A parábola do semeador nos ensina a investir nas três áreas mais importantes da nossa vida (material, emocional e espiritual) para conhecermos os mistérios do reino de Deus. O que significa ajuntar tesouros no céu (Mt 13:12)?
The parable of the sower teaches us to invest in the three most important areas of our life (material, emotional and spiritual) to know the mysteries of the kingdom of God. What it means to store up treasures in heaven (Matt. 13:12)?
“Naquele mesmo dia, saindo Jesus de casa, assentou-se à beira-mar; e grandes multidões se reuniram perto dele, de modo que entrou num barco e se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia. E de muitas coisas lhe falou por parábolas e dizia: Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e, vindo as aves, a comeram. Outra parte caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra. Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se. Outra caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram. Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto: a cem, a sessenta e a trinta por um. Quem tem ouvidos [para ouvir], ouça. Então se aproximaram os discípulos e lhe perguntaram: Por que lhes falas por parábolas? Ao que lhes respondeu: Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido. Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Por isso, lhes falo por parábolas; porque, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem. De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías: Ouvireis com os ouvidos e de nenhum modo entendereis; vereis com os olhos e de nenhum modo percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e fecharam os olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados. Bem-aventurados, porém, os vossos olhos, porque vêem; e os vossos ouvidos, porque ouvem. Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram; e ouvir o que ouvis e não ouviram. Atendei vós, pois, à parábola do semeador. A todos os que ouvem a palavra do reino e não a compreendem, vem o maligno e arrebata o que lhes foi semeado no coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho. O que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza. O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém, os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera. Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende; este frutifica e produz a cem, sessenta e a trinta por um” (Mt 13: 1-23; Mc 4: 1-9; Lc 8: 4-8).
Quando lemos este texto bíblico parece bem claro para nós o sentido da parábola, não tendo mais nada a acrescentar ao que foi explicado por Jesus:
1) Os “da beira do caminho”: ouvem a palavra do reino e não a compreendem, vem o maligno e arrebata o que lhes foi semeado no coração.
2) Os do “solo rochoso”: ouvem a palavra e a recebem logo, com alegria; mas não têm raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhes chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam.
3) Os “semeados entre os espinhos”: ouvem a palavra, porém, os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera.
4) As “boas terras”: ouvem a palavra e a compreendem; frutificam e produzem a cem, sessenta e a trinta por um.
I) Tesouros no céu: Essa parábola nos ensina, em primeiro lugar, a fazer o nosso depósito no céu. Jesus disse: “Pois ao que tem (tesouros no céu, conquistados através do entendimento da palavra revelada; em outras palavras, uma vida espiritual com Deus, aprendendo e crescendo com Ele) se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que não tem (esses tesouros espirituais, uma vida no altar com Deus), até o que tem lhe será tirado (perderão até o pouco de interesse que têm por Deus)” (Mc 4: 25; Mt 6: 19-21; Lc 19: 26). Por isso, aos Seus discípulos era dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas aos demais isso não lhes era concedido, justamente porque seu coração estava endurecido, e eles não tinham tesouros no céu, ou seja, não tinham intimidade com o Senhor. Assim, quanto mais a nossa vida estiver em comunhão com Deus, mais receberemos as Suas revelações e o entendimento da Sua palavra, e mais teremos vontade de estar junto com Ele.
II) É preciso semear abundantemente nas três áreas mais importantes da nossa vida para podermos colher frutos em todas elas:
Somos corpo, alma e espírito. Nosso corpo necessita do que o mundo material tem para nos oferecer: dinheiro, comida, conforto material, remédio etc. Nossa alma não se satisfaz com isso, pois seu alimento é outro: amor, carinho, compreensão, boas palavras, consolo, amizade, bons relacionamentos, paz, estabilidade familiar etc. Nosso espírito, igualmente, se satisfaz com outro tipo de alimento que é a palavra revelada de Deus e que nos leva a ter conhecimento de quem somos verdadeiramente e do nosso propósito de ter nascido, além do que vai nos mostrar para onde vamos voltar quando nosso corpo carnal morrer.
Dessa forma, para não haver escassez em nenhuma delas, é necessário que façamos um investimento nessas três áreas. Por isso Jesus pagou o preço pela nossa salvação, morrendo na cruz. Entretanto, há algo mais do que a nossa salvação a zelar: nossa integridade espiritual aqui na terra para podermos exercer a autoridade que nos foi delegada por Jesus nas regiões celestiais. A área espiritual não pode ter brechas, senão viveremos em amarras do inimigo, que passa a assolar as demais áreas da nossa vida. Jesus nos deu o exemplo, como homem, do que devemos fazer:
Na área material, devemos proteger nosso dinheiro da assolação do diabo dizimando e ofertando na obra de Deus, pois assim a brecha financeira que possa haver sobre nossa vida é fechada. E aqui é onde existe a nossa maior luta contra as obras da carne, em especial a avareza, que a bíblia considera como uma idolatria (Cl 3: 5), porque o deus do dinheiro vai querer a glória para si. Mas Jesus disse (Mt 6: 33): “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. No final do versículo anterior Ele diz (Mt 6: 32b): “pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas”, ou seja, Ele sabe que precisamos das coisas materiais, mas faz questão de dizer que elas vão vir à nossa vida se colocarmos as Suas coisas como uma prioridade.
Na área emocional também é necessário investir e é aqui também que está uma grande barreira humana impedindo o fluir do amor de Deus. Precisamos cultivar amizades como quem cultiva uma plantinha que gosta muito. Se nós deixarmos de regá-la, ela seca e morre. A bíblia é muito clara neste ponto: “Não vos enganeis: De Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará... E não nos cansemos de fazer o bem, porque ao seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” (Gl 6: 7; 9-10). Dar e compartilhar são sinônimos de maturidade. Se quisermos ter amigos, devemos fazer amigos.
Por fim, é necessário, mais do que tudo, investir na área espiritual e isso não significa simplesmente orar de vez em quando, fazer voto ou promessa na hora que o “bicho pega”, e sim, ter um relacionamento íntimo, diário e profundo com o Senhor, como se espera ter num casamento, abrindo o coração sem reservas para que nada fique escondido. Sobretudo, cuidar da nossa salvação. Por isso Jesus incomodava tanto os fariseus: porque tinha tanta intimidade com Deus a ponto de chamá-lo de Aba (אב, em aramaico = pai; em grego: Ἀββᾶ, Abba, Strong G5, Pai (como um vocativo), papai, de origem caldéia) e de se assumir como Seu Filho. Quando Ele se retirava para lugares desertos e orava, era para manter em dia esse relacionamento sadio com o Pai.
Tem uma passagem interessante em relação à semeadura em Lc 6: 37-38: “Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”.
A palavra acima nos ensina a semeadura verdadeira na área espiritual, emocional e material. Quem tem autoridade para julgar é Deus; não adianta condenar alguém que Ele julgou como inocente, portanto, nesta área (espiritual), ao invés de julgar, a semente é orar; na área emocional, as sementes são: o apoio emocional, a palavra de incentivo e o perdão. Reter o perdão mata a semente. Na área financeira, o Senhor nos aconselha a dar o melhor que temos, porque quem vai fazer os cálculos é Ele mesmo e os Seus pesos serão justos.
Para Jesus só há um peso e uma medida: o amor.
Cada área, sendo semeada com as sementes corretas, vai dar também os frutos corretos. Assim, conheceremos a vida abundante que o Senhor planejou para nós. É o Espírito de Deus que nos ensina a fazer isso.
Ensinos, curas e milagres (PDF)
Teachings, healings and miracles (PDF)
Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti
PIX: relacionamentosearaagape@gmail.com