Estudo sobre as duas etapas da criação do homem e da mulher, o papel de cada um e o resgate que Jesus veio trazer para ela. A mulher foi criada para ser auxiliadora do homem e andar em igualdade com ele.
Study on the two stages of the creation of man and woman, the role of each one and the rescue that Jesus came to bring to her. Woman was created to be man’s helper and walk on equal terms with him.
Todas as etapas da criação até aqui (Gn 2: 7), tanto do homem, quanto das ervas e dos seres viventes foi espiritual, isto é, Deus fez seu “molde” através da palavra. Vamos dizer que Sua palavra criadora foi uma semente plantada e que depois germinaria:
Gn 2: 4-6:
4 Esta é a gênese dos céus e da terra quando foram criados, quando o Senhor Deus os criou.
5 Não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois ainda nenhuma erva do campo havia brotado; porque o Senhor Deus não fizera chover sobre a terra, e também não havia homem para lavrar o solo.
6 Mas uma neblina subia da terra e regava toda a superfície do solo.
Vamos começar pela criação espiritual do ser humano.
Em Gn 1: 26a;27 está escrito: “Também disse Deus: Façamos (asah ou ‘ãçâ – Strong #6213: fazer: a atividade criadora no mais amplo sentido; realizar, trazer à luz) o homem à nossa imagem (tselem, צלמ – Strong #6754), conforme a nossa semelhança (demuth, דמות – Strong #1823)... Criou (bãrã’; criar, Strong #1254) que expressa atividade divina, um processo formativo) Deus, pois, o homem (’adhãm – Strong #120) à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”.
Ele criou o homem (’adhãm = homem vermelho, humanidade, que procede da mesma raiz hebraica ’adhãmâ e significa: terra, para lembrar o homem de sua origem: Gn 2: 7 e Gn 3: 19). A palavra posterior é bãrã’ = criar, criar o homem, de modo composto, isto é, homem e mulher os criou (Gn 1: 27). No original é: “Macho (zãkhãr – Strong #2145) e fêmea (neqebah ou neqebâ – Strong #5347) os criou”.
Imagem (no dicionário de língua portuguesa) significa representação material ou mental da forma externa de uma pessoa ou algo; espelho, reflexo; a impressão geral de uma pessoa, um símile (cf. Gn 5: 3: “Viveu Adão cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e lhe chamou Sete” e Gn 9: 6: “Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque fez o homem segundo a sua imagem”). Na Concordância de Strong, ‘imagem’ (tselem) vem de uma raiz não utilizada, significando sombra; um fantasma, ou seja, (figurativamente) ilusão, semelhança; portanto, uma figura representativa, especialmente um ídolo, imagem, vã demonstração.
Semelhança (no dicionário de língua portuguesa) significa: relação entre seres, parecença, analogia; neste caso, com o Espírito de Deus, portanto, Seu caráter, Sua natureza. Na Concordância de Strong, ‘semelhança’ (demuth ou demût) vem da palavra damah, que significa: semelhança; concretamente: modelo, forma, como (adv.), parecido com, parecido, semelhante, similar, maneira.
Assim, o Senhor estava criando o homem à Sua imagem e semelhança através da Sua palavra. Entretanto, esta linguagem das Escrituras não sugere que o homem tivesse semelhança física com Deus (pois Deus é Espírito), mas significa que ele foi feito semelhante a Deus nos poderes espirituais. Ele recebeu os poderes de pensar e sentir, de se comunicar com os outros, de discernir e discriminar e avaliar e modelar seu próprio caráter, até certo ponto. A criação material começa aqui:
Gn 2
7 Então, formou (yatsar, יצר, Strong #3335) o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente (Nephesh Hayah). O verbo yatsar foi usado para dar a idéia de um oleiro trabalhando, moldando com suas mãos o material que tinha nas mãos.
O Senhor concluiu fisicamente o que já tinha criado espiritualmente através da Palavra. Do barro formou o homem, cuja alma já havia moldado à Sua imagem e semelhança e agora dava o “último toque”, soprando de Si mesmo dentro dele. A palavra hebraica para fôlego é neshamah (n‘sãmãh) נשׁמת – Strong #5397 – derivada de nasham: um sopro, ou seja, vento, sopro vital, inspiração divina, intelecto, alma, espírito. O ‘sopro divino’ significa a infusão do espírito no ser humano, que o dotou de capacidade intelectual, moral, relacional e espiritual, ou seja, o sopro ou espírito de Deus deu vida e individualidade ao corpo físico do homem. Assim, nossa porção terrena é vivificada pelo sopro de vida de Deus.
8 E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs nele o homem que havia formado.
9 Do solo fez o Senhor Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal [NVI: “Então o Senhor Deus fez nascer do solo todo tipo de árvores agradáveis aos olhos e boas para alimento. E no meio do jardim estavam a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal”].
10 E saía um rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-se em quatro braços.
11 O primeiro chama-se Pisom; é o que rodeia a terra de Havilá, onde há ouro.
12 O ouro desta terra é bom; também se encontram lá o bdélio e a pedra de ônix.
13 O segundo rio chama-se Giom; é o que circunda a terra de Cuxe.
14 O nome do terceiro rio é Tigre; é o que corre pelo Oriente da Assíria. E o quarto é o Eufrates.
15 Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar.
16 E o Senhor lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente,
17 mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
Deus deu autoridade ao homem, lhe delegou o cuidado e a guarda do planeta. Ele se preocupou com o homem dando-lhe suprimento, mas lhe deu também o encargo de administrar os recursos naturais e lhe deu um trabalho (Gn 1: 29-30; Gn 2: 15): “E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento. E a todos os animais da terra, e a todas as aves dos céus, e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento. E assim se fez... Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar”. Assim como Deus deu trabalho e responsabilidades a Adão, deu-os também ao homem ainda hoje. O homem precisa de trabalho para que não fique ocioso, sem provisão e sem sustento. Mas tem também a responsabilidade de cuidar dos recursos naturais do planeta para cooperar com a criação de Deus e com seus semelhantes.
Outro comentário importante é sobre a obediência (as duas árvores): Em Gn 2: 9; 15-17 está escrito: “Do solo fez o Senhor Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal [NVI: “Então o Senhor Deus fez nascer do solo todo tipo de árvores agradáveis aos olhos e boas para alimento. E no meio do jardim estavam a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal”]... Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar. E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. Dessa forma, a vida abençoada do homem dependia de sua obediência a Deus e às Suas ordens. Enquanto estivessem em obediência teriam vida e poderiam tocar na árvore da vida e participar da vida de Deus. Assim, quando obedecemos ao Senhor e nos colocamos no centro do Seu querer e vontade, podemos experimentar da Sua vida em nós, participar da comunhão com Ele e receber Suas bênçãos.
Gn 2
18 Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.
19 Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais do campo e todas as aves dos céus, trouxe-os ao homem, para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a todos os seres viventes, esse seria o nome deles.
20 Deu nome o homem a todos os animais domésticos, às aves dos céus e a todos os animais selváticos; para o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora que lhe fosse idônea.
21 Então, o Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas (em hebraico: “a parte de um dos lados do homem”) e fechou o lugar com carne.
22 E a costela que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe.
23 E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada.
24 Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.
25 Ora, um e outro, o homem e sua mulher estavam nus e não se envergonhavam.
Em Gn 2: 18 está escrito: “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea [= competente, conveniente, adequada, confiável, capacitada]”. Deus havia feito animais, tanto macho como fêmea, mas ainda não tinha feito uma companheira para o homem. Sabia, com certeza, que ele não poderia viver sozinho. Entretanto, antes de fazer a mulher, o Senhor deu a Adão a guarda da terra e de tudo o que nela havia, deu-lhe a ordem de não tocar na árvore do conhecimento do bem e do mal e, agora, deixava ao homem a tarefa de dar nome aos animais. Por ter a mesma inteligência de Deus, Adão agiria acertadamente. Podemos dizer que este não era apenas um teste de obediência e de capacitação para ele, mas o Senhor lhe deu este trabalho antes de criar Eva para ver se o homem notaria a falta de um ser semelhante para lhe fazer companhia. Depois que Adão terminou é que Deus criou a mulher:
Assim, a mulher foi criada para ser auxiliadora do homem e andar em igualdade com ele. A palavra ‘auxiliadora’ em hebraico (עזר – `êzer, da raiz: ozr – ajudar), significa ‘companheira, ajudante’ (Gn 2: 18; Gn 2: 20). Também significa: ‘socorro’ (Dt 33: 26; Dt 33: 29; Sl 121: 1-2; Sl 124: 8; Dn 11: 34; Os 13: 9), ‘ajuda’ (Dt 33: 7; Is 30: 5; Ez 12: 14), ‘auxílio’ (Êx 18: 4; Sl 33: 20; Sl 146: 5); ‘apoio, suporte, amparo’ (Sl 70: 5; Sl 115: 9-11). Em dois únicos Salmos, ela tem o significado de ‘força, poder, fortalecimento’:
• Salmo 89: 19: “Outrora, falaste em visão aos teus servos e disseste: A um herói concedi o poder (`êzer) de socorrer; do meio do povo, exaltei um escolhido” (ARA) ou “Numa visão falaste um dia, e aos teus fiéis disseste: Cobri de forças (`êzer) um guerreiro, exaltei um homem escolhido dentre o povo” (NIV).
• Salmo 20: 2: “Do seu santuário te envie socorro [`êzer; no texto original: força, fortalecimento] e desde Sião te sustenha”.
Vimos também que ‘idônea’ significa: competente, conveniente, adequada, confiável, capacitada.
O fato de Deus ter tirado uma costela do homem para formar a mulher, significa que Ele planejou uma interdependência, ou seja, assim como a primeira mulher dependeu do homem para existir, o homem depende da mulher para nascer na terra (1 Co 11: 12: “Porém, como provém a mulher do homem, assim também o homem é nascido da mulher; e tudo vem de Deus”). A palavra grega para mulher é gyne ou gynai e, em hebraico, ’ishstâ = varoa, porquanto do varão (’ïsh) foi tomada. Deus tomou uma costela (hebr. çelã‘ ou ‘tsêlâ’, que em sumério significa ‘vida’) e a fez (bãnâ = edificar, construir) numa mulher (le’ishstâ). A palavra tsêlâ, em hebraico, significa ‘face, lado ou parede do tabernáculo (utilizada no mesmo sentido que tem a expressão ‘Tsela Hamishcan’, ‘uma das faces, uma das paredes’; o tabernáculo = Hammishkân). Dessa forma, uma das faces do primeiro ser humano tornou-se a parte masculina, e a outra, a parte feminina. De acordo com este conceito hebraico, a mulher possui um discernimento maior, pois foi criada com um compartimento espiritual a mais do que o homem. Em outras palavras, está mais voltada às coisas de Deus (“tabernáculo”). Explicando de maneira diferente: um dos lados de Adão era o lado masculino, feito pelas mãos de Deus em barro, simbolizando a matéria, a carne. O lado de onde foi retirada a costela para se fazer a mulher era o lado feminino, o emocional ou o espiritual, pelo significado hebraico de costela (“uma das paredes do tabernáculo”, a tenda armada no deserto onde Deus falava com Moisés). Portanto, a mulher seria um complemento emocional e espiritual para o homem, e ele, o material para ela. Ao mesmo tempo, em relação a si mesma, por ter se originado do lado espiritual do homem, do que era “voltado para as coisas do tabernáculo”, a mulher teria esse lado mais expandido, o “dobro” do que teria o homem. Eva, Hawwa, que significa: vida (Hebr.: ‘chay’, ‘hay’), raiz da vida, mãe da humanidade, mãe de todos os seres vivos [Gn 3: 20: “E deu o homem o nome de Eva a sua mulher, por ser mãe de todos os seres humanos”], também é um nome que pode ser escrito como ‘Chavá’, que significa: expressar uma opinião (Lachavot dáat). Eva conversava com Adão (diálogo), o que permitia o fluir da vida em comum. Dessa forma, o projeto inicial de Deus para a mulher foi a igualdade com o homem. Com a passagem dos séculos, foi crescendo a tendência, sob ensinamento rabínico, de tornar o homem mais proeminente que a mulher, eliminando pouco a pouco a idéia ensinada por Gn 2: 20 (“uma auxiliadora que lhe fosse idônea”). No decorrer dos anos, essa tendência tirou da mulher o direito até de aprender a ler. Segundo o conceito hebraico comentado anteriormente sobre ter a mulher uma capacidade espiritual mais desenvolvida que o homem, é que somente ao homem foi dado o direito de estudar a Torá (O livro da Lei), pois na verdade ele precisava estudar e aprender aquilo que à mulher é praticamente intuitivo.
Por ser uma auxiliadora, a mulher recebeu uma capacidade de exercer influência muito grande, por isso a serpente a seduziu, pois era passível de ser enganada e, ao mesmo tempo, de influenciar Adão (“E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão” – 1 Tm 2: 14). Por ter a visão espiritual mais desenvolvida que a do homem, a mulher é mais suscetível às forças espirituais, portanto, mais suscetível ao engano e à idolatria. Outra conseqüência decorrente do cargo de auxiliadora que Deus lhe deu é que, por ser uma auxiliadora, lhe cabe o direito de opinar e influenciar quem é auxiliado no que diz respeito à ação a ser desempenhada. Dessa forma, a mulher tem em si uma capacidade de influenciar maior que o homem. Enquanto que o homem tem a autoridade de decidir o que há de ser feito, a mulher tem a liberdade e a capacidade de lhe dizer a melhor maneira do trabalho ser realizado, pois é mais prática e age rapidamente quando lhe é dito claramente o que deve fazer. Devido à sua capacidade de influência, muitas mulheres no Antigo Testamento influenciaram, em menor ou maior grau, seus maridos, súditos ou até o povo de Israel:
• Eva (Gn 3: 6)
• Sara (Gn 16: 2; Gn 21: 10; 12b)
• Rebeca (Gn 27: 5-17)
• A mulher de Potifar sobre José (Gn 39: 7-14)
• Miriã (Êx 2: 7-8; Nm 12: 1-16)
• Raabe (Js 2: 1-24)
• Acsa (filha de Calebe, Js 15: 17-19)
• Débora (Jz 4: 6-9)
• Jael (Jz 4: 17-21)
• Dalila (Jz 16: 4-22)
• Noemi e Rute (Rt 1: 16-18; Rt 3: 1-5)
• Penina sobre Ana (1 Sm 1: 6)
• Abigail (esposa de Nabal) sobre Davi (1 Sm 25: 18-35)
• Médium consultada por Saul (1 Sm 28: 21-25)
• Bate-Seba intercede por Salomão em detrimento de Adonias (1 Rs 1: 15-17)
• As esposas e as concubinas de Salomão (1 Rs 11: 1-13)
• Jezabel (1 Rs 19; 2; 1 Rs 21: 5-16)
• Ester (Et 7: 3-6; Et 8: 5-6; Et 9: 13)
Por ser criada a partir da costela do homem, a mulher seria um complemento essencial ao equilíbrio das emoções do homem. O sexo masculino é mais assertivo, mais agressivo, mais impulsivo para agir, pois sua força física maior lhe confere certa confiança no seu “poder”. A sensibilidade do homem é diferente da que foi dada à mulher; ele é mais racional do que emocional, o que pode ser uma vantagem diante de certas provas ou desafios, entretanto, o dificulta a ouvir com mais clareza a voz sutil do Senhor, pois ela passa a ser ouvida no interior, muitas vezes, através da característica que podemos chamar de intuição, algo que racionalmente não tem explicação, mas que a mulher sabe e tem certeza se é ou não o caminho correto a seguir. A mulher, por ter as emoções e a sensibilidade mais desenvolvidas que as do homem, vem a complementá-lo, dando-lhe sutileza no agir, no sentir, no planejar e no amar de maneira mais plena e correta. O que eu quero dizer é que o homem, sem a moderação e a passividade da mulher, pode se perder nos seus relacionamentos, não medindo as conseqüências dos seus atos impulsivos, e se arrepender depois. Dessa forma, a mulher complementa emocionalmente o homem, ao mesmo tempo em que ele a complementa lhe dando força, determinação e segurança para agir em certas áreas, fazendo-a se sentir protegida, principalmente na área material, de qualquer tipo de assolação ou violência.
Assim, ficou estabelecida por Deus a função do homem e da mulher. Ao lermos novamente a passagem sobre a sua criação, vamos tirar conclusões importantes sobre a função de cada um deles do ponto de vista do Criador. Podemos ver que antes de criar Eva, Deus deu trabalho e responsabilidades ao homem. Assim é função do homem: a fundação da família e da sociedade, ser responsável por ensinar a mulher, trabalhar para provisão da família, guardar e proteger a mulher, semear. A função da mulher é: ser auxiliadora, portanto, necessita de comunicação; se ajustar ao homem (costela), ser uma multiplicadora (ela recebe, multiplica e devolve), ser uma incubadora (cuidar e dar vida). Ela precisa ser suprida para depois multiplicar o suprimento. Por ser o homem um semeador, em todas as áreas, deve ter cuidado com o que semeia na mulher para que ela multiplique e lhe devolva a semente corretamente. Por exemplo: um espermatozóide que é semeado nela, depois de nove meses é devolvido como um ser humano completo. Na área emocional, se ela receber carinho e amor da parte do homem, é isso que ela vai devolver a ele, mas se ele semear nela revolta e ódio, é isso que ele vai colher de forma multiplicada. Outro ponto importante é que o homem trabalha para sustentar a família e para trazer provisão para dentro de sua casa; não é função da mulher fazer isso. Ela trabalha para se realizar profissionalmente e liberar o potencial que Deus colocou dentro dela. Entretanto, se ela se vir sobrecarregada com o dever de sustentar a casa, o que muitas vezes acontece pelo fato do marido estar desempregado, isso vai gerar sérios problemas no relacionamento. Ela se sente com um fardo para o qual não foi preparada para carregar, o que gera revolta e impede o fluir do amor verdadeiro na relação conjugal.
Jesus veio resgatar a dignidade da mulher: Maria (Lc 1: 42) foi chamada de bendita entre as mulheres. Ele as perdoava, curava, ensinava; e elas, por sua vez, serviam-no com provisões para Suas viagens (Lc 8: 1-3), demonstrando-lhe hospitalidade, mediante atos de afeição como no caso do Seu sepultamento. Jesus, portanto, ofereceu a elas o mesmo meio de salvação que para os homens. No NT as mulheres participavam da oração com os seguidores de Jesus (At 1: 14); ajudaram e eleger Matias (At 1: 15-26); receberam o poder e os dons do Espírito Santo no Pentecostes (At 2: 1-4; 18); Maria, mãe de João Marcos, ofereceu sua casa para um dos centros da Igreja de Jerusalém (At 12: 12-13); Lídia, a primeira convertida da Europa (At 16: 14-15; 40) era mulher; Priscila com o marido Áquila ensinaram ao grande pregador Apolo as verdades completas do Evangelho (At 18: 2; 18; 26); as filhas de Filipe, o diácono, (At 21: 8-9; At 6: 5) profetizavam. Foi os homens nas futuras gerações que tentaram retirar das mulheres a dignidade trazida por Jesus, pois não O aceitaram como Senhor e Salvador, permanecendo, portanto, na condição decaída do pecado. Ainda no NT, temos outros exemplos de mulheres que foram de grande ajuda na obra de Deus: Dorcas (A única mulher no NT a ser chamada de discípula, em grego mathêtria; era diaconisa, At 9: 36-43), Evódia e Síntique (Fp 4: 2-3), Eunice e Lóide (mãe e avó de Timóteo, respectivamente – 2 Tm 1: 5), Cláudia (2 Tm 4: 21), Áfia (Fm 2), Ninfa (Cl 4: 15), Febe (Rm 16: 1-2), Maria (Rm 16: 6), Trífena e Trífosa (Rm 16: 12), Pérside (Rm 16: 12) e Júlia (Rm 16: 15) entre outras.
Jesus incluiu as mulheres nas ilustrações de Seus ensinamentos, deixando claro que Sua mensagem envolvia as mesmas. Assim, honrando-as, Ele situou a mulher em posição de igualdade com o homem, exigindo o mesmo padrão para ambos os sexos e oferecendo o mesmo meio de salvação para ambos. Exemplos: viúva pobre (Mc 12: 41-44; Lc 21: 1-4), a mulher que encontrou a dracma perdida (Lc 15: 8-10), a parábola do juiz iníquo que atendeu ao pedido da viúva para julgar sua causa porque se cansou de sua insistência (Lc 18: 1-8). Também respondeu às mulheres que choravam por Ele no Seu caminho para o Calvário (Lc 22: 27-32). Apareceu primeiro para as mulheres, após a Sua ressurreição, e as tornou portadoras das boas novas. A bíblia fala em Mt 28: 1-10 sobre Maria Madalena e a outra Maria, provavelmente a mãe de Tiago, o menor. Em Mc 16: 1-11, fala sobre Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago, o menor. Em Lc 24: 1-12 menciona Maria Madalena e a mãe de Tiago, o menor. E em Jo 20: 1-18 relata o aparecimento do Senhor a Maria Madalena. Algumas mulheres tiveram um encontro e um relacionamento particular com Jesus:
1) Maria, Sua mãe: podemos ver a participação de Maria em Mt 1: 18-25; Lc 1: 26-56; Mt 2: 1-23; Lc 2: 1-52; Lc 8: 19-21 (Mt 12: 46-50; Mc 3: 31-35); Jo 2: 1-12 e Jo 19: 23-27. Ela ocupou seu lugar de mãe biológica de Jesus; foi chamada bem-aventurada (feliz) por ser escolhida para isso (Lc 1: 45-48 b); respeitou Jesus como Filho de Deus quando Ele colocou a fidelidade espiritual acima dos laços de família (nos episódios em que a bíblia fala sobre a família de Jesus, que é aquela composta por todos os que fazem a vontade do Pai); mostrou também sua submissão a Jesus nas bodas de Caná, onde a forma de chamá-la (“mulher”) não expressou rudeza, pois o termo por Ele usado foi um termo terno (gynai, em grego, mulher). Quando Ele disse: — “Mulher, que tenho eu contigo?” Ele queria dizer: — “Mulher, que temos em comum?” Ele a estava lembrando que não era hora de reconhecerem Sua verdadeira identidade. Ela entendeu o Seu desejo de permanecer em segredo por enquanto, por isso deu aquelas ordens aos serventes e confiou nEle. Além disso, isso significava que o motivo de estarem ali era diferente, assim como seus projetos de vida; ela, como apenas um ser humano participando de uma festa; Ele, como o Filho de Deus iniciando Seu ministério de milagres na terra. Maria também esteve presente na crucificação, onde recebeu João como filho e lhe foi dado o encargo de mãe dele, pois Jesus se compadeceu de sua dor ao ver ali na cruz o filho que tinha nascido do seu ventre. Resumindo, ela foi respeitada por Jesus na sua posição de mãe carnal; e ela, por sua vez, o respeitou como o Salvador e o Filho de Deus.
2) A sogra de Pedro: Mc 1: 29- 31; Mt 8: 14-15; Lc 4: 38-39. Ela não só experimentou a cura pelas mãos de Jesus, como também teve a oportunidade de servi-lo e, com certeza, teve o privilégio de aprender mais com Ele do que muitas outras pessoas, pelo fato de ter um relacionamento mais íntimo com o melhor amigo de seu genro.
3) A mulher do fluxo de sangue (Mt 9: 19-22; Mc 5: 24b-34; Lc 8: 42b-48). A bíblia não fala se ela era estéril ou se aquela doença apareceu após ter tido filhos; tampouco de era um caso de coagulopatia ou alguma doença uterina. O que importa é que Jesus lhe devolveu a dignidade, individualizou-a no meio da multidão, recompensando-a pela sua fé e pela sua ousadia e determinação. Na cultura judaica, a hemorragia era considerada impureza cerimonial. Na bíblia (Lv 15: 1-33) estão descritas as ‘imundícias’ do homem e da mulher, sendo a palavra fluxo ligada à enfermidade. Em Lv 15: 2 o vocábulo hebraico zôbh significa: emissão qualquer, que tornava suas vítimas ritualmente imundas. Nas Escrituras, também são usados outros termos para fluxo, como: mãqôr, rhysis e haimorrhoeo (Lv 15: 33) traduzido como: hemorragia. Em Lv 12: 7, a bíblia fala de fluxo de sangue em relação à purificação após o parto, e em Mc 5: 25; Lc 8: 43 e Mt 9: 20, sobre a mulher do fluxo de sangue, é usado o termo grego correspondente a hemorragia. É importante lembrar que naquela época não havia ainda tratamentos clínicos para curar doenças hematológicas ou hormonais, nem intervenções cirúrgicas para curar doenças ginecológicas como miomas, pólipos etc..
4) A mulher Cananéia ou Siro-fenícia (Mt 15: 21-28; Mc 7: 24-30) que foi tocada por Jesus quando Ele estava a caminho de Tiro e Sidom. Em Mt 15: 21-28 é descrito que a mulher o seguiu pelo caminho, gritando por Seu socorro para a filha endemoninhada e, em Mc 7: 24-30, é relatado que ela se prostrou aos pés de Jesus quando Ele estava numa casa. Seja como for, ela experimentou a cura através da expulsão do demônio que estava em sua filha, recebeu a salvação através da sua fé no Filho de Deus e foi recompensada por isso e pela sua ousadia por ser estrangeira, pois Jesus veio inicialmente para os judeus, mas a atitude dela foi também um exemplo de fé para os israelitas e uma maneira de predizer a aceitação do Senhor pelos gentios.
5) A mulher que o ungiu em Betânia (Mt 26: 6-13; Mc 14: 3-9; Lc 7: 36-50 cf. Jo 12: 1-8;Jo 11: 2). Nas duas primeiras referências, a bíblia fala que ela ungiu a cabeça de Jesus e nas duas seguintes, fala de ter ungido os pés do Senhor. Essa mulher recebeu o perdão de seus pecados, teve sua fé honrada, pois Jesus a elogiou por seu ato diante de todos e disse que seria sempre lembrada por todas as gerações. Além disso, Ele corrigiu sua maneira errada de amar. Ela, como se fosse a anfitriã da casa, ao ungi-lo, realizou um ato de cortesia que, normalmente, era oferecido aos visitantes, por isso também foi elogiada.
6) A viúva de Naim (Lc 7: 11-17). Como foi dito anteriormente, as viúvas eram desprezadas pelos homens, por isso Deus demonstrou cuidados com elas, especialmente se não tivessem filhos, pois tinham muita necessidade de proteção. Ele providenciou novo casamento para elas com o cunhado ou com o “resgatador” da família, no caso de falecimento do seu marido (levirato); proibiu todos de extorqui-las ou oprimi-las e as fez participar das festas solenes junto com o povo e receber o suprimento através dos dízimos. Essa viúva em especial, parecia não ter mais ninguém que a sustentasse ou defendesse, por isso, ao ressuscitar seu filho morto, Jesus lhe restituiu o sustento e a honra.
7) Marta e Maria, irmãs de Lázaro (Lc 10: 38-42; Jo 11: 1-57). Marta se preocupava excessivamente com as coisas materiais, com as regras sociais, com o trabalho natural; Maria, por sua vez, deu prioridade às coisas espirituais e ao ensino que fluía de Jesus, por isso o Senhor, ao chamar a atenção de Marta para a atitude de Maria, ensinou às duas ao mesmo tempo sobre o que é prioridade para Deus, sobre gratidão e dar valor à amizade.
8) A mulher encurvada (Lc 13: 10-17) de quem expeliu demônio de enfermidade. Aquela mulher, presa há anos naquele cativeiro, teve a sua dignidade restaurada, assim como a saúde física, emocional e espiritual, e experimentou, pessoalmente, o poder e a autoridade de Jesus sobre todas as coisas. Teve uma verdadeira revelação do Seu caráter e, metaforicamente falando, pôde mudar a sua maneira limitada de ver a vida e as coisas ao seu redor, pois na posição em que estava só podia olhar para baixo; não era capaz de ver as coisas do alto, as coisas de Deus. Agora, curada por Jesus ela não só podia ver o Seu rosto, como podia ver tudo ao seu redor de maneira mais ampla.
9) A mulher samaritana que estava junto ao poço de Jacó (Jo 4: 1-42). Esta mulher teve uma revelação pessoal do Messias, assim como da salvação que vinha através dEle. Ela entendeu o que era a adoração verdadeira, teve a sua dignidade restaurada, a oportunidade de ser feliz sentimentalmente, agora com o companheiro certo, além do que recebeu do Mestre um ministério de evangelismo nas mãos. Através dela, toda aquela cidade creu nEle e recebeu a Sua palavra; mais do que isso, as futuras gerações da sua família seriam influenciadas pela sua conversão. O homem com quem ela vivia já era o sexto em sua vida e a bíblia não menciona as causas desses relacionamentos insatisfatórios e limitados, deixando-a sempre desamparada e malvista por todos. Com certeza, a partir desse momento, ela poderia entender a maneira correta de amar e mudar completamente o rumo de sua vida.
10) A mulher adúltera (Jo 8: 1-11). Pela lei de Moisés, tanto o homem quanto a mulher pegos em flagrante adultério eram punidos com a morte (Lv 20: 10), mais detalhadamente, com o apedrejamento (Dt 22: 22). Jesus transpôs as barreiras da inflexibilidade da Torá para mostrar à mulher e a todos os presentes os preceitos mais importantes da Lei que são o amor e a misericórdia, para que a justiça passasse a ser exercida do ponto de vista mais elevado de Deus. Ela experimentou o perdão e, com ele, o entendimento do que é correto e santo, portanto, a verdadeira liberdade. Além disso, recebeu a oportunidade de ser feliz outra vez na área sentimental, agora firmada em novas bases. Provavelmente, recebeu também o ministério do evangelismo, pois através da sua mudança de vida, todos ao seu redor puderam conhecer o Senhor.
11) Maria Madalena (procedente de uma aldeia da Galiléia chamada Magdala ou Magadã) e as mulheres que seguiam Jesus (Lc 8: 1- 3). Segundo a Palavra, ela foi liberta de sete demônios e, junto com as outras, passou a segui-lo. Não só ela foi liberta de demônios e curada de enfermidades, mas suas companheiras também. A bíblia menciona o nome de outras duas: Suzana (não podemos achar mais nenhuma referência bíblica em relação a ela) e Joana, mulher de Cuza, oficial responsável de Herodes Antipas, traduzido por chanceler, procurador ou mordomo. Segundo a bíblia, essas mulheres prestavam assistência a Jesus com seus bens (Lc 8: 3). Provavelmente, mais algumas mulheres andavam com as três já referidas, pois a bíblia descreve sua participação não só no episódio da crucificação como também na ressurreição de Jesus. São elas: Maria, mãe de Tiago, o Menor, e José, também chamada de mulher de Clopas ou “a outra Maria”; Salomé, mulher de Zebedeu e mãe de Tiago e João, primos de Jesus (Jo 19: 25 cf. Mt 27: 56 e Mc 1: 19). A respeito da crucificação de Jesus, a bíblia descreve a presença de quatro mulheres (Mt 27: 56; Mc 15: 40; Jo 19: 25): a) Maria, a mãe de Jesus. b) Maria, mãe de Tiago, o menor, e mulher de Clopas (Também chamado Alfeu). c) Maria Madalena e d) a irmã de Maria (Jo 19: 25 cf. Mt 27: 56 e Mc 15: 40 – Salomé), mulher de Zebedeu. Como conclusão acerca dessas mulheres, podemos dizer que tiveram uma oportunidade de serviço, crescimento e desenvolvimento da santidade, oportunidade de ofertar e contribuir para a obra (como Joana e Suzana, pois eram ricas). Sem sombra de dúvida, tiveram igualmente a bênção de serem curadas e libertas, recebendo de volta a dignidade diante daquela sociedade e a liberdade para agir com mais confiança em suas próprias vidas.
A mulher foi criada para ser uma auxiliadora do homem e andar em interdependência com ele. Deus lhe deu uma sensibilidade maior às coisas espirituais, por isso tem maior capacidade de influência que o homem. Também precisa ser ensinada e orientada por ele. Como vimos, havia diálogo entre Adão e Eva, por isso o relacionamento era harmonioso.
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Curso para Ensino Bíblico – nível 1 (PDF)
Biblical Teaching Course – first level (PDF)
Curiosidades e Revelações – Gênesis (PDF)
Curiosities and Revelations – Genesis (PDF)
Para a mulher que eu amo (PDF)
Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti
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