foi nomeado procônsul, entrou e se dirigiu ao senado pela primeira vez, apareceu em público várias vezes com Cláudio, e sua imagem foi cunhada em moedas. Ascendeu ao trono com 17 anos, após a morte do seu tio Cláudio, que o nomeara o seu sucessor.
Em 53 DC ele se casou com sua meia-irmã Cláudia Otávia (filha de Messalina). Nero ficou casado por 8 anos com Otávia, mas não teve filhos com ela. Então, ele se separou dela e a mandou para o exílio. Sem Otávia em seu caminho, Nero casou com Popeia Sabina, também chamada de Popeia Sabina a Jovem (Poppaea Sabina – 30-65 DC), por quem se apaixonara. Seu primeiro marido foi Rufrio Crispino, um comandante da guarda pretoriana, morto por Nero, assim como o filho dessa união (ele também se chamava Rufrio Crispino). Popeia teve um segundo casamento com Oto (ou Otão), que viria a ser imperador após a morte de Nero. Popeia se divorciou dele e casou com Nero em 62 DC. Com o imperador ela teve uma filha, Cláudia Augusta, que parece ter morrido ainda criança. As circunstâncias da morte de Popeia (com 35 anos) são obscuras. Alguns dizem que ela faleceu durante a gravidez do segundo filho, ou durante o parto, ou por causa de um aborto espontâneo, no qual o segundo filho não sobreviveu. A História diz que após sua morte Nero ficou muito enlutado e não deixou que a cremassem; ela foi embalsamada e colocada no Mausoléu de Augusto.
Há também referência a uma escrava liberta chamada Acte que dizem ter sido amante de Nero entre 55 e 68 DC, mas com quem ele não pôde se casar por causa da oposição de Agripina, que queria vê-lo casado com Otávia. Segundo os cronistas da época, Acte custeou e organizou os funerais de Nero, tendo sido uma das poucas pessoas que lhe permaneceu fiel.
A terceira esposa de Nero foi Estatília Messalina (Statilia Messalina), filha de um cônsul do Império que parece ter se envolvido no complô contra o Imperador Cláudio. Sua família era aparentada com a de Valéria Messalina. Para que ela pudesse se casar com Nero, seu primeiro marido (o cônsul Marco Júlio Vestino Ático) foi forçado a se suicidar. Não deu filhos a Nero.
Depois disso, em 67-68 DC, Nero ordenou que um jovem liberto, Esporo (em latim: Sporus), fosse castrado e depois se casasse com ele, numa cerimônia pública de casamento. Alguns historiadores da época diziam que o jovem tinha uma semelhança muito grande com Popeia Sabina. Esporo (em latim: Sporus) é derivado da palavra do grego antigo σπορά (spora), que significa ‘semente’, ‘semeadura’, relacionado a σπόρος (sporos), ‘semeando’, e σπείρειν (speirein), ‘semear’. Em todas as referências sobre sua história, ele sempre foi chamado por Esporo, nome masculino. Esporo era um catamita, ou seja, uma das crianças-escravas escolhidas pelo seu mestre como um ‘garoto-brinquedo’ e que eram algumas vezes castradas na tentativa de preservar suas qualidades juvenis. Catamita era o nome dado ao companheiro jovem, pré-adolescente ou adolescente, em uma relação de pederastia (relação entre um homem e um menino) entre dois homens no mundo antigo, especialmente na antiga Roma. Geralmente refere-se a amantes homossexuais jovens e passivos. A palavra deriva do latim ‘catamitus’, que por sua vez, vem do etrusco ‘catamite’.
O reinado de Nero é associado habitualmente à tirania e à extravagância. É recordado por uma série de execuções sistemáticas, incluindo a da sua própria mãe (Júlia Agripina Minor, também chamada Júlia Augusta Agripina), sua esposa Otávia (filha do imperador Cláudio e de sua terceira esposa, Valéria Messalina) e o seu meio-irmão Britânico e, sobretudo, pela crença generalizada de que, enquanto Roma ardia (pôs fogo em Roma e acusou os cristãos), ele estaria compondo com a sua lira. Cláudia Otávia foi assassinada no exílio por sua ordem ou cometeu suicídio por causa de acusações falsas de adultério por parte da imperatriz Valéria Messalina. Nero foi um implacável perseguidor dos cristãos.
Morte: Nero se suicidou, enquanto Tigelino (o comandante da guarda pretoriana) abria as portas de Roma ao general Galba.
II) O Ano dos quatro imperadores (68-69 DC): Galba, Oto, Vitélio e Vespasiano (o fundador da dinastia Flaviana).
1) Sérvio Sulpício Galba (Lucius Livius Ocella Servius Sulpicius Galba; 3 AC-69 DC) – r. 08/06/68 – 15/01/69 (sete meses). Dinastia: nenhuma.
Nome de nascimento: Sérvio Sulpício Galba (Servius Sulpicius Galba)
Nome até ascensão: Sérvio Lívio Ocela Sulpício Galba (Lucius Livius Ocella Sulpicius Galba)
Nome como imperador: Sérvio Sulpício Galba César Augusto (Servius Sulpicius Galba Caesar Augustus)
Nome Imperial: Imperador Sérvio Galba César Augusto (Imperator Servius Galba Caesar Augustus)
Pai biológico: Sérvio Sulpício Galba; mãe: Múmia Acaica (Mummia Achaica). Ela morreu logo após o nascimento de Galba. Esposa: Emília Lépida.
Subiu ao trono com 72 anos de idade e governou por sete meses. Teve uma brilhante carreira política, e atingiu o cargo de cônsul em 33 DC, sendo depois o governador da Germânia e procônsul da África (45-60 DC). Em 60 DC, vendo o rumo do Império nas mãos de Nero, começou a liderar uma revolta contra ele, provocada por Caio Júlio Víndice, um general romano e senador no tempo de Cláudio. Foi proclamado imperador e marchou para Roma com o apoio de Otão (ou Oto), também um general do exército. Galba ganhou a aprovação do Senado e da guarda pretoriana, mas logo a perdeu devido à sua austeridade de governo, tentando tomar medidas para restaurar os fundos estatais, esgotados por Nero e pelas despesas das campanhas na Armênia e Judéia. Também se recusou a pagar à guarda pretoriana a recompensa que lhe havia prometido por terem-no feito imperador. Na verdade, devido à sua idade e à pouca energia física, Galba deixava o governo nas mãos dos seus homens de confiança que, infelizmente, saíam impunes das atrocidades que cometiam. Isso também gerou ódio no povo e no exército. Marco Sálvio Otão (Marcus Salvius Otho), desiludido por não ter sido nomeado como sucessor, organizou um complô contra o imperador com ajuda da guarda pretoriana e o matou no Fórum.
Morte: assassinado por Otão (Oto), com 72 anos de idade.
2) Marco Sálvio Otão (Marcus Salvius Otho; também conhecido por Oto; 32-69 DC) – r. 15/01/69 – 16/04/69 (3 meses). Dinastia: nenhuma.
Pai biológico: Lúcio Otão; mãe: Terência Álbia. Esposa: Popeia Sabina (Otão foi forçado por Nero a divorciar-se dela).
Foi mais clemente e hábil na política do que o seu antecessor para acalmar os receios dos cidadãos mais respeitáveis. Governou apenas por 3 meses. Foi nomeado por Nero governador da Lusitânia em 58 DC. A Lusitânia era uma província da Hispânia, na península Ibérica. Ele permaneceu neste cargo por dez anos. Apoiou a ascensão de Galba ao trono, mas veio a promover o golpe de Estado que culminou no assassínio do idoso imperador. Sua juventude e seu aspecto efeminado levavam a plebe romana a lembrar-se de Nero, que, por isso, o apoiava. As estátuas de Nero foram erguidas novamente, seus escravos foram libertos e oficiais foram restituídos aos seus postos (incluindo Esporo, com quem Nero havia se casado, e com quem Otão também se tornou íntimo), e certos projetos urbanísticos impulsionados durante o seu reinado foram finalizados, como, por exemplo, a Casa Dourada (o grande e novo palácio de Nero, após o incêndio de Roma (ver – as sete colinas de Roma).
Ao ler uma carta privada de Galba, Otão ficou consciente da gravidade da rebelião na Germânia por parte de algumas legiões sob o comando de Vitélio, e que marchavam para a Itália. Tentou uma reconciliação frustrada, e, então, se preparou para a batalha. Algumas legiões ainda permaneciam ao seu lado, e com elas, ele tomou controle dos mares italianos. Seus conselheiros estavam divididos: uns a favor de aguardar as legiões que vinham da Dalmácia; outros, a favor de atacar Vitélio. As tropas resolveram avançar até Cremona, um município ao norte da Itália, mas se encontraram com seus inimigos no caminho para lá. Otão conseguiu escapar para Calvatone (antigamente chamada Bedríaco), mas as tropas de Vitélio os alcançaram. Na verdade, o conflito não se inclinava para nenhum dos lados, nem para Vitélio, nem para Otão, mas o moral dos soldados e oficiais de Otão foi afetado. Otão, sem saber o que fazer, se retirou para sua barraca de campanha e se suicidou, cravando uma adaga no peito. Seu sucessor foi Vitélio.
Morte: suicídio, com 36 anos de idade.
3) Aulo Vitélio Germânico – r. 02/01/69 – 22/12/69 (10 meses). Dinastia: nenhuma.
Nome de nascimento: Aulo Vitélio (Aulus Vitellius)
Nome como imperador: Aulo Vitélio Germânico Augusto (Aulus Vitellius Germanicus Augustus)
Pai biológico: Lúcio Vitélio; mãe: Sextília. Irmão: Lúcio Vitélio, o Jovem. Esposas: Petrônia e Galéria Fundana. Com a primeira esposa, Petrônia, ele teve um filho aleijado, o qual sua mãe tinha feito herdeiro; mas o jovem foi morto mais tarde por Vitélio, sob acusação de parricídio. Não se sabe se a acusação era verdadeira ou não. Depois, Vitélio casou com Galéria Fundana e teve dois filhos: Vitélio e Vitélia. O rapaz foi morto durante a segunda batalha de Bedríaco, juntamente com o pai.
Vitélio passou a sua infância em Capri, entre os favoritos do imperador Tibério. Gozou do favor do imperador Calígula, cujos carros ele conduzia, e do de Cláudio e Nero com quem ele jogava dados. Na Germânia ele ganhou o afeto dos seus soldados graças à sua disciplina flexível e ao seu jeito amigável. Vitélio reinou apenas dez meses, mas ficou famoso por seu apetite e sua crueldade.
A Segunda Batalha de Bedríaco (também chamada de segunda batalha de Cremona) foi travada no mesmo lugar onde Otão foi morto. Cremona (na Lombardia, ao norte da Itália) fica a trinta e cinco quilômetros de Calvatone (antigamente chamada Bedríaco), e o local exato da batalha fica entre essas duas cidades. Depois da Primeira batalha, quando Otão se suicidou, as legiões romanas do Egito, da Judéia e da Síria proclamaram o general Tito Flávio Sabino Vespasiano como imperador. Ele havia recebido o comando da Judéia de Nero em 67 com a missão de acabar com a revolta dos judeus. Por isso, quando Vitélio se mostrou incapaz como governante, ocorreu uma nova batalha, onde ele foi derrotado pelo exército de Vespasiano, terminando o ano quatro imperadores. Vitélio foi capturado, despido, cruelmente executado e lançado ao rio Tibre. Foi primeiro imperador a acrescentar o nome honorífico de Germânico ao seu nome, em vez do de César.
Morte: assassinado pelas tropas de Vespasiano.
III) Dinastia Flaviana (69-96 DC): Vespasiano, Tito e Domiciano.
1) Tito Flávio Sabino Vespasiano (Titus Flavius Sabinus Vespasianus) – r. 69-79 DC (10 anos).
Pai biológico: Tito Flávio Sabino I; mãe: Vespásia Pola; Irmãos: Tito Flávio Sabino II e Flávia; esposa: Flávia Domitila (Domitila Maior ou Domitila a velha); depois da morte de sua esposa se casou com sua amante: Antônia Cenis.
Filhos com Flávia Domitila: Tito Flávio Sabino Vespasiano; Tito Flávio Domiciano; Domitila Menor (Domitila a jovem).
Foi senador durante a dinastia Júlio-Claudiana e em 51 DC foi eleito cônsul.
Após a rápida sucessão e falecimento de Galba e Otão e a ascensão de Vitélio ao poder, as legiões romanas do Egito, da Judéia e da Síria proclamaram Vespasiano imperador. Quando Vitélio foi derrotado, no dia seguinte Vespasiano foi proclamado imperador pelo senado. Não encontrou nenhuma ameaça direta ao seu poder imperial depois da morte de Vitélio, embora outras fontes históricas mencionem muitos complôs contra ele durante seu reinado. Como governante Vespasiano foi trabalhador, econômico e enérgico. Sua administração econômica foi eficaz, com um aumento significativo dos impostos anuais, o que melhorou as finanças do Estado, levantando dinheiro para a construção do Coliseu de Roma e para a construção do templo dedicado a Júpiter Capitolino. O imperador deixou que seus aliados espalhassem as histórias a respeito da sua divindade, começadas no Egito, e se assegurou que elas circulassem por todo o império romano.
Vespasiano faleceu vítima de uma inflamação intestinal em 79 DC, aos 69 anos de idade. Sucederam-lhe sucessivamente seus dois filhos, Tito (79-81 DC) e Domiciano (81-96 DC).
Um dos acontecimentos mais marcantes do governo de Vespasiano foi a primeira guerra judaico-romana (66-73 DC, às vezes chamada de grande revolta judaica, a primeira de três grandes rebeliões dos judeus da Judéia contra o Império Romano. Começou no ano 66 DC, inicialmente devido a tensões religiosas entre gregos e judeus com protestos anti-taxações e ataques a cidadãos romanos. Depois, as legiões romanas sob o comando de Tito (Tito Flávio Vespasiano Augusto, filho de Tito Flávio Sabino Vespasiano) sitiaram (de 14 de Abril a 8 de Setembro de 70 DC) e destruíram o centro da resistência rebelde em Jerusalém em 01 de agosto de 67 DC, culminando com a destruição do templo em algum momento de agosto de 70 DC, derrotando as restantes forças judaicas [3 ½ anos]. Existe referência a 30 de agosto de 70 DC [Bunson, Matthew (1995). A Dictionary of the Roman Empire. Oxford University Press. p. 212. ISBN 978-0-19-510233-8], mas talvez esteja um pouco desconectada do que os judeus chamam Tisha B’Av (9º dia do mês de ’Abh). Os romanos incendiaram o Templo (há divergência quanto ao fato de ser por ordem de Tito ou apenas por uma tocha lançada acidentalmente por algum soldado). A resistência continuou até setembro, mas finalmente as partes superior e inferior da cidade também foram tomadas e a cidade foi totalmente queimada. O Palácio de Herodes caiu em 7 de setembro e a cidade ficou completamente sob controle romano em 8 de setembro. Tito poupou apenas as três torres da cidadela herodiana como testemunho do antigo poder da cidade. Esse ato teve um grande impacto: muitas pessoas foram mortas e escravizadas e grandes partes da cidade foram destruídas.
Um dos últimos atos dessa guerra [os últimos 3 ½ anos] foi a destruição da Fortaleza de Massada em 16/04/73 DC, um planalto escarpado a sudoeste do Mar Morto, uma fortaleza natural construída por Herodes o Grande como seu palácio e como um lugar de refúgio, mas ocupada pelos sicários rebeldes no tempo da sua destruição pelos romanos. Os sicários eram um grupo extremista dentro do partido dos zelotes. Massada, significa ‘lugar seguro’ ou ‘fortaleza’.
A segunda guerra judaico-romana foi a guerra de Kitos (115-117 DC, chamada, em hebraico, mered ha’galoyot, ‘rebelião do exílio’), durante o governo de Trajano, envolvendo comunidades judaicas da Diáspora (judeus que viviam fora da Judéia, na Babilônia). Kitos era uma maneira errada de se pronunciar o nome do general romano Lúsio Quieto (Quintus Lusius Quietus), chamado de “Príncipe Mouro”, de origem bérbere (bárbaros que viviam ao norte da África, e que chamavam a si próprios de “homens livres”). Trajano o nomeou comandante da cavalaria e ele se distinguiu por sua bravura em duas duras batalhas. Depois ocupou o cargo de cônsul e salvou o exército romano da destruição na guerra contra os Partas, por isso era adorado pelos legionários. Foi aí que os Judeus se rebelaram e foram dizimados por Lúsio. Por isso, foi indicado por Trajano para governar a Judéia em 117 DC, impedindo novas insurreições.
A terceira guerra judaico-romana ocorreu após a viagem do Imperador Adriano ao oriente entre 130 e 131 DC, deixando clara a sua intenção de reavivar o helenismo naquela região. Tinha a intenção de reconstruir Jerusalém como uma cidade helenística, colocando no monte do templo (monte Sião), um santuário dedicado a Júpiter. Essa terceira guerra judaico-romana (132-135 DC), também é conhecida como a ‘guerra do extermínio’. Foi comandada por Simão ben Kosiba, que viria a ser conhecido pelo nome de Bar Kokhba (‘o Filho da Estrela’), na verdade uma pessoa que acreditava que poderia se tornar o Messias de Israel. Ninguém sabe seu verdadeiro nome, uma vez que os judeus o rejeitaram como o Messias, chamando-o de ‘ben Kosiba’, que quer dizer ‘filho da mentira’. O pior de tudo (quando lemos todo o relato) é que o chamam de mentiroso de uma forma a compará-lo com Jesus de Nazaré (o Filho de Deus que foi por eles rejeitado como o Messias). Ele foi morto pelos romanos em seu reduto em Betar, 6 milhas (9,66 Km) a sudoeste de Jerusalém. Foi uma guerra longa e terrível com mais de 2 anos de combates e vitória de Roma. A cidade foi ocupada por legionários romanos e guardada pela X Legião Fretensis (a ‘Décima Legião do Estreito’; Fretensis significa ‘passagem estreita)’, criada pelo imperador Otaviano (César Augusto) em 41-40 AC para lutar as guerras civis da República Romana e esta legião perdurou, pelo menos, até a 1ª década do século V, mais precisamente 410 DC.
2) Tito Flávio Vespasiano Augusto – r. 79-81 DC (2 anos)
Pai biológico: Tito Flávio Sabino Vespasiano; mãe: Flávia Domitila (Domitila Maior ou Domitila a velha); Irmãos: Tito Flávio Domiciano e Domitila Menor (Domitila a jovem).
Esposas: Arrecina Tértula (1ª esposa; 62-63 DC) – morreu logo em seguida sem deixar filhos; Márcia Furnila (2ª esposa; 63 DC). Tito se divorciou dela porque sua família tinha ligações com os opositores de Nero e, depois de um atentado fracassado por parte de um senador contra o imperador em 65 DC, toda a família de sua esposa caiu em desgraça. Ele se divorciou dela, mas continuou a cuidar de sua filha Júlia. Não se sabe o que aconteceu com Márcia Furnila.
Filhos com Márcia: Júlia Flávia (Flavia Julia Titi).
O mais importante do seu reinado foi o seu programa de construção de edifícios públicos em Roma como, por exemplo, a finalização do anfiteatro Flávio, conhecido habitualmente como o Coliseu (ver – as sete colinas de Roma). Tito foi generoso para com as vítimas dos desastres que o Império sofreu durante o seu breve reinado: a erupção do Vesúvio em 79 DC atingindo as cidades de Herculano, Pompéia, Oplontis e Estábia, e o incêndio de Roma de 80 DC.
Morte: 41 anos de idade. Após dois anos no cargo, Tito faleceu sofrendo de ‘febre cerebral’, provavelmente, meningite. Tito foi sucedido pelo seu irmão menor, Domiciano.
3) Tito Flávio Domiciano – 81-96 DC (15 anos).
Nome de nascimento até 69 DC: Tito Flávio Domiciano (Titus Flavius Domitianus)
Nome de 69 DC até sua ascensão: Tito Flávio César Domiciano (Titus Flavius Caesar Domitianus)
Nome como imperador: Tito Flávio César Domiciano Augusto (Titus Flavius Caesar Domitianus Augustus)
Nome imperial: Imperador César Domiciano Augusto Germânico (Imperator Caesar Domitianus Augustus Germanicus)
Pai biológico: Tito Flávio Sabino Vespasiano; mãe: Flávia Domitila (Domitila Maior ou Domitila a velha); Irmãos: Tito Flávio Vespasiano Augusto e Domitila Menor (Domitila a jovem).
Esposas: Tito ofereceu a mão da filha, Júlia Flávia, ainda uma criança, ao seu irmão, Domiciano, mas ele se recusou por estar apaixonado por Domícia Longina. Em 80, nasceu o único filho conhecido de Domícia e Domiciano. Não se sabe o nome do garoto que, com apenas três anos, faleceu em 83. Por razões desconhecidas, Domiciano exilou Domícia por um breve período, mas a chamou de volta logo depois; talvez para conter os rumores de que ele estaria tendo um caso amoroso com sua sobrinha Júlia Flávia. Pelo que se sabe, Domícia viveu no palácio até o final do reinado do marido.
Júlia se casou com seu primo de segundo grau por parte de pai, Tito Flávio Sabino IV. Nesta época, Domiciano já a havia seduzido. Quando Vespasiano e o marido de Júlia Flávia morreram, Domiciano viveu conjugalmente com ela. Por causa dos apelos do povo, ele se reconciliou com Domícia, mas continuou suas relações com Júlia mesmo assim. Júlia morreu com 27 anos durante o parto de seu filho com Domiciano.
Domiciano foi um bom administrador no início, tornando-se despótico e cruel no final do seu reinado. As religiões estrangeiras eram toleradas contanto que não interferissem na ordem pública e que pudessem ser assimiladas à tradicional religião romana. Durante o reinado da dinastia flaviana cresceu o culto aos diversos deuses egípcios de um modo sem precedentes. Entre eles se destacam Serápis e Ísis, identificadas com Júpiter e Minerva respectivamente. Domiciano expulsou de Roma os filósofos. As fontes clássicas descrevem-no como um tirano cruel e paranóico, localizando entre os imperadores mais odiados ao comparar a sua vileza com as de Calígula ou Nero. Foi o responsável pela perseguição aos cristãos na Ásia Menor (incluindo João, o apóstolo, que foi levado ao exílio na ilha de Patmos). Também se proclamou deus abertamente.
Morte: Domiciano morreu com 44 anos, assassinado numa conspiração palaciana envolvendo membros da guarda pretoriana e vários de seus ex-escravos.
IV) Dinastia Nerva-Antonina (96-192 DC): Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio, Lúcio Vero e Cômodo.
Durante as administrações imperiais de Nerva (96–98), Trajano (98–117), Adriano (117–138), Antonino Pio (138–161) e Marco Aurélio (161–180) Roma desfrutou de relativa paz e prosperidade política, militar e econômica, tendo, então, atingido o seu ápice. Este período ficou conhecido como ‘A era dos cinco bons imperadores’. Um dos fatores que contribuiu para isso foi o método de sucessão escolhido por tais imperadores, que passaram a transferir o poder a um sucessor com capacidade administrativa, não necessariamente os seus descendentes diretos. Trajano, por exemplo, foi escolhido por Nerva, que não tinha filhos, e passou a ser seu sucessor. Essa política de sucessão que estava dando bons resultados só foi interrompida na época de Marco Aurélio. Após sua morte (180 DC), seu filho Cômodo o substituiu. Ele foi encarado como um dos piores imperadores que Roma já teve e o responsável pelo início das instabilidades políticas que abalariam o Império Romano.
1) Marco Coceio Nerva (Marcus Cocceius Nerva) – r. 96-98 DC (2 anos e 10 meses).
Foi um senador de boa reputação e esteve ao serviço do Império durante os reinados de Nero, Vespasiano, Tito e Domiciano. Nerva, como novo monarca, jurou restaurar os direitos que foram abolidos ou simplesmente negligenciados durante o reinado de Domiciano. Contudo, a sua administração foi marcada por problemas financeiros e pela sua falta de habilidade para tratar com as tropas, em especial a Guarda Pretoriana. Foi sucedido pelo seu filho adotivo, Trajano. É considerado pelos historiadores antigos como um imperador sábio e moderado, interessado no bem-estar econômico, procurando reduzir os gastos do governo. Velho e de bom temperamento, Nerva procurou governar bem.
Morte: faleceu de morte natural em 98 DC (67 anos de idade).
Não perseguiu os cristãos; pelo contrário, cessou de perseguir cristãos e judeus durante seu governo.
Além dele, a História menciona mais três imperadores que foram favoráveis aos Cristãos:
• Marco Aurélio Severo Alexandre (Marcus Aurelius Severus Alexandrus – 222-235 DC), vulgarmente designado por Alexandre Severo foi o último dos imperadores da dinastia dos Severos. Bem intencionado mas sem apoio político e militar, morreu assassinado durante um motim da XXII legião Primigenia. Tratou de maneira afável os cristãos. A XXII legião Primigenia (Legio Seconda Vigesima Primigenia ou Legio XXII Primigenia, “a vigésima-segunda legião afortunada”) foi uma legião do exército imperial romano dedicada à deusa Fortuna Primigenia. Foi criada em 39 DC pelo imperador Calígula para ser utilizada em suas campanhas pela Germânia (Alemanha).
• Flávio Joviano (Flavius Iovianus – 363-364 DC), um cristão que, diferentemente de seu antecessor apóstata, Flávio Cláudio Juliano, que havia promovido um retorno ao paganismo, reconduziu o Império ao Cristianismo.
• Flávio Graciano Augusto (Flavius Gratianus Augustus – 367-383 DC), que favoreceu claramente a religião cristã contra o paganismo, recusando-se a repetir os rituais pagãos dos imperadores anteriores e tirando o Altar da Vitória do senado em 382 DC. O Altar da Vitória era uma estátua de ouro e havia sido colocada na sala do senado em homenagem à deusa Vitória pelo imperador César Augusto em 29 AC para comemorar a derrota de Marco Antônio e Cleópatra na batalha de Actium (Grécia), pois se opuseram a ele. Os senadores romanos não gostaram da retirada da estátua, uma vez que, durante séculos, eles juravam solenemente diante dela, recitavam orações e faziam libações de vinho e queimavam incenso.
2) César Marco Úlpio Nerva Trajano (Marcus Ulpius Traianus) – r. 98-117 DC (19 anos).
Nome de nascimento à adoção: Marco Úlpio Trajano (Marcus Ulpius Traianus)
Nome da adoção à ascensão: César Marco Úlpio Nerva Trajano (Caesar Marcus Ulpius Nerva Traianus)
Nome como imperador: Imperador César Nerva Trajano filho do divino Nerva Augusto (Imperator Caesar Nerva Traianus Divi Nervae filius Augustus)
César Marco Úlpio Nerva Trajano era filho de Marco Úlpio Trajano e Márcia; tinha uma irmã chamada Úlpia Marciana, que veio a se casar com um senador. Sua esposa era Pompéia Plotina, e não teve filhos com ela. Pompéia Plotina tinha muito interesse em filosofia e era uma mulher de grande virtude, dignidade e simplicidade. Plotina também influenciou diversos aspectos da vida romana de sua época, desde impostos mais justos até obras de caridade para os pobres, inclusive melhorias na educação. O casal era guardião do futuro imperador Adriano, que tinha uns 10 ou 11 anos quando perdeu o pai, que era primo de segundo grau de Trajano. Plotina gostava do garoto e encorajou sua adoção por Trajano, que já estava em seu leito de morte. Quando Plotina morreu, foi deificada. Adriano construiu um templo em sua homenagem em Nimes, na Provença.
Trajano foi um eficiente administrador, reorganizou o império, com apoio do senado. Reativou o comércio e a agricultura, reduziu os impostos e realizou grandes programas de obras públicas: construiu o novo Fórum Romano, estradas (uma nova parte da Via Ápia), pontes, aquedutos, portos, banhos públicos e infra-estrutura sanitária. Teve também grandes conquistas militares e territoriais, pois no seu reinado o Império Romano atingiu sua máxima extensão territorial (de Portugal ao Irã, da atual Inglaterra ao Egito). Ele nasceu na Hispânia Bética, atual região de Andaluzia na Espanha, portanto, foi o primeiro imperador que não era natural de Roma, abrindo, assim, o caminho para uma maior participação da cidadania romana nos altos postos do império. Por tudo o que fez, ele teve a lealdade de seus súditos. Foi um dos maiores imperadores romanos. Entretanto, além de um bom administrador, ele era antes de tudo, um chefe militar. Durante a fase final de seu reinado, dedicou-se exclusivamente à guerra e deixou boa parte da administração civil em mãos de terceiros. Sua reputação durou por quase dezenove séculos.
Morte: com 63 anos, provavelmente de um AVC (acidente vascular cerebral), na viagem de volta da campanha parta, em Selino, perto do mar Negro (117 DC). Seu filho adotivo, Adriano, foi seu sucessor.
Durante o seu governo o apóstolo João faleceu de morte natural com 94 anos de idade (98-100 DC), após ter sido liberto da ilha de mineração de Patmos no governo de Nerva.
Embora desde 64 DC (quando Nero mandou supliciar os cristãos de Roma) houvesse perseguições ao Cristianismo, estas eram irregulares. As perseguições organizadas contra os cristãos surgem a partir de Trajano. Ele foi imperador romano de 98 a 117 DC. Em 112 DC ele fixou o procedimento contra os cristãos. Os cristãos eram acusados de superstição e de ódio ao gênero humano. Se fossem cidadãos romanos eram decapitados; se não, podiam ser atirados às feras ou enviados para trabalhar nas minas.
Depois dele, as principais perseguições foram ordenadas pelos imperadores: Públio Élio Trajano Adriano (117-138 DC), Antonino Pio (Tito Aurélio Fúlvio Boiônio Árrio Antonino Pio – 138-161 DC), Marco Aurélio (César Marco Aurélio Antonino Augusto – 161-180 DC), Cômodo Antonino (Marco Aurélio Cômodo Antonino – 180-192 DC), Septímio Severo (Lúcio Septímio Severo Pertinax – 193-211 DC), Geta (Públio Sétimo Geta – 189-211 DC), Décio (Caio Méssio Quinto Trajano Décio – 249-251 DC), Valeriano (Públio Licínio Valeriano – 253-260 DC), Aureliano (Lúcio Domício Aureliano – 270-275 DC), Diocleciano (Caio Aurélio Valério Diocleciano – 284-305 DC) e Maximiano (Marco Aurélio Valério Maximiano Hercúleo Augusto – 285-305 DC, governando junto com Diocleciano), um período conhecido como a Grande Perseguição. Em 284 DC, para fins administrativos, Diocleciano dividiu o império romano em duas partes: leste e oeste.
3) César Públio Élio Trajano Adriano (Caesar Publius Aelius Traianus Hadrianus) – r. 117-138 DC (21 anos).
Pai: Públio Hélio Adriano Afer (Publius Aelius Hadrianus Afer)
Mãe: Domícia Paulina (Domitia Paulina)
Nome de nascimento até a adoção e a ascensão: Públio Hélio Adriano (Publius Aelius Hadrianus)
Nome como imperador: César Públio Élio Trajano Adriano Augusto (Caesar Publius Aelius Traianus Hadrianus Augustus)
Irmã: Élia Domícia Paulina (Aelia Domitia Paulina)
Esposa: Víbia Sabina
Filhos adotivos: Lúcio Élio (Lucius Aelius) e Antonino Pio (Antoninus Pius)
Adriano nasceu no sul da Espanha; seus pais eram colonos romanos e ele era primo de segundo grau de Trajano, sendo adotado por este e colocado como seu sucessor. Ele se casou com Vibia Sabina, mas não tiveram filhos, pois havia rumores de que Adriano preferia seus amantes do sexo masculino (por exemplo, seu amante Antínoo, a quem erigiu um templo no Egito depois da sua morte).
Adriano foi o governador romano da Síria, na época da guerra de Trajano contra os Partas. Em Roma, ele reconstruiu o Panteão (um templo dedicado aos deuses romanos) e construiu o Templo de Vênus; mandou completar em Atenas a construção do Olimpeu (Olympieion, também conhecido como o Templo de Zeus Olímpico ou Colunas de Zeus Olímpico – um templo consagrado a Zeus) e fez dela a capital cultural do império. Ordenou a construção de muitos e suntuosos templos na cidade. Na época de Adriano houve certa inimizade entre ele e o senado, pois ele mandou executar quatro importantes ex-cônsules da política de conquistas militares de Trajano, sem que o senado soubesse. Adriano, vendo que o império havia esgotado sua capacidade de extensão, deixou de lado as guerras e optou por uma política diplomática com povos vizinhos: Mesopotâmia, Dácia (atual Romênia), a planície do Baixo Danúbio e a região dos Cárpatos. Para proteger as demais fronteiras romanas contra os bárbaros, ele construiu muitas fortificações na Germânia e na Inglaterra (em 122 DC, construiu a Muralha de Adriano, marcando a fronteira entre a Inglaterra e a Escócia durante séculos).
Adriano mandou reconstruir Jerusalém (em 131 DC), destruída por Tito em 70, como uma cidade grega, com estátuas, banhos públicos e centros ruidosos de vida profana. Assim, no final do seu reinado surgiu no interior da Judéia a terceira revolta judaica contra o Império Romano (132-135 DC).
Jerusalém foi reconstruída como cidade grega e passou a chamar-se Élia Capitolina (em Latim: Colonia Aelia Capitolina). Nela, os judeus ficaram proibidos de entrar, sob pena de morte (exceto na Páscoa). A palavra latina Élia é derivada do termo Árabe, Iliya, que os muçulmanos, em certa época, costumavam usar para Jerusalém (outros dizem que era por causa do nome de nascimento do imperador: César Públio Élio Trajano Adriano – Caesar Publius Aelius Traianus Hadrianus); ‘Capitolina’, porque a nova cidade foi dedicada a Júpiter Capitolino (a estátua de Zeus, Júpiter para os romanos), a quem foi construído um templo no lugar do templo Judaico de Jerusalém. Junto ao Gólgota (onde Jesus foi crucificado) ergueu-se um templo à deusa grega Afrodite (Vênus para os romanos). A antiga província da Judéia passou a chamar-se Síria Palestina, como uma forma de tentar apagar a memória da presença judaica na região, fazendo com que os judeus se lembrassem dos filisteus (Philistines), os antigos habitantes da região nos tempos bíblicos. No Édito de Adriano foi proibida a circuncisão (considerada pelos romanos como uma mutilação) e, por causa da resistência dos judeus, também foi proibido o ensinamento da Torá e a ordenação de novos rabinos. Os Romanos escravizaram e massacraram muitos judeus da Judéia e muitos deles foram banidos. Os escravos foram levados para Roma; eram vendidos nos mercados de escravos, e os mais inaptos para o trabalho eram levados às arenas, sendo mortos por gladiadores ou por animais selvagens. Apesar de ‘A Diáspora’ ter começado no séc. VI AC, depois do exílio na Babilônia e, especialmente após 70 DC, com a destruição de Jerusalém por Tito, essa guerra eliminou definitivamente qualquer possibilidade de renascimento de um judaísmo centrado no Templo de Jerusalém e na sua linhagem de sacerdotes Levíticos. O judaísmo se tornou uma expressão meramente religiosa e cultural, e não mais política, situação esta que se perpetuaria até o surgimento do sionismo no século XIX.
Adriano também perseguiu os Cristãos. Ele morreu de insuficiência cardíaca aos 62 anos de idade.
4) Tito Aurélio Fúlvio Boiônio Árrio Antonino Pio, conhecido como Antonino Pio (Titus Aurelius Fulvius Boionius Arrius Antoninus Pius) – r. 138-161 DC (23 anos).
Nome de nascimento até adoção por Adriano: Tito Aurélio Fúlvio Boiônio Árrio (Titus Aurelius Fulvus Boionius Arrius)
Nome da adoção à ascensão: Tito Élio César Antonino (Titus Aelius Caesar Antoninus)
Nome como imperador: César Tito Élio Adriano Antonino Augusto Pio (Caesar Titus Aelius Hadrianus Antoninus Augustus Pius)
Pai: Tito Aurélio Fulvo
Mãe: Árria Fadila. Com a morte de Tito Aurélio Fulvo, ela se casou com Públio Júlio Lupo, e teve uma filha com ele: Júlia Fadila
Irmãos do primeiro casamento da mãe com Tito Aurélio Fulvo: nenhum. Antonino era filho único
Esposa: Antonino Pio casou-se por volta de 110-115 DC com Ânia Galéria Faustina Maior, filha de um cônsul. Foi uma formosa mulher, conhecida em Roma pela sua sabedoria. Passou toda a sua vida ao cuidado dos desfavorecidos. Ânia Galéria Faustina (Faustina Maior, também chamada de Faustina, a Velha, ou Faustina I) foi deificada após sua morte.
Filhos naturais:
• Marco Aurélio Fúlvio Antonino (Marcus Aurelius Fulvus Antoninus – morreu antes de 138)
• Marco Galério Aurélio Antonino (Marcus Galerius Aurelius Antoninus – morreu antes de 138)
• Aurélia Fadila (morreu antes de 135); Marco Aurélio Fúlvio Antonino; Marco Galério Aurélio Antonino (morreram de causas naturais antes de 138). Aurélia Fadila se casou com Élio Lmai Silvano (ou Silano), tornado cônsul em 145 DC. Parece que ela não teve filhos com o marido.
• Ânia Galéria Faustina Menor ou Faustina, a Jovem (Annia Galeria Faustina Minor) – se casou com o imperador Marco Aurélio, primo pelo lado da mãe. Foi a única filha a chegar a idade adulta. A segunda filha deles (Lucila) se casou com o imperador Lúcio Vero.
Filhos adotivos:
• Marco Aurélio (adotivo) – sobrinho de Antonino Pio. Quando Marco Aurélio foi adotado por Antonino Pio, ele se separou de sua 1ª esposa Ceiônia Fábia para se casar com Faustina, a Menor.
• Lúcio Ceiônio Cômodo Vero (Lucius Ceionius Commodus Verus), conhecido como Lúcio Vero, neto de Adriano, filho de Lúcio Élio César (ou Lúcio Cômodo – Lucius Ceionius Commodus) e sua esposa Avídia. Lúcio Élio César era filho do imperador Adriano. Lúcio Vero se casou com a filha de Marco Aurélio, Lucila.
Morte: 74 anos, de febre.
Antonino Pio foi denominado ‘Pio’ pelo fato de ter insistido na deificação de seu pai adotivo Adriano. Sua política de governo foi austera, sem grandes edificações ou conquistas militares. A única delas foi a expansão da fronteira da Britânia mais para o norte, que levou à construção de um novo muro (140-142 DC), a Muralha de Antonino, ao Norte da Muralha de Adriano, na fronteira entre as atuais Inglaterra e Escócia. Durante o seu reinado foram construídos alguns templos, teatros, mausoléus, não tão opulentos quanto os dos seus antecessores. Ele promoveu as artes e as ciências, favorecendo os mestres de retórica (oratória, eloqüência) e filosofia.
O seu reinado transcorreu pacificamente, apesar de distúrbios militares ocorridos na Mauritânia, na Judéia e na Britânia contra os Brigantes (um povo Celta), embora nenhuma destas insurreições fosse considerada de importância. Ele procurou resolver as crises do seu governo sem sair da Itália, tratando os assuntos bélicos nas províncias através de governadores ou por meio de cartas às cidades. Para muitos, este foi um bom estilo de governo. Antonino Pio manteve boas relações com o senado, ao contrário de Adriano. Antonino também perseguiu os Cristãos.
Morte: Antonino faleceu de febre em Etrúria, a cerca de doze quilômetros de Roma, com 74 anos de idade. Seu reinado foi o mais duradouro desde o de Augusto, superando em dois meses o de Tibério (de 23 anos). O seu corpo foi depositado no Mausoléu de Adriano (hoje, Castelo Sant’Angelo) e foi erigida uma coluna na sua honra no Campo de Marte (Campus Martius – o nome de uma área pública em Roma dedicada ao deus Marte), e o templo que ele próprio dedicara à sua esposa Faustina em 141 foi deificado então no seu nome e no de Adriano.
5) Lúcio Ceiônio Cômodo Vero Armeníaco (Lucius Ceionius Commodus Verus Armeniacus), conhecido como Lúcio Vero – r. 161-169 DC (8 anos).
Nome de nascimento até adoção por Antonino Pio: Lúcio Ceiônio Cômodo (Lucius Ceionius Commodus)
Nome da adoção à ascensão: Lúcio Élio Aurélio Cômodo (Lucius Aelius Aurelius Commodus)
Nome como imperador: César Lúcio Aurélio Vero Augusto (Caesar Lucius Aurelius Verus Augustus)
Vero era filho de Avídia Pláutia e Lúcio Élio César, chamado também de Lúcio Cômodo (Lucius Ceionius Commodus), filho do imperador Adriano. Ele também tinha um irmão chamado Caio Avídio Ceiônio Cômodo (Avidius Ceionius Commodus) e duas irmãs: Ceiônia Fábia (Ceionia Fabia) e Ceiônia Pláucia (Ceionia Plautia). Ele nasceu e cresceu em Roma.
Quando o pai de Lúcio Vero morreu, em 138 DC, ele foi adotado por Adriano. Este escolheu como sucessor Antonino Pio, seu filho adotivo, sob a condição de que este adotasse Lúcio Vero (que tinha, então, sete anos) e Marco Aurélio (sobrinho de Antonino Pio) de dezessete anos. Lúcio Vero se casou com Ânia Lucila, a filha de Marco Aurélio, e teve três filhos: Aurélia Lucila, Lucila Pláutia e Lúcio Vero (Aurélia Lucila e Lúcio Vero morreram ainda jovens). Lucila Pláutia, em 182, conspirou com a mãe (Ânia Lucila) para derrubar Cômodo (o imperador e irmão de Lucila, mas as duas foram executadas em Capri por ordem dele). Ânia Lucila tinha 34 anos quando morreu.
Morte: Lúcio Vero morreu com 39 anos de idade, de varíola ou envenenamento.
Lúcio Vero foi co-imperador do Império Romano com Marco Aurélio, de 161 a 169 DC.
Em 161 o senado lhe deu o poder de tribuno e o título de Augusto.
Era a primeira vez que Roma era governada por dois imperadores. Marco Aurélio já tinha sido cônsul uma vez e era pontífice máximo. Logo após a ascensão de Marco Aurélio como imperador, sua filha Ânia Lucila de 11 anos de idade, foi prometida a Lúcio Vero, apesar de ele ser formalmente seu tio (ele era, aproximadamente, 20 anos mais velho que ela).
Durante o inverno de 161-162 aconteceu uma revolução na Síria e Lúcio Vero foi enviado por Marco Aurélio até lá, a fim de combater os Partas. Ele era mais forte e mais saudável do que Marco Aurélio e mais adequado para a atividade militar. Na verdade havia outras intenções por trás desta escolha, que era conter a devassidão e os deboches de Lúcio, para reformar sua moral e fazê-lo entrar em contato com os horrores da guerra para perceber que ele era um imperador. O Senado foi favorável e Lúcio partiu. Marco Aurélio permaneceu em Roma, pois a cidade precisava de sua presença.
Lúcio foi acometido por um AVC em Canosa, durante a viagem, o que o colocou na cama. Acabou se recuperando. Lúcio passou a maior parte de sua campanha em Antioquia, embora invernasse em Laodicéia e passasse o verão em Dafne, uma estância fora de Antioquia.
No meio da guerra, no outono de 163 ou início de 164, Lúcio viajou para Éfeso para se casar com Lucila, que tinha 13-14 anos de idade. De 166 a 168 Lúcio Vero passou em Roma com um estilo de vida cheio de deslumbre e encantamento, e com uma trupe de atores e favoritos junto dele. Na taverna de sua própria casa ele celebrava festas com seus amigos até de madrugada. Os jogos do circo (Coliseu) também o divertiam, em especial as corridas de carruagem (bigas). Apesar de tudo, ele continuava a desempenhar suas funções oficiais com eficiência. Em 168 os Marcomanos invadiram o território romano atravessando o Danúbio (Os marcomanos eram uma tribo germânica com estreitas ligações aos suevos e que habitavam a região sul do rio Danúbio). Voltando a Roma, ele começou a apresentar sintomas de intoxicação alimentar (envenenamento) e morreu alguns dias depois (169). Alguns eruditos dizem que ele pode ter sido vítima de uma epidemia de varíola, conhecida como a ‘Peste Antonina’. A guerra durou até 180. Foi deificado pelo Senado Romano após sua morte como o Divino Vero (Divus Verus).
6) César Marco Aurélio Antonino Augusto (Caesar Marcus Aurelius Antoninus Augustus), conhecido como Marco Aurélio – r. 161-180 DC (19 anos).
Nome de nascimento: Marco Ânio Catílio Severo (Marcus Annius Catilius Severus).
Após o casamento, passou a se chamar: Marco Ânio Vero (Marcus Annius Verus); na verdade, tomou o nome do seu pai biológico.
Nome como herdeiro imperial: Marco Élio Aurélio Vero César (Marcus Aelius Aurelius Verus Caesar).
Nome como imperador: Marco Aurélio Antonino, acrescentando-lhe os títulos de Imperador, César e Augusto. Aurelius significa ‘dourado’, e a referência a Antoninus deve-se ao fato de ter sido adotado pelo imperador Antonino Pio.
Pai biológico: Marco Ânio Vero (Marcus Annius Verus); mãe: Domícia Lucila. Irmã: Ânia Cornifícia Faustina, também chamada de Ânia Cornifícia Faustina Maior, ou Ânia Cornifícia Faustina, a velha.
Esposa: Faustina, a Jovem, filha de Antonino Pio e da imperatriz Faustina, a Velha. O casamento ocorreu por volta de 145 DC e durou 30 anos. Durante esses 30 anos, Faustina gerou 13 filhos, entre os quais: Cômodo (Lucius Aurelius Commodus Antoninus), que se tornaria imperador após Marco Aurélio; e Ânia Aurélia Galéria Lucila, que se casou com Lúcio Vero para solidificar a sua aliança com Marco Aurélio.
Filhos:
Ânia Aurélia Galéria Faustina
Gêmelo Lucila (irmão gêmeo de Ânia Aurélia Galéria Lucila, que morreu quando bebê)
Ânia Aurélia Galéria Lucila (se casou com Lúcio Vero)
Tito Élio Antonino
Tito Élio Aurélio
Adriano
Domícia Faustina
Ânia Aurélia Fadila
Ânia Cornifícia Faustina Menor
Tito Aurélio Fúlvio Antonino – gêmeo de Lúcio Aurélio Cômodo Antonino, e morreu com 4 anos de idade
Lúcio Aurélio Cômodo Antonino (Lucius Aurelius Commodus Antoninus) – o futuro imperador
Marco Ânio Vero César
Víbia Aurélia Sabina
Morte de Marco Aurélio: 58 anos idade, durante a guerra contra os Marcomanos (tribos germânicas, atual Boêmia, na República Checa).
Marco Aurélio foi o último dos cinco bons imperadores, e é lembrado como um governante bem-sucedido e culto; dedicou-se à filosofia, especialmente ao estoicismo, por isso ficou conhecido como o imperador filósofo. Estoicismo foi uma corrente filosófica fundada por Cicio (340-264 AC) que ensinava a austeridade de caráter, rigidez moral e a impassibilidade em face da dor ou infortúnio. Era contemporânea do epicurismo, fundado por Epicuro (filósofo grego – 341-270 AC), caracterizado pelo prazer com a prática da virtude e a cultura do espírito, sensualidade e luxúria, mas neste pormenor, diferente do Edonismo, que buscava o prazer imediato.
Marco Aurélio também perseguiu cruelmente os Cristãos, que aos seus olhos eram pessoas supersticiosas e teimosas. Seu reinado foi marcado por guerras na parte oriental do Império Romano contra os partas, e na fronteira norte, contra as tribos Germânicas. Na Europa Central, Aurélio combateu os Marcomanos, os Quados e os Sármatas com sucesso durante as guerras Marcomânicas. Ele resolveu o caso, enviando o co-imperador Lúcio Vero como comandante das legiões situadas no oriente. Lúcio Vero permaneceu leal até sua morte, em campanha, no ano 169 DC. Poucos anos antes de morrer, designou o seu filho Cômodo como herdeiro (adotando o nome de Marcus Aurelius Commodus Antoninus), tendo-o, ainda, feito co-imperador em 177 DC. Entretanto, seu filho era egocêntrico e não estava preparado para o exercício do poder. Por isso, muitos historiadores se referem ao início do declínio de Roma com a morte de Marco Aurélio e o reinado de Cômodo. Em outras palavras, a morte da ‘Pax Romana’ (‘A Paz Romana’) – uma expressão que se enquadrou nos dois primeiros séculos do Império Romano, possuindo um sentido de segurança, ordem e progresso para todos os povos dominados por Roma. Neste período, a população romana viveu protegida das invasões bárbaras que viviam junto às fronteiras do império. Iniciou-se com Augusto em 27 AC, ao declarar o fim às guerras civis através do autoritarismo e das armas das legiões romanas.
Morte: Marco Aurélio faleceu com 58 anos de idade, durante uma expedição contra os Marcomanos (180 DC), bárbaros que cercavam Vindobona (actual Viena, na Áustria). As suas cinzas foram trazidas para Roma e depositadas no Mausoléu de Adriano, bem como as da sua família.
7) Cômodo Antonino (Marcus Aurelius Commodus Antoninus) – r. 180-192 DC (12 anos).
Nome de nascimento: Lúcio Aurélio Cômodo (Lucius Aurelius Commodus Antoninus)
Pai biológico: Marco Aurélio; mãe: Faustina, a Jovem. Irmãos: Ânia Aurélia Galéria Faustina, Gêmelo Lucila (irmão gêmeo de Ânia Aurélia Galéria Lucila, que morreu quando bebê), Ânia Aurélia Galéria Lucila, Tito Élio Antonino, Tito Élio Aurélio, Adriano, Domícia Faustina, Ânia Aurélia Fadila, Ânia Cornifícia Faustina Menor, Tito Aurélio Fúlvio Antonino (gêmeo de Lúcio Aurélio Cômodo Antonino, e morreu com 4 anos de idade), Marco Ânio Vero César, Víbia Aurélia Sabina.
Esposa: Bruta Crispina ou Brútia. Ela se casou com Cômodo em 178, quando tinha dezesseis anos de idade. Entretanto, não teve filhos, e isso gerou um problema na sucessão do império. Na verdade, o casamento de Crispina foi planejado pelo pai e pelo sogro. Cômodo não gostava da esposa, provavelmente pelo seu temperamento: ela era bela e graciosa, mas também vaidosa e arrogante. Entretanto, os escritores antigos dizem que Cômodo preferia a companhia masculina. Depois de dez anos de casamento, Crispina acabou sendo falsamente acusada de adultério e foi banida para a ilha de Capri em 188, onde ela foi posteriormente executada (na época, ela tinha 27 anos de idade).
Cômodo foi o primeiro imperador, nesta série de cinco imperadores, a ascender ao poder por laços de sangue e não por adoção. É considerado um dos piores imperadores romanos, e o seu reinado marcou o final da chamada ‘era dos cinco bons imperadores’ e da Dinastia dos Antoninos. Cômodo foi educado em literatura grega, em latim e em retórica (oratória; eloquência).
Em 177 DC, Marco Aurélio o nomeou co-imperador, e até sua morte (180 DC) os dois governaram juntos, durante a guerra contra os Marcomanos. No entanto, com a morte do pai, Cômodo foi contra a opinião dos seus assessores e encerrou a política de guerra de Marco Aurélio, tentando fazer com os germanos uma paz negociada (108-182 DC), apesar de o exército romano estar envolvido em ‘campanhas de limpeza’ na região danubiana. Embora com recursos econômicos insuficientes para manter tropas romanas permanentes, o povo de Roma ainda apoiava esta forma de governo, e a renúncia às conquistas de territórios era algo que desagradava à elite do governo romano, pois isso diminuía as chances de uma pessoa ocupar cargos públicos. Tudo isso separou Cômodo do Senado, que o acusava de ser um mau imperador, além das suas extravagâncias e perversões sexuais. Cômodo ficou famoso por gostar dos espetáculos violentos, mesmo porque este foi um fator que contribuiu para sua ascendência ao trono. Os historiadores dizem que com 12 anos de idade essa faceta do seu caráter já se manifestava. Ele quis ver um escravo ser queimado vivo só porque lhe preparara a água do banho, que ele achava estar muito quente. Os servos pegaram um animal e o queimaram vivo na sua frente.
No início do seu reinado houve uma conspiração por parte do Senado contra ele, conspiração esta que foi liderada pela sua própria irmã Lucila, na época, já viúva de Lúcio Vero e casada com um idoso general de Marco Aurélio. Cômodo afastou o general de seu cargo e enviou Lucila ao exílio, junto sua filha, onde foram mortas por sua ordem. A partir daí, apoiou-se nos seus prefeitos pretorianos, um atrás do outro, devido a intrigas e assassinatos na corte imperial. Como Adriano, ele deu menos valor ao senado e passou a governar apoiado num conselho de amigos pessoais e funcionários administrativos. Assim, sempre em viagens, ele se afastava do Senado e se aproximava mais das elites provinciais, com bons resultados. Passou a não ter mais interesse pelas questões cotidianas do governo, chegando a demonstrar uma verdadeira desconsideração e aborrecimento pelo cargo que ocupava. Passava cada vez menos tempo em Roma. Em 189, sob influência de seu prefeito pretoriano, chegou a nomear 25 cônsules, muitas vezes julgando causas judiciais por causa de suborno. Entretanto, Cômodo teve o bom senso de escolher para as províncias e para o exército indivíduos com capacidades de administração, bem como o cuidado em atender a solicitações dos mais oprimidos, como o caso dos colonos africanos.
Diante da oposição do Senado, Cômodo procurou governar com base no carisma religioso. Emprestou dinheiro às religiões orientais e promoveu o culto de Júpiter, o deus supremo (Zeus, para os Gregos), num novo Panteão Romano no qual estariam representados os deuses estrangeiros. Também se apresentou como gladiador no anfiteatro (Coliseu), e devido à sua devoção ao culto de Hércules (Herakles ou Héracles, para os Gregos, famoso por sua força), um dos mitológicos filhos de Júpiter, autodenominou-se Hércules Romanus, impondo que o adorassem como a reencarnação de Hércules. Emitiu uma série de moedas em que se fazia representar como Hércules, com a clava, o arco, flechas e uma pele de leão. Héracles, o deus grego, era reconhecido pela clava e pela pele de leão (pelo fato de ter derrotado o leão de Neméia, um local desconhecido; provavelmente, fruto da imaginação humana). A clava se devia à sua força nas batalhas corpo a corpo.
Por ser um grande admirador das lutas entre gladiadores, em 192 DC ele organizou um espetáculo com duas semanas de duração, onde houve combates entre gladiadores, inclusive, chegando a participar pessoalmente deles, usando roupas e armas semelhantes às de Hércules. Apareceu no senado vestindo essas roupas.
Embora muitas fontes digam o contrário, em seu governo houve, realmente, uma perseguição aos Cristãos.
Morte: Cômodo morreu com 31 anos de idade por causas violentas, mas as fontes divergem sobre quem e sobre a maneira como isso ocorreu. Sua morte violenta marcou o início de um período de grande instabilidade política em Roma. O grupo de assessores mais próximos do imperador incluía o futuro imperador Septímio Severo e seu irmão Públio Septímio Geta. Quando Septímio Severo se tornou imperador, Cômodo foi divinizado. Sua morte foi o fim da Dinastia Nerva-Antonina.
V) O Ano dos cinco imperadores (193 DC): Pertinax, Dídio Juliano, Pescênio Níger, Clódio Albino e Septímio Severo (fundador da dinastia dos Severos).
O ano dos cinco imperadores refere-se ao ano 193 DC, em que houve cinco pretendentes ao título de imperador romano. Os cinco foram: Pertinax, Dídio Juliano, Pescênio Níger, Clódio Albino e Septímio Severo (fundador da dinastia dos Severos). Começou com o assassinato de Cômodo no último dia do ano de 192, e com a proclamação de Pertinax como imperador.
Públio Hélvio Pertinax ou Pertinax (Publius Helvius Pertinax – 31 de dezembro de 192 – meados de 193 DC) era senador de uma família grega e comprou o título de imperador, que foi reconhecido por Septímio Severo. Morreu assassinado por soldados da guarda pretoriana no Palatino (uma das sete colinas de Roma). Mais tarde nesse mesmo dia, Dídio Juliano ganhou um leilão pelo título de imperador, vencendo Tito Flávio Sulpiciano (sogro de Pertinax, e novo prefeito da cidade). Tito Flávio Cláudio Sulpiciano (Titus Flavius Claudius Sulpicianus) ofereceu aos soldados uma grande soma de dinheiro para comprar sua lealdade, como Marco Aurélio havia feito em 161, oferecendo a mesma quantia de 20.000 sestércios. Dídio Juliano ofereceu 5.000 sestércios a mais (essa quantia equivalia a mais de oito vezes o salário anual dos soldados). O senado aprovou Marco Dídio Severo Juliano como imperador (ficou apenas 2 meses e três dias no poder). Marco Dídio Juliano tinha 60 anos na época. Era casado com Mânlia Escantila e tinha uma filha chamada Didia Clara. Era filho de Quintus Petronius Didius Severus e Aemilia Clara. Sua família de nascimento era rica e importante em Milão, mas ele foi criado na família de Domícia Lucila (mãe do imperador Marco Aurélio), e isso o levou a uma sólida carreira administrativa no império, como pretor na Bélgica, procônsul, cônsul, governador da Ilírica e da Germânia e chefe de um sistema previdenciário para órfãos e para os menos privilegiados. Entretanto, após a morte de Cômodo, ele começou a tomar medidas impopulares, o que gerou rebeldia no povo. Outros três pretendentes ao trono o desafiaram: Pescênio Níger na Síria, Clódio Albino na Britânia, e Septímio Severo na Panônia. Severo, tendo como aliado Clódio Albino (governador da Britânia) chegou a Ravena, marchou para Roma para derrubar Dídio Juliano. Apesar de todas as medidas desesperadas de Dídio Juliano, ele foi vencido por Septímio Severo. Uma versão da história diz que Dídio Juliano foi morto pelos soldados pretorianos no Palatino (uma das 7 colinas de Roma) a mando do senado; outra versão dos fatos dizem que Septímio Severo o decapitou. De qualquer forma, Septímio Severo chegou a Roma, entregou o cadáver de Dídio Juliano à sua esposa e filha, e lhes poupou a vida, porém excluindo-as dos títulos de Augusta e da herança. Depois, demitiu a guarda pretoriana e executou os soldados que tinham assassinado Pertinax. Consolidando o seu poder, Septímio Severo batalhou contra Pescênio Níger em Cízico e Nicéia em 193, e depois o derrotou definitivamente em Isso em 194. Caio Pescênio Níger (54 anos de idade) foi imperador romano por alguns meses apenas. No início, Clódio Albino apoiava Septímio Severo, acreditando que ele lhe sucederia. Clódio Albino já havia sido proclamado imperador pelas legiões britânicas na Hispânia depois do assassinato de Pertinax em 193. Quando percebeu que Severo tinha outras intenções, Clódio Albino declarou-se a si próprio imperador em 195, mas foi derrotado na Batalha de Lugduno em 197. Morreu aos 47 anos de idade.
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Deus está presente na História vol. 1 (PDF)
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Lista dos imperadores romanos (PDF)
Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti
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